As cidades falidas

Por:Arimatéia Azevedo
Todo ano há uma romaria de prefeitos a Brasília à cata de um pouco mais de dinheiro, mas sempre apenas para fechar as contas do exercício fiscal ou mesmo manter despesas correntes em dia. Só que é preciso bem mais que socorros financeiros sazonais para que os municípios fechem suas contas. Há uma crise de insolvência rondando a maioria das cidades brasileiras, que não conseguem manter despesas correntes e vivem se valendo da técnica do cobertor curto, aquele que cobre a cabeça descobrindo os pés. Como não há milagre para se aumentar o dinheiro, o jeito é uma repactuação das contas, possivelmente com alongamento dos prazos de desembolsos e programas de ajustes que permitam tornar mais eficientes os gastos. Cabe sempre a possibilidade de fomentar as economias locais, mas a maioria dos municípios é pobre demais para gerar excedentes de receita capazes de lhes garantir uma folga para não viver na dependência eterna de Brasília. Com isso, além de se oferecer soluções fiscais de longo prazo para os municípios, parece ser um imperativo que se exija deles o compromisso de gastar melhor o dinheiro pouco que dispõe, havendo claramente a necessidade de que nunca deixem de buscar fontes de geração própria de receita. Enquanto isso não ocorre, no entanto, seguem as cidades cada vez mais sem recursos para o mínimo do mínimo. O mau estado de conservação de vias públicas na imensa maioria dos municípios do Piauí, por exemplo, é um escancaramento da penúria financeira em que se encontram as prefeituras.(Portalaz)

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