Brasília é onde acontece o tiroteio. Aí só escutam o barulho’, diz Sérvio

Por: Fenelon Rocha

Desde que começou o governo Bolsonaro, o presidente estadual do PSL, Fábio Sérvio, praticamente se mudou para Brasília. Isso provocou reação entre filiados do partido, que reclamam da ausência do responsável, aqui, pela sigla que tem como filiado o próprio Jair Bolsonaro. Fábio Justifica o afastamento pela necessidade de estar presente nas discussões que definem muito da cara do governo recém-iniciado.

? Aqui em Brasília é onde acontece o tiroteio. Aí (Teresina) só escutam o barulho das bombas – , diz ele, dando uma ideia da acirrada disputa que acontece por espaços no governo.

Fábio Sérvio: presidente do PSL diz que está ausente de Teresina para ficar perto da discussão que define os rumos do governo

Fábio Sérvio tem lutado para garantir espaços para o PSL piauiense. Chegou a anunciar a indicação de um nome para ocupar a presidência da Codevasf, a companhia de desenvolvimento das bacias do São Francisco e Parnaíba. Mas até agora nada saiu do lugar, tanto pela indefinição no ceio do próprio governo Bolsonaro quanto pela disputa entre piauienses pela indicação do cargo.

A indefinição interna coloca em confronto duas alas do governo. Uma, liderada pelos xiitas do PSL, querem dar guarita a quem vem com Bolsonaro desde a campanha. A outra, com Onyx Lorenzone à frente, quer ampliar a base de apoio sem fazer muitas exigências. Um exemplo é o senador Marcelo Castro: os xiitas o querem longe; Lorenzone acha que pode dar espaço no governo ao piauiense, com compromissos futuros.

Já no que diz respeito à disputa entre piauienses, há Fábio Sérvio querendo indicar o presidente da Codevasf. E há um grupo de políticos – com os deputados Átila Lira e Júlio César, o senador Elmano Ferrer e o ex-deputado Heráclito Fortes – lutando para manter no cargo o atual presidente, Avelino Neiva.

Esse é o tiroteio que Fábio Sérvio está vendo de perto. Resta saber quem será alvejado na troca de tiros.
 

Discussão de cargos fica só ‘na vontade’

A bancada federal do Piauí já discutiu critérios para a ocupação dos cargos federais no Estado. Mas, no entendimento do Fábio Sérvio, nada disso tem efeito prático. “Essa definição de critérios e cargos está só na vontade”, diz ele, observando que ainda está longe do próprio governo definir a fórmula que leve às indicações.

Sérvio vai mais além, lembrando que alguns integrantes da bancada tiveram atitudes muito duras contra o atual presidente, à época da campanha. Dito de outra forma: se essa visão prevalecer, a hostilidade de meses atrás tende a passar fatura agora, na hora da indicação dos gestores para as funções federais nos estados.

Governo do Piauí com déficit de pessoal na saúde, educação e segurança

Déficit de Pessoal

Por: Arimatéia Azevedo

O governo estadual criou uma comissão para manter permanente auditoria da folha salarial, mas precisa também lançar luz sobre o crescente déficit de pessoal efetivo em áreas essenciais do serviço público. Não há nenhum estudo confiável sobre quantos profissionais de educação, saúde e segurança são necessários hoje para suprir a falta de professores, médicos, enfermeiros, técnicos em enfermagem, policiais. Mas pelos números que alguns sindicatos apresentam, a conta não fecha com menos de 7.000 novas admissões.

Só de professores, a carência pode representar metade desses sete mil vagas a serem preenchidas. Na PM e no Corpo de Bombeiros, não menos que dois mil homens e mulheres são necessários. Sem pessoal em diversas áreas, o Estado, porém, segue com a folha de pessoal em elevação, fruto das aposentadorias crescentes.

Todo ano, ao menos 1,5 mil pessoas entram em inatividade – e não são substituídas por pessoal efetivo, mas por terceirizados. Na Seduc, há cerca de 2.000 professores substitutos e a mediação eletrônica virou um mecanismo compensatório à ausência de mestres em sala de aula. Não há no horizonte um prazo para recomposição do quadro efetivo de servidores – mas quanto mais tempo, pior as coisas ficam. Pelo olhar nas contas públicas, portanto, concurso no Piauí, se houver compromisso e disciplina fiscal, só em 2021.

COREDEPI – Consórcio Regional de Desenvolvimento da Planície Litorânea: “Um engôdo!”

POR: BERNARDO SILVA

Tem vereador de Parnaíba falando sem conhecimento de causa. Simplesmente para aparecer e ser contra o Mão Santa. E tem gente se deixando enganar com conversa fiada. Senão vejamos:

Ao propor a retirada do município de Parnaíba do Consórcio Regional de Desenvolvimento da Planície Litorânea (COREDEPI), o prefeito Mão Santa fez a melhor coisa para a cidade de Parnaíba. Porque o tal Consórcio, apesar do nome pomposo e de uma série de bombagem que dizem haver motivado sua criação. “Esse Consórcio é um engôdo”, disse hoje o vereador Carlson Pessoa, em comentário na Câmara Municipal.

O consórcio foi criado em dezembro de 2013, sob a “inspiração” de alguns petistas, dentre os quais, o ex-prefeito de Parnaíba, Florentino Neto, que chegou a ser seu vice-presidente, se não me engano. Formado pelos “11 municípios que formam a Planície Litorânea, somente elegeu a primeira diretoria sete meses depois, no dia 9 de julho de 2014, que teve como presidente eleito Ricardo do Nascimento Martins Sales, prefeito de Murici dos Portelas e que permanece até os dias atuais. Os representantes do consórcio poucas vezes se reuniram durante estes 6 anos de existência”. Isto está na imprensa, não estamos inventando.

No final de outubro de 2016, recém-eleito e já com equipe de transição montada na Fiepi, Mão Santa recebeu a visita dos prefeitos que integram o tal Consórcio. Alguns reeleitos e outros eleitos pela primeira vez.”Vamos intensificar articulações visando a união de todos os 11 municípios da Planície, que compreende cerca de 400 mil habitantes. Os municípios estão falidos e estamos procurando nos unir para resolver os problemas comuns a todos”, disse na ocasião o prefeito e presidente do Consórcio, Ricardo Sales.

O objetivo maior desse Consórcio – e foi dito isso para o Mão Santa- era que “o Ministério Público estava cobrando que Parnaíba receba todo o lixo desses 11 municípios. Já sabemos que o aterro sanitário existente não suporta o lixo de todos os municípios e precisamos retomar esta discussão”, destacou Joaquim Neto, então secretário do Consórcio. E disseram mais: que Parnaíba se responsabilizasse em receber todos os pacientes desses municípios para enviar a Teresina para tratamento médico. E que o governador iria criar uma Policlínica no município, o que diminuiria o fluxo de pacientes para Teresina. Aqui seria o polo principal. Já pensou? A Policlínica criada é da UFPI.

Tem mais: para manter o consórcio era preciso 30 mil reais/mês, definido no “Protocolo de Intenções do Consórcio Regional de Desenvolvimento da Planície Litorânea Piauiense”, assim distribuídos, conforme o coeficiente de receita do Fundo de Participação dos Municípios: Parnaíba arcaria mensalmente com R$ 9.500; Luís Correia com R$ 3.500; Buriti dos Lopes com R$ 3.000; Bom Princípio, Cajueiro da Praia, Caraúbas, Caxingó, Cocal dos Alves, Ilha Grande e Murici dos Portelas vão arcar com R$ 1.500 cada um”. E haviam outras exigências, que a prefeitura de Parnaíba vinha pagando, sem retorno algum. E é isso que estão defendendo os “bravos” vereadores de Parnaíba, que apoiam o governo Wellington Dias e devem favores ao secretário de saúde Florentino Neo? E onde fica o interesse do povo???!

Portanto, não tem nada de retrocesso. A prefeitura de Parnaíba, definitivamente, não pode continuar patrocinando mordomias para uma entidade que abriga prefeitos que sequer demoram muito tempo em seus municípios. E que nem ligam para esse tal consórcio, como foi dito nessa mesma reunião em que nos fazíamos presentes.

Inegável o esforço do ex-prefeito Florentino Neto em trazer para Parnaíba o tratamento oncológico,  com o apoio de Mirócles Véras e Tiago Almedra, dos Hospitais Dr. João Silva e Marques Bastos. E o senador Marcelo Castro, então ministro da saúde, assinou a portaria. Das vezes que entrevistei Florentino Neto sobre este assunto, nunca ele me falou que o tal COREDEPI tinha algo a ver com isso, Estão mentindo para os parnaibanos de boa vontade. Tenho dito!

EM TEMPO: O Plenário do Tribunal de Contas do Estado do Piauí (TCE-PI) aprovou durante sessão plenária realizada nesta quinta-feira (7) o bloqueio das contas bancárias do Consórcio Regional de Desenvolvimento da Planície Litorânea Piauiense. O bloqueio foi solicitado pelo procurador-geral do Ministério Público de Contas (MPC), Leandro Maciel, decorrente da inadimplência quanto ao envio das prestações de contas.

Parnaíba, a cidade de papel. * Pádua Marques.

 

 

A gente vai ao centro de Parnaíba e nem tem tempo de esquentar a bunda no banco da praça da Graça e já vem uma mocinha com um papel lhe entregando. Dia desses, eu fiz uma excursão pra aquelas bandas, uma segunda-feira, dessas de início de mês, que é quando todo mundo está enchendo a burra, pagando carnê do Paraíba, da Macavi, daqueles empréstimos consignados. Isso sem falar nas contas de luz, de água, da farmácia e da ótica.

Porque se existe em cima da terra bicho pra gostar de dever e de pagar conta, esse bicho é pobre. Pobre parece que tem uma atração, feito relâmpago por pedra de corisco ali pras bandas da Piracuruca e do Bom Princípio, pra correr pra dentro de loja e fila de lotérica em dia que coloca um tostão no bolso. E nessa história toda fica ali na praça e adjacências recebendo de minuto a minuto papel de propaganda, que antigamente a gente chamava de reclame.

Papel de propaganda de loja de pneus, óticas, empréstimos consignados, material de construção, consultório de dentista, celular, principalmente desses que pegam até briga de Deus com o diabo, ajudam a falar mal da vida alheia, espalham fofocas da Câmara Municipal, dos secretários do Mão Santa, do Wellington Dias e das trapalhadas do Governo Federal e que fazem a alegria dos netinhos quando o vovô vai receber o dinheiro. A gente leva menos de quinze minutos pra receber essa papelada toda.

Porque se todas aqueles reclames de tudo que é coisa que a gente recebe sentado no banco da praça da Graça fossem cédulas  de cem contos, a gente voltava pra casa de burra estufada. Terra pra ter gente que gosta de dar papel pros outros. Mas tudo isso é porque não tem serviço, emprego, coisa pra se ocupar. Então fica essa coisa da cidade viver sem expectativa de produzir bens de consumo. E não produzindo bens de consumo não tem mercado.

Parnaíba vive de dinheiro de aposentados e dos pagamentos da prefeitura e do governo do Estado. Dia desses, meu amigo Ozéas Castelo Branco Furtado, que tem a concessão de um canal de televisão, numa entrevista ao jornalista Bernardo Silva, disse que é muito difícil manter um negócio desse porte sem o apoio da publicidade empresarial. Ele tem razão e muita pra reclamar. A cidade está impestada de blogs e portais. Na sua maioria de péssima referência e qualidade no que publicam.

E toda essa publicidade de papel, aparentemente barata não causa impacto, acaba se perdendo porque na primeira lata de lixo vai pro cesto andar, que é o lugar certo de produto ruim. Não se anuncia. Não se procura a televisão e o rádio, que são as mídias mais duradouras e de retorno garantido. Quem faz publicidade em portais e blogs paga uma miséria. Então fica essa cidade de papel. A gente volta pra casa e vem com os bolsos cheios. Enquanto isso a economia vai acaba no chão da calçada.*Pádua Marques, jornalista e escritor, membro da Academia Parnaibana de Letras e do Instituto Histórico de Parnaíba. 

NEM ÁTILA

Por: J.R. Guzzo

É realmente uma canseira, mas não tem outro jeito. Cada vez que você vai escrever ou falar alguma coisa sobre a imprensa no Brasil, é preciso explicar direitinho, se possível com desenho e quadro-negro, que o autor não é – repetindo: não é, de jeito nenhum, nem pensem numa coisa dessas – contra a liberdade de imprensa. Não está pedindo a volta da censura, mesmo porque seria legalmente impossível. Não quer a formação de uma polícia para fazer o “controle social dos meios de comunicação”. Não está “a favor dos militares e contra os jornalistas”. Não acha, pelo amor de Deus, que é preciso fechar nenhum jornal, revista, rádio, televisão, folheto de grêmio estudantil ou seja o que for. Não lhe passa pela cabeça sugerir aos donos de veículos e aos jornalistas que publiquem isso ou deixem de publicar aquilo; escrevam em grego, se quiserem, e tenham toda a sorte do mundo para encontrar quem leia. Com tudo isso bem esclarecido, então, quem sabe se possa dizer que talvez haja um ou outro probleminha com a imprensa brasileira de hoje. Um deles é que a mídia está começando a revelar sintomas de Alzheimer, ou de alguma outra forma de demência ainda mal diagnosticada pela psiquiatria.

É chato lembrar esse tipo de coisa, mas também não adianta fazer de conta que está tudo bem quando dizem para você dia e noite, 100 000 vezes seguidas, que o novo governo brasileiro provou ser o pior que a humanidade já teve desde Átila, o Huno. Não faz nexo. Até Átila precisaria de mais de duas semanas de governo para mostrar toda a sua ruindade – e olhe que ele foi acusado de comer carne humana e andava cercado de lobos, em vez de cachorros, sendo que nenhum dos seus lobos era bobo o suficiente para chegar perto do dono quando sentia que o homem não estava de muito bom humor naquele dia. Além disso, errar em tudo é tão difícil quanto acertar em tudo. Talvez fosse mais racional, então, recuar para uma antiga regra da lógica: as ações devem ser julgadas pelos resultados concretos que obtêm, e não por aquilo que você acha delas. Um governo só pode ser avaliado depois que se constate se as coisas melhoraram ou pioraram em consequência das decisões que pôs em prática. O número de homicídios, por exemplo – aumentou ou diminuiu depois de doze meses? A inflação está em 2% ou em 20%? O desemprego caiu ou subiu? E por aí vamos.

Mas essa lógica não existe no Brasil de hoje. Está tudo errado, 100% errado, porque é assim que decreta o estado de alma dos proprietários dos veículos e dos jornalistas que empregam – e não porque eles mediram algum resultado concreto. Ou seja: ainda não aconteceu, mas o governo já errou. A condenação começou no dia da posse de Bolsonaro e dali até hoje não parou mais. Os jornalistas, denunciou-se já nos primeiros minutos, não receberam instalações à altura de sua importância para a sociedade. Donald Trump não veio. O discurso de estreia foi ruim – embora não se tenha publicado uma sílaba de algum discurso presidencial anterior, para que se pudesse fazer uma comparação. Há generais em excesso no governo – e qual seria o número ideal de generais no governo? A média das administrações de Sarney para cá? A média mundial? O que é pior: o general A, B ou C ou os ministros Geddel, Palocci ou Erenice? Há poucos nordestinos. O ministro do Ambiente acha que esgotos ou coleta de lixo, por exemplo, são problemas ambientais sérios. Conclusão: ele vai abandonar a Amazônia para os destruidores de florestas.

Como o doente que repete sem parar a mesma coisa, não consegue descrever o que vê pela janela, e esquece tudo o que lhe foi demonstrado um minuto antes, a imprensa travou. A prisão do terrorista Cesare Battisti foi uma “derrota” para Bolsonaro; imaginava-se que teria sido uma derrota para Battisti, mas a mídia quer que você ache o contrário. O acesso a armas de fogo para que um cidadão (só aquele que queira) tenha a chance de exercer o direito de legítima defesa antes de ser assassinado vai desencadear uma onda de homicídios jamais vista na história. Como as armas de fogo são caras, denuncia-se que a medida é “pró-elites”. E se vierem a baixar de preço? Passarão a ser melhores? Quando alguém começa a escrever coisas assim, e faz isso o tempo todo, é porque parou de pensar; o cérebro não está mais ligando Zé com Zé. É um problema. Os leitores, cada vez mais, estão percebendo que a imprensa é inútil. Não só eles. No dia em que o governo descobrir que não precisa mais prestar atenção à mídia, vai ver que está perdendo uma montanha de tempo à toa.

Publicado em VEJA de 23 de janeiro de 2019, edição nº 2618

Ambientes de inovação

Por: Janguiê Diniz (*)

Falar sobre inovação ainda é assustador para muitas pessoas e empresas. Claro que inovar não é fácil, mas também não pode ser tão difícil a ponto de ser evitada. O primeiro e maior obstáculo à inovação é o medo, de variadas formas, como aversão ao risco, por exemplo. Entretanto, verdade é que não inovar é um caminho, sem volta, para o fracasso.

Quando pensamos em inovação tecnológica, a primeira palavra que nos vem à cabeça são as startups, tão em moda nos últimos anos. Porém, não podemos restringir nosso olhar. Existem vários ambientes que são propícios e proporcionam inovação. Empresas, lugares e até programas que ajudam a quebrar as barreiras do medo e transformam pessoas e negócios. O ambiente não só influencia a empresa como costuma ser o causador das demandas de inovação. Afinal, grande parte das empresas precisa inovar em função da concorrência ou precisa se adequar às mudanças externas.

Com certeza você já ouviu falar de coworking, incubadoras, aceleradoras, parques tecnológicos e ambientes de inovação digital. O primeiro deles, ganhou muita força no Brasil nos últimos anos, principalmente por apresentar resultados positivos de aumento de produtividade e inovação. No coworking, os escritórios coletivos permitem que pessoas de várias áreas trabalhem juntas e acabem trocando ideias e networking.

As incubadoras e aceleradoras passaram a ter visibilidade com o crescimento do mercado de startups. Nas incubadoras, os empreendedores recebem ajuda para iniciar seu projeto desde o princípio, dando suporte para formatar o negócio, gerir e ajudar o empreendedor a se posicionar no mercado.

As aceleradoras funcionam como um estágio após a incubação. Nesse caso, as aceleradoras estão focadas no desenvolvimento de startups, ou seja, quando sua ideia já está formatada, mas ainda não tem folego para se sustentar por conta própria. As aceleradoras trazem investimento financeiro às empresas, além de investimento em novos conteúdos, mentoria, etc.. Tudo para fazer com que o negócio possa se desenvolver.

Entretanto, pensando em um mundo online, também devemos falar dos ambientes de inovação digitais, que ajudam os empreendedores a desenvolver suas ideias através de grupos e fóruns de discussão, onde é possível não apenas realizar networking, mas descobrir soluções tecnológicas e serviços para quem precisa inovar.

Por fim, outro ambiente de inovação são os parques tecnológicos. Os parques são grandes centros de integração profissional que une diversas esferas de poder e conhecimento para desenvolver ideias. Normalmente, nesse ambiente, há seleção de empresas que trazem propostas de tecnologias viáveis para participar do programa.

O mais importante para registrar é que, seja online, no escritório ou em uma sala compartilhada, o importante é que o ambiente inovador é o lugar para quem quer desenvolver sua ideia, inovar e mostrar ao mundo seu negócio.

(*)Janguiê Diniz – Mestre e Doutor em Direito – Fundador e Presidente do Conselho de Administração do grupo Ser Educacional

Chega de besteirol no Ministério da Educação: “Por qué no te callas, Vélez?”

Vélez, ministro da Educação, só abre a boca para dizer asneiras…

 

Bernardo Mello Franco
O Globo

O ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, perdeu mais uma chance de ficar calado. Em entrevista à revista “Veja”, ele chamou os brasileiros de “canibais” e descreveu os contribuintes que pagam o seu salário como ladrões.

“O brasileiro viajando é um canibal. Rouba coisa dos hotéis, rouba o assento salva-vidas do avião, ele acha que pode sair de casa e carregar tudo”, disse.

COM SOTAQUE – Vélez nasceu na Colômbia e fala português com sotaque. Ao tratar os brasileiros como bárbaros, insultou o país que lhe ofereceu passaporte e cidadania.

O professor também deu aula de desinformação. Atacou Cazuza, morto em 1990, por algo que ele nunca disse. A frase “Liberdade é passar a mão na bunda do guarda”, que Vélez atribuiu ao cantor, foi popularizada pelos humoristas do Casseta & Planeta.

O ministro ainda atacou a cineasta Carla Camurati por não ter retratado dom João VI como “um grande herói” em “Carlota Joaquina”. O filme é uma comédia, não um documentário. Reuniu um elenco estrelado e impulsionou a retomada do cinema brasileiro, que Vélez também parece desprezar.

MORAL E CÍVICA – Mais adiante, ele defendeu a volta das aulas de moral e cívica, impostas pela ditadura militar. A patriotada não vai tirar o Brasil da lanterna dos rankings internacionais de educação. Quem estuda o assunto sabe que os alunos precisam de reforço em disciplinas mais importantes, como matemática e ciências.

O besteirol de Vélez não se limita aos chavões reacionários. Em outra entrevista recente, ele disse ao “Valor Econômico” que as universidades “devem ficar reservadas para uma elite intelectual”.

TESE ANTIECONÔMICA – De acordo com o IBGE, os brasileiros com ensino superior ganham 2,5 vezes mais do que os que têm apenas o ensino médio. A taxa de desemprego entre os diplomados é a metade da média nacional. Além de excludente, a tese do ministro é antieconômica.

Em 2007, o rei Juan Carlos silenciou Hugo Chávez com uma pergunta famosa: “Por qué no te callas?”. Vélez é fã da monarquia. Agora que virou ministro, deveria se aconselhar com o ex-soberano espanhol.

A grande missão do Democratas no poder!

Por:Genésio Jr.

Em 13 de agosto de 2010, num comício da campanha da candidata à Presidência. Dilma Rousseff, em Joinville (SC), o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que chegava o momento de “extirpar” o partido Democratas da política brasileira. Era um dos momentos de mais alto prestigio de um Presidente da República.

Todo esse clima de animosidade vinha ainda de 2005. “A gente vai se ver livre desta raça por pelo menos 30 anos”, em referência ao PT e à esquerda brasileira. Era o ano do Mensalão. Essa foi uma famosa frase do então senador Jorge Borhausen, presidente do entigo PFL,  que foi colocada pela máquina petista como uma referência racista. O PFL teve que mudar de nome senão seria extinto pelo prestígio de Lula, que elegeu Dilma, à época, com o Brasil crescendo 7,5%, lá em 2010.

O partido até então era um fortaleza no Nordeste. Tinha a força de Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA), que foi o último poderoso no Senado e no Congresso Nacional ,antes dos muitos anos de PMDB, hoje MDB, mandando e desmandando.

Agora, o Democratas voltou a ser poderoso, portentoso, junto num momento em que um presidente da República é eleito e inicia seu governo falando que não tem essa de acordos com partidos políticos. O Democratas elegeu nessa sexta-feira, 1º de fevereiro, de forma mais tranquila, o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) para seu terceiro mandato de presidente da Câmara dos Deputados. Nesse sábado, 2, de forma surpreendente, o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) se elegeu, com muita polêmica e emoção, para comandar o Senado e o Congresso Nacional. Interessante é que o partido seja presidido pelo prefeito de Salvador, Antônio Carlos Magalhães Neto, o ACM Neto, nada mais nada menos que o terceiro da linha família do velho, e já falecido, Antônio Carlos Magalhães.

Os petistas e afins divulgaram no final de semana que depois dos militares voltarem ao poder, agora o país é mandado pela velha Arena! Pilhéria e ironia – as mais saborosas armas não letais da política.

O Nordeste que por anos a fio tinha algum dos seus controlando algumas das casas legislativas, agora, ficou de fora. O Nordeste já não foi lá atendido na alta cúpula do Governo Federal. O Presidente Jair Bolsonaro nunca explicou bem essa questão. No caso do Congresso, a lógica sempre foi dos grupos partidários. Na formação de um governo de um país continental e federalista, como o nosso, seria natural que esse peso fosse analisado, não foi! Há quem diga que seria uma estratégia do Presidente Jair Bolsonaro, que não venceu eleitoralmente na região, como se sabe, para se impor de uma forma particularíssima! A se ver.

O Democratas que chega ao poder com as vitórias no Congresso e tem três ministérios importantes no Governo Bolsonaro não tem nada haver com a velha Arena, o “Maior Partido do Ocidente” como já se falou naqueles anos. O Democratas continua sendo um partido conservador, mas não tem o perfil de um legitimador de um governo de exceção. Hoje, o Democratas é o que mais se parece com um partido que seria legitimador de um novo conservadorismo. O PSL partido do presidente da República, Jair Bolsonaro, é só um amontoado de políticos, muitos deles sem compromissos partidários, tão-somente movidos pela onda bolsanarista.

O Democratas surgiu, sim, para sobreviver a onda petista, mas há algum tempo é uma resistência de um jeito de pensar política. O partido, nesse novo momento, tem responsabilidades importantes frente ao que se apresentou.

Todo mundo sabe que o Governo Bolsonaro é formado por quatro grupamentos que formam uma mesa de poder. O político, o econômico, o militar e o jurídico. Nessa mesa de poder, as mais avaliadas reflexões indicam que a “perna” política talvez seja a mais frágil! O arrivismo de alguns dos mais próximos do Presidente obriga o Democratas a emprestar profissionalismo. Antes, parecia só coincidências. Agora, parece ser uma grande missão!

ACM Neto é o presidente do Democratas / Foto: Varela Notícias

ACM Neto é o presidente do Democratas / Foto: Varela Notícias

Lembrança da Rádio Educadora de Parnaíba. * Vicente de Paula Araújo Silva, Potência.

 

 

Ontem, 02/02/19, participei da festa de comemoração dos 90 anos de idade da amiga Tereza Ayres, num clima de alegria total, onde, em sua residência, houve algumas falas, culminadas com a apresentação da aniversariante contando fatos resumidos de sua trajetória na vida familiar, escolar e profissional.

A parte musical ficou ao cargo de um bom trio musical com algumas inserções de sua mana Dedé cantando canções que marcaram época e estão registradas no cancioneiro musical popular brasileiro.

Ao falar da amizade que reina entre os seus familiares, quase todos poetas a partir de Francisco Ayres, seu pai, lembrei-me de um fato acontecido, quando, eu ainda garoto, fui assistir no auditório da Rádio Educadora de Parnaíba – PRJ4 ZYE7 – um concurso de músicas de carnaval participado por integrantes do cast da emissora e outros compositores, entre eles o seu irmão Antônio da Mota Ayres e o saudoso músico Miguel Leite.

Estávamos numa noite de inverno no momento em que o Antônio Ayres se apresentou cantando uma marchinha que ainda lembro um trecho, a qual dizia:

OI , DEIXA CHOVER

DEIXA MOLHAR

POIS NO MOLHADO

É MELHOR DE SE BRINCAR.

A CHUVA VEM

ME SINTO BEM

ELA MOLHA POR FORA

E EU POR DENTRO TAMBÉM.

E, ao cantar o trecho “ela molha por fora e eu por dentro também”, fez a expressão mímica de quem estaria tomando uma lapada da danada cachaça. O pessoal vibrou aplaudindo e ele conseguiu o 2º lugar do certame. * Vicente de Paula Araújo Silva, Potência.

E agora?

É preciso reconstruir a confiança entre sociedade e poder. Não parece que o presidente atual tenha essas qualidades

Por:  Fernando Henrique Cardoso

Fazer campanha é uma coisa, governar é outra. O novo governo mal começou, por isso tenho sido cauteloso ao falar dele. Dei algumas entrevistas na França e participei de discussões. Num diálogo na Maison de l’Amérique Latine sobre o último livro de Alain Touraine, quatro ou cinco ativistas pertencentes a um “coletivo” levantaram uma faixa. Nela se lia: “Lula livre!” e algo sobre os “golpistas”. Como não fui eu quem mandou prender Lula, foi a Justiça, e jamais participei de golpe algum, vi o “ato” com fleuma. Mas, de ato em ato, se vai formando no subconsciente das pessoas e da mídia a convicção de que houve um golpe no Brasil que destituiu Dilma Rousseff. Estaríamos agora, com a eleição de Bolsonaro, caminhando para o fascismo.

As perguntas feitas por alguns jornalistas tinham esse pano de fundo. Que o governo é “de direita” é certo, assumidamente. Que haja fascismo, só com má-fé. Os que ouviram na TV Globo as declarações do general Mourão podem eventualmente discordar, mas nada há de fascismo nelas.

No governo existem tendências autoritárias e gente que vê fantasmas no “globalismo”. Também há pessoas que, contra os supostos males da “ideologia de gênero”, advogam que meninos usem roupas azuis e meninas, cor-de-rosa. Mais grave, existem pessoas do círculo familiar do presidente que parecem ter relações bem próximas com as milícias cariocas. Já houve quem dissesse, e é certo, que a democracia é como uma planta tenra, precisa ser regada todos os dias. Cuidemos, pois, para evitar o pior. Que a essas tendências se oponham outras, abertamente democráticas.

O governo atual é consequência do medo (da violência que se espraiou), do horror à corrupção política (a Justiça e a mídia mostraram que ela é epidêmica) e da ansiedade pelo “novo”. Que temos culpa no cartório, os do “antigo regime”, é inegável. Se não culpa pessoal, culpa política. Nesse caso, de pouco adianta bater no peito.

É preciso reconstruir os laços de confiança entre a sociedade e o poder, o que requer liderança e ação institucional. Não parece que o presidente atual tenha as qualidades para tanto. Mas também as oposições estão em jogo: se simplesmente se opuserem a tudo ou aderirem acriticamente ao governo, pobre democracia.

O PSDB precisa reconhecer que perdeu feio e analisar o porquê disso, bem como atualizar-se. Será capaz? Não sei. O mundo mudou muito, a própria “social-democracia” é datada. Ela correspondeu ao que de melhor poderia haver nos marcos do capitalismo industrial, ao longo do século 20: a conciliação entre a “lógica do capital” e os valores da liberdade e da igualdade, do ideal democrático. A expressão dessa conciliação foram os Estados de bem-estar construídos nos países industriais avançados, nos quais se inspiraram líderes e partidos latino-americanos que chegaram ao poder depois do predomínio do autoritarismo na região.

A resposta aos novos desafios é mais difícil – não só no Brasil e na América Latina, também nos “países centrais” – do que foi a resposta social-democrata na época do desenvolvimento capitalista urbano-industrial. Como dar ocupação e renda à maioria da população em economias globalizadas, em que o aumento de produtividade dependerá cada vez menos de mão de obra não especializada e mais de conhecimentos, habilidades, capacidades de adaptação e invenção que podem ser oferecidos por trabalhadores especializados ou máquinas inteligentes?

Mesmo que se possa assegurar uma renda mínima decente a todos, como resolver a questão da ocupação das pessoas marginalizadas do mercado de trabalho? São questões para as quais não existem respostas prontas. Mas tampouco o liberalismo econômico as tem. É ilusão acreditar que o crescimento da economia contemporânea solucionará por si os novos desafios da “inclusão social”.

E nós, aqui, vamos empurrar a questão da equidade para debaixo do tapete e rezar para que o “mercado” resolva tudo? É a tal tipo de visão que os social-democratas vão aderir? Ou os setores da sociedade fortemente comprometidos com a democracia, com as liberdades e com ideais de maior igualdade e dignidade humana terão forças para atualizar o ideário e abrir caminhos novos? A ver… É esse o enigma que nos espera. Diante dele, xingamentos e conceitos historicamente esvaziados(como o de fascismo) são insuficientes tanto para explicar o que acontece na sociedade quanto para apontar os rumos do futuro.

Nessa falta de rumos tanto o governo como as oposições estão enredados. Até o momento a agenda governamental é a da campanha: bandido bom é bandido morto, cadeia para os corruptos, adesão a outro pensamento único, o de Trump, e assim por diante. Mas a solução para os problemas da criminalidade, da violência, da corrupção, do lugar do Brasil no mundo não admite respostas singelas.

É preciso retomar o ritmo positivo da economia, o que depende de equilibrar as contas públicas e assegurar a solvência do Estado. Por isso, entre as múltiplas questões em pauta a reforma da Previdência prima. Seu andamento depende não apenas de coordenação política no Congresso, uma tarefa complexa, mas também de o governo definir um rumo claro a seguir e convencer a sociedade de que essa reforma é um passo necessário. Não se põe em marcha tal processo sem uma visão convincente sobre para onde se quer conduzir o País.

Esse desafio é não só do governo, mas do País. Portanto, as oposições têm papel em seu encaminhamento e solução. Jogar fora a “pauta social” e substituí-la por outra, “econômica”, não nos conduzirá pelo bom caminho. Aderir ao governo para obter vantagens políticas repugna ao eleitorado.

Mantenhamos nossas crenças, tomemos posições claras, sem adesismo ao governo nem irresponsabilidade com o País. Sobretudo, imaginemos, critica e criativamente, como atualizar o ideário da social-democracia, cujas fronteiras não se limitam ao PSDB.

Senado dá o ‘exemplo’ que o Brasil não quer

Vitória e confusão: Davi Alcolumbre comemora eleição para presidência do Senado após processo cheio de confusão  (FOTO: Senado / Divulgação)

POR: Fenelon Rocha

Muita gente não deu importância à primeira fala do recém-eleito senador Aroldo de Oliveira (PSD-RJ). Mas talvez tenha sido a fala que mais traduziu os dois dias de discussão (ou bate boca) em torno da escolha do novo presidente da Casa. “É envergonhado que eu profiro as minhas primeiras palavras na tribuna do Senado“, disse Aroldo, um político que estava há 36 anos na Câmara e surpreendeu em outubro ao conquistar uma vaga no Senado.

As palavras de Aroldo foram pronunciadas exatamente no momento em que ia votar na eleição do novo presidente do Senado. Uma eleição confusa, onde há até mesmo suspeita de fraude. Foram dois dias de vexame: decisões autoritárias, roubo de pastas e a velha judicialização, obrigando o presidente do Supremo Tribunal Federal a decidir sobre como os senadores deveriam votar. Ao final, Davi Alcolumbre (DEM-AP) venceu, superando o velho cacique Renan Calheiros (MDB-AL).

É nesse contexto que surge a fala de Aroldo de Oliveira:

– É envergonhado que eu profiro as minhas primeiras palavras na tribuna do Senado da República para onde eu vim após 36 anos como deputado federal na outra Casa. O povo brasileiro sente-se justificado com a sua percepção de que esta Casa não é uma Casa séria. E eu estou envergonhado em nome do povo brasileiro – afirmou.

De fato, foi um vexame. E o novo presidente do Senado tem duas grandes tarefas. A primeira, apaziguar os ânimos de uma Casa que se dividiu e se engalfinhou em um triste espetáculo. Segundo, dar mostras de que o Senado, ao contrário da percepção popular lembrada por Aroldo de Oliveira, é sim uma instituição séria.
Alcolumbre presidente. E agora?

A sexta-feira começou com Renan Calheiros (MDB-AL) favorito na corrida pela presidência do Senado. Mas havia um movimento que achava que um quinto mandato de presidente para Renan passava da conta: seria um recado de que o Senado estava longe dos anseios de uma sociedade que pede mudança. E esse movimento ganhou corpo na figura de um pouco conhecido Davi Alcolumbre (DEM-AP).

Alcolumbre mostrou força política logo na votação que assegurou eleição com voto aberto. Resistiu aos ataques e, em uma eleição que ficou para o sábado, terminou vencendo – ou melhor, Renan perdeu. Mas o novo presidente do Senado deixa dúvidas. Primeiro, sobre a estabilidade da Casa. Segundo, sobre a própria capacidade de liderar não apenas o Senado, mas até mesmo o andamento de uma simples sessão.

As dúvidas permanecem: Alcolumbre é presidente. E agora?

Aos Heróis de Minas.

 

 

* Por Marcello Silva

Enquanto as montanhas sagram lamas pelos poros, vomitando desesperança pelo vale, outrora verde, homens vestindo coragem desafiam o próprio limite do corpo e da mente na tentativa de amenizar tamanha dor e desilusão neste pedaço de Minas.

Desde cão Thor, policiais, civis voluntários e bombeiros, principalmente. Esses últimos que não têm rosto e nem nome. Vestem marrons e rastejam sobre a lama a procura de um sopro de vida, quando não, por um corpo apenas que amenize a dor de uma família.

 

Heróis cansáveis com suas máscaras contra o mau cheiro. Eles choram de exaustão e dor diante da imensidão de lama; diante do corpo humano desfigurado pela cobiça; diante do seu salário parcelado em três vezes e seu 13º ainda sem previsão.

Esses heróis machucados e que sangram, mas esquecem sua própria dor em prol da dor de outrem, diante do cenário desolador. Heróis sem HQ e sem aplausos que tem sede de água e de justiça. Heróis que se reconhecem na face enlameadas do seu próximo entre os galhos.

Heróis que vibram com o aceno de um resgatado, seja ele um homem ou um cão. Heróis que amam a vida em sua mais ampla definição. Nem mil medalhas serão suficientes para recompensar teus esforços nesses últimos dias e dos dias que ainda virão.

Bombeiros de Minas, Maranhão, São Paulo, Rio… Em Brumadinho se tornam uma única corporação: Heróis de Minas e eles vestem a esperança de um país que ainda mantém a fé em acreditar em dias melhores.

Marcello Silva é contador e estudante de Direito.

Um mês de Bolsonaro

Ao completar um mês no cargo, o presidente Jair Bolsonaro avalia que seu governo está no rumo certo.

Não é costume avaliar-se um governo com apenas um mês de mandato. Isso costuma ser feito a partir dos 100 dias.

Mas, como é o próprio presidente que antecipa a avaliação, então que ela seja feita agora.

Nestes primeiros 30 dias de mandato, Bolsonaro enfrentou uma queda-de-braço entre integrantes de sua equipe.

Ainda não existe um entrosamento entre seus ministros. Falta também articulação política com o Congresso Nacional para aprovar suas reformas.

Sem trégua

É fato, porém, que o governo começa praticamente sem a trégua que se concede a todo governo em todo início de mandato.

Além disso, tenta-se atingir o presidente com investigações de seu primogênito, o senador diplomado Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), que toma posse hoje.

A mídia vem se ocupando mais desse episódio e de fatos pitorescos protagonizados por ministros, como a que diz ter visto Jesus em uma goiabeira, do que com aspectos macros da economia e da política.

Armas de fogo

A medida governamental de maior impacto, nesse período, foi a da flexibilização do uso de armas de fogo. Trata-se do cumprimento de uma promessa de campanha.

O governo Bolsonaro vinha dizendo que a preservação do meio ambiente não seria uma prioridade. Então, foi surpreendido com a tragédia do rompimento da barragem de Brumadinho, em Minas, e se viu obrigado a mudar de postura.

Cobrança

O presidente fez uma viagem internacional, a Davos, na Suíça, para participar do Fórum Econômico Mundial. E cobrou-se que ele assumisse uma posição de líder mundial quando ainda não assumiu direito nem a presidência do Brasil.

Pessoalmente, Bolsonaro ainda enfrenta limitações de saúde, decorrentes das duas cirurgias a que se submeteu após ser vítima de um atentado na campanha eleitoral.

E teve que baixar outra vez ao hospital, esta semana, para uma terceira operação. É de lá, da sala de um hospital, que ele governa o país neste momento.

Mudanças

Em resumo, o governo Bolsonaro enfrenta problemas comuns a todo governo que está em seu início.

Até aqui, o presidente jogou sozinho. O Congresso Nacional e o Judiciário estavam de recesso e entraram em campo agora. O jogo para valer começará em breve.

O presidente foi eleito para mudar. E isso, ao seu modo, ele está começando a fazer. Seu ministério, por exemplo, foi composto sem a interferência do “toma lá, da cá”, jogo que impera há décadas na política nacional.

Só uma oposição inconsequente e uma mídia apressada pode cobrar mais de um governo que ainda nem conhece o governo.

Barragens:”Alertar não é fazer terrorismo”

Por:Arimatéia Azevedo

O governador Wellington Dias deu entrevista ontem, pedindo que não se faça alarde, ou seja, não se faça verdadeiro terrorismo sobre eventuais riscos que oferecem as barragens do Piauí. Apesar de um relatório apontar que 31 delas estão em nível de preocupação, este jornalista tem chamado a atenção especialmente para quatro: em José de Freitas, em Campo Maior, em Piripiri e Piracuruca. Nesta última, até o filho ilustre da terra, o desembargador Luiz Brandão de Carvalho, já manifestou preocupação ante o risco que ela oferece, de romper.

Tudo bem que o governador externe essa calma, avisando que as barragens estão sob controle. Mas, como ele próprio se referiu ao arrombamento da barragem de Algodões, em Cocal, que poderia ter sido evitada, aqueles tristes fatos já servem de norte para evitar outras tragédias. Então, não custa ficar atento e, ao contrário de Algodões, o governador precisa se cercar de bons técnicos exatamente para evitar o que ocorreu em Algodões. Não há negar, sua excelência se cercou de péssimos auxiliares, tanto que um deles chegou a garantir que rasgaria o diploma se a barragem rompesse quando até o então prefeito da cidade havia retirado as famílias das áreas de risco e, por conta da bravata do tal engenheiro, teve que retorná-las para, infelizmente, serem engolidas pelas enxurradas, uma semana depois.

Por tudo que ocorreu em Algodões, onde a maioria das vítimas ainda hoje aguarda pelas indenizações, só se espera que elementos daquele naipe não estejam no grupo que cuida das barragens de hoje. Portanto, para evitar a repetição de tamanha desgraça, ainda que se pareça ‘terrorismo’, os alertas devem ser repetidos.  

Paes Landim pode ser ponte de Wellington com o Planalto

Por:Fenelon Rocha

O governador Wellington Dias (PT) poderá ter em Brasília uma nova ponte de ligação0 com o governo federal. Trata-se do deputado Paes Landim (PTB), que encerra hoje seu 8º mandato na Câmara dos Deputados. Landim, no entanto, pode ficar pouco tempo sem assento na Câmara, já que há grande possibilidade de retornar ao Parlamento federal como suplente no exercício do mandato. E isso pode ser um aceno importante do Palácio de Karnak ao Palácio do Planalto, ao governo de Jair Bolsonaro (PSL).

Paes Landim tem estreita relação com os militares, tanto que quase toda verba que destina a obra de infraestrutura tem como executor o BEC, o batalhão de engenharia e construção do Exército. Assim, dialoga com desenvoltura diretamente com o núcleo central do governo Bolsonaro. Há assessores de Bolsonaro em Brasília que reforçam essa atenção ao parlamentar piauiense. Há também dentro do governo Wellington quem veja com bons olhos esse movimento de deferência ao Planalto.

Paes Landim: retorno do deputado à Câmara pode garantir ponte entre Wellington Dias e o governo de Jair Bolsonaro 

A chance de Paes Landim assumir sempre foi colocada nas discussões políticas, desde o resultado das eleições proporcionais de outubro. Primeiro avaliou-se a possibilidade de Wellington chamar dois deputados federais para cargos no primeiro escalão do Executivo, o que abriria vaga para Merlong Solano (PT) e Landim, primeiro e segundo suplente. Esse cenário mudou e agora a ideia é que o governador chame apenas um deputado federal, no caso o deputado Fábio Abreu (PR).

Nesse caso, a vaga seria para Merlong. Mas ainda assim há chance de Paes Landim ser chamado, já que é bastante provável a presença de Merlong no secretariado a ser formado após a reforma administrativa. Aí, então, o decano dos deputados piauienses manteria a cadeira no Parlamento, assumindo a vaga do licenciado Fábio Abreu.

Mas nada disso vai ser definido agora. Wellington vai primeiro aprovar a reforma administrativa, definir o tamanho do Estado (e o tanto de postos a serem preenchidos) para aí então cuidar do sempre complicado jogo de acomodação política.

Mariana, Brumadinho…, qual a próxima tragédia?!

Por:Fernando Gomes(*)

O novo desastre com a barragem de rejeitos de minérios, ocorrido na sexta feira (25), desta vez em Brumadinho (MG), é uma triste consequência da lição não aprendida pelo Estado brasileiro e pelas mineradoras com a tragédia da barragem de Fundão, da Samarco, em Mariana (MG), também controlada pela Vale.

Inadmissível que, pouco tempo após o acidente de Mariana, ocorra outro semelhante na mesma região, com a mesma empresa, com a mesma operação. Inaceitável esse desastre! Os números são inadmissíveis. Nem sequer foram remediados os danos de Mariana: os (ir)responsáveis não foram penalizados; e as pessoas atingidas não receberam compensação, embora nada compense a perda de entes queridos.

E agora se vê a mesma empresa envolvida nessa tragédia de Brumadinho. Conforme especialistas, essa barragem era considerada de baixo risco, mas de alto dano. A Vale falhou. Falhou gravemente e como consequência centenas de mortes. Portanto, não é um acidente, é um crime!

Acontecer tragédia, seguidamente, com a diferença de apenas três anos demonstra um problema de competência técnica. Sabe-se que a Vale é uma empresa grande, mas alguma falha grave ocorreu para que este fato-crime se repetisse em tão curto espaço de tempo. Isso mostra que não houve aprendizado com a primeira tragédia. Brumadinho é produto da impunidade de Mariana! Além, claro, da irresponsabilidade da empresa!

Tragédias trazem consigo a lição de que os erros não podem ser cometidos novamente. Lição que nem a Vale e nem as autoridades aprenderam. Estamos fazendo as mesmas perguntas, ainda sem respostas!

As empresas são necessárias, geram emprego, geram riqueza, mas tudo nessa vida tem limites. E estão faltando limites. Daqui a quanto tempo vamos falar sobre o mesmo assunto? Por que vai ocorrer outro acidente. O modelo de exploração de minério está errado. Esta barragem estava em seu uso máximo e sendo desativada. Para tanto deveria ter um plano de contingência, de recuperação e tinha que estar em permanentemente monitoramento e fiscalização. Fica evidente que isso não estava acontecendo. A Vale deveria ter aprimorado os protocolos, os sistemas de alerta e as medidas de monitoramento das condições de instalação da barragem.

Minérios são um recurso finito que devem ser explorados de forma estratégica e com regime de licenciamento e fiscalização rígidos. A reciclagem e reaproveitamento devem ser priorizados. Infelizmente, grupos econômicos com forte lobby entre os parlamentares insistem em querer afrouxar as regras do licenciamento ambiental, o que, tem-se alertado, significaria criar uma ‘fábrica de Marianas’. Casos como esse, portanto, não são acidentes, mas crimes ambientais que devem ser investigados, punidos e reparados com todo o rigor da lei.

Estes casos reforçam a importância de o licenciamento ambiental ser feito de forma técnica, eficiente e com ações de monitoramento. No Congresso Nacional tramita o Projeto de Lei Nº 3279/2004 que busca criar um novo “sistema” de licenciamento ambiental. O substitutivo elaborado pelo deputado Mauro Pereira (MDB/RS), relator da Comissão de Finanças e Tributação, acaba, na prática, com o licenciamento ambiental brasileiro. O substitutivo de Mauro Pereira permite a dispensa e a simplificação do licenciamento, sem critérios ou diretrizes gerais, o que fere princípios Constitucionais e cria insegurança jurídica.

Outra reflexão que vem à tona diz respeito à impunidade dos responsáveis. No caso de Mariana, as empresas Samarco, Vale e BHP levaram as autoridades no “bico” por quase três anos, até fechar um acordo de indenizações em parcelas. Dos 22 indiciados pelo Ministério Público 21 foram acusados de homicídio. Três anos depois, ninguém está preso. 

Não pode mais ter impunidade com quem comente crimes ambientais como estes. A impunidade gera na sociedade e nas empresas um desleixo com as medidas que precisam ser adotadas. Desta vez, embora o volume de rejeito seja bem menor, essa é uma bacia muito mais populosa, com o Rio Paraopeba, muito viscoso, usado muito para pesca, abastecimento de Belo Horizonte e também formador da Bacia do Rio São Francisco. Então o dano pode ser maior do que o ocorrido ao Rio Doce.

Os danos ambientais ainda não estão mensurados, mas certamente são enormes. Na direção da lama tem muita Mata Atlântica, muita fauna. A lama está atravessando uma área que é da própria Vale e certamente vai matar uma parte da floresta, muitos animais silvestres e deve chegar à água. A gente não sabe ainda quais as consequências para o rio, que já está debilitado, em mau estado, mas ainda fornece água para parte da população. E vai chegar com lama tóxica, então ninguém vai poder beber dessa água e a captação de água terá que ser interrompida.

Segundo o Serviço Geológico do Brasil, a lama percorreu, até este domingo, (27) 46 quilômetros pelo rio Paraopeba, chegando perto da usina termoelétrica de Igarapé, em Juatuba (MG). A estimativa é que a lama percorra 310 quilômetros até desembocar na usina de Retiro Baixo, em Pompéo (MG). O que certamente ampliará as consequências deste trágico desastre.

Sem justificativas, Mariana e Brumadinho foram vítimas de crimes com a mesma explicação: a mineração e as escolhas econômicas, a ganância acima das vidas humanas. Levando à edição de tragédias repetidas! Que a revolta, a indignação e a tristeza sejam suficientes para que não se repitam dramas como este!

(*) Fernando Gomes, sociólogo, eleitor, cidadão e contribuinte parnaibano.

Brasileiro ainda lê pouco e mal

Por:Janguiê Diniz (*)

Trinta por cento dos brasileiros nunca compraram um livro. O dado vem da Pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, do Instituto Pró-Livro. O estudo também mostra que a média de leitura per capita nacional é de 4,96 livros ao ano – levando em consideração apenas os livros lidos por completo, o índice cai para 2,43. A leitura enquanto hábito ainda é uma dificuldade do Brasil e traz diversos reflexos, não só de ordem cultural, mas de formação social e linguística.

Apesar de um pequeno avanço (na pesquisa realizada em 2011, cada brasileiro lia em média 4 títulos por ano), se retirados os livros didáticos da conta de leitura anual, a média per capita cai para 2,9 livros anuais, patamar muito aquém dos países desenvolvidos: na França, o número é de 7 obras por ano; nos Estados Unidos, 5,1 e na Inglaterra, 4,9. Essa diferença é realçada por outro levantamento, desta vez do Banco Mundial, que aponta que os estudantes brasileiros devem levar cerca de 260 anos para atingir a qualidade de leitura de alunos de países desenvolvidos. Essa lentidão acarreta uma grave crise de aprendizagem.

Mas de onde vem toda essa dificuldade de afeição à leitura? A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) preconiza que só há leitura onde esta é um hábito nacional e esse hábito vem de casa, além de haver o estímulo à formação de novos leitores. Dá para ver aí o porquê de toda a dificuldade do Brasil.

É certo que não há só uma origem, mas uma conjunção de fatores que minam o apreço do brasileiro pelos livros. O que considero mais grave é mesmo a falta de hábito, da cultura do ler. Não somos incentivados a ler – ao menos, não da forma correta, aparentemente. Ainda mais, a importância e até a “magia” da leitura não nos é mostrada como deveria. Nas escolas, livros paradidáticos são empurrados à força para os estudantes, que precisam lê-los e decorá-los apenas com vistas a conseguir uma boa nota na prova. Além disso, os livros considerados “clássicos” a que somos submetidos ainda na adolescência possuem linguagem e, às vezes, até temas inadequados para mentes de 13 a 18 anos. E quando os primeiros contatos com as páginas não são proveitosos, dificilmente o estudante irá buscar outras obras. Especialistas hoje já recomendam que se reveja a lista dos clássicos abordados nas escolas, com títulos mais recentes e até menos volumes, para que cada publicação possa ser melhor analisada.

Admiro iniciativas – e há várias espalhadas pelo país – que tentam tornar a leitura uma experiência prazerosa e lúdica, para além da formalidade. Contação de histórias, estudo aprofundado de obras, integração de recursos como teatro e música são algumas das saídas que escolas e instituições têm achado para promover o hábito de ler. Estas deveriam se tornar padrão nacional. A educação é fundamental para o desenvolvimento de qualquer país e ela passa, inexoravelmente, pela leitura. Quando tivermos melhores leitores, certamente teremos melhores egressos deixando as escolas – sejam públicas ou privadas. Isso porque a leitura estimula o pensamento e a imaginação, mas também a criticidade e a reflexão sobre a realidade.

(*) Janguiê Diniz – Mestre e Doutor em Direito – Fundador e Presidente do Conselho de Administração do grupo Ser Educacional 

Gancho de tirar balde. *Por Pádua Marques

 

 

No tempo que a Parnaíba era feito um buraco e nesse buraco não havia água que prestasse pra se beber, porque não havia água encanada, quase todo mundo, quase toda família tinha um poço no fundo do quintal. Poço que dava água da boa, limpinha e cristalina que quando trazida pra dentro do pote ou do filtro pra se beber, era coisa de causar refrescância na garganta e nos peitos.

Água pra lavar fundo de rede e roupa de todo mundo, lavar penico, prato, caneca, cozinhar, fazer café, tomar banho, aguar planta e até de vez em quando jogar no cachorro pra espantar as pulgas, molhar a pasta antes de escovar os dentes e outras tantas coisas, que se eu pego a contar não saio mais daqui hoje.

Em casa onde havia muita criança a mãe corria era estreito na hora de lavar tanta roupa e as redes na beira do poço. E pra quem um dia foi menino, a hora de encher os potes era uma missão dolorida quando se era preguiçoso. Porque nesse tempo ninguém sabia o que era água encanada e se ninguém sabia como era que a água passava dentro dos canos, calcule só conhecer uma torneira.

Eu vim conhecer uma torneira já quando havia trocado os dentes, quando fui um dia na casa de uma minha professora, dona Evangelina, filha do doutor João Silva. Foi uma maravilha aquela coisa de ferro saindo água por aquele bico fino. Aquilo só podia ser coisa de americano ou de gente que tinha muito dinheiro. Mas a história hoje é outra. Naquele meu tempo tudo que não agradava a gente ganhava logo um apelido. E um apelido pra quem era muito magro era gancho de balde.

Toda casa que tinha poço tinha que ter um gancho de tirar balde. Ou mais de improviso, um arame de tirar balde. Era feito de ferro ou de arame grosso e servia pras emergências quando o balde por qualquer razão caia no fundo do poço. Lá estava aquele monte de gente falando ao mesmo tempo, uns dando ordens, outros alarmando, outros falando nome feio, as mulheres botando os meninos pra dentro. Porque descuido em beira de poço é coisa de esfregar um olho e se está lá no fundo!

Gancho de tirar balde era assim feito aquele último recurso, um SAMU de poço. Caiu um balde e lá se corria a mão atrás dele na cozinha, na oficina ou na despensa. Vivia enferrujado, esquecido, todo danado, mas era cair um balde e lá estava ele, pronto. E o pior era quando o balde caia de borco. Danação. Horas e mais horas naquela tentativa de desvirar o bicho, botar a boca do balde pra cima. A paciência se esgotando.

Até que se resolvia de alguém, um menino desses bem danados de preferência, haveria de descer e desemborcar o balde e subir com ele. Descido e feito o serviço, lá subiam ganhando palmas e mais palmas, o menino, o balde e o gancho de balde. A gente espera daqui de cima e de fora, que não seja necessário, quando alguns prefeitos caírem no poço da gastança dentro de mais alguns meses, usar o arame de balde. Porque dá um trabalho danado tirar governo ruim do fundo do poço. * Pádua Marques é jornalista e escritor, membro da APAL e do IHGGP entre outras entidades. 

É hora de reconhecer quem constrói e quem destrói!

POR:BERNARDO SILVA

A inauguração, pela Prefeitura de Parnaíba, na última sexta-feira, da Farmácia Municipal Dr. Raul Bacellar,  leva qualquer parnaibanos isento e lúcido a concluir que a luta do governo Mão Santa tem sido intensa, ingente e diuturna, para recuperar tudo o que destruíram e/ou abandonaram na cidade, os ex-prefeitos Zé Hamilton e Florentino Neto(PTB/PT), durante 12 longos anos em que estiveram no poder, com o apoio de Wellington Dias, que desde 2003 manda no Estado. Houve um hiato em 2011/2014,  quando Wilson Martins foi governador, com todo o apoio do PT, visto que Martins foi vice de W. Dias.

A UPA 24 horas foi deixada abandonada por Florentino Neto, que foi premiado por Wellington Dias com o cargo de secretário de Estado da Saúde, após perder a eleição para Mão Santa. Logo no início de 2017, fomos com Mão Santa e o então secretário de Saúde Valdir Aragão saber da UPA. Estivemos no local e nos foi informado que o então prefeito e hoje secretário de saúde Florentino havia deixado um débito de pouco mais de 600 mil reais, junto à empresa construtora. A prefeitura buscou Florentino em Teresina e este disse que iria pagar o débito, daria mil reais, em 3 parcelas, a partir de julho daquele ano. Mão Santa e Valdir Aragão deram um voto de confiança ao petista e acreditaram. Mas tal não aconteceu. Foi só mais uma mentira.

A Farmácia foi só uma etapa do que o prefeito Mão Santa pretende para o local. Outras estruturas do município, como como o Centro de Especialidades Médicas e de Odontologia para lá vão ser transferidas, economizando dinheiro de aluguel. Aliás, já são dezenas de postos de saúde que a prefeitura construiu nesses dois anos, economizando dinheiro de aluguel, por a prioridade das gestões PT/PTB era alugar casas de amigos do governo, a preços exorbitantes, para funcionar postos de saúde. Locais onde não havia acessibilidade para os portadores de necessidades especiais. Vereadores como o Diniz sabem disso, porque viviam apresentando requerimentos pedindo a construção de acessos nesses postos.

Pois bem. Há algum demérito no gestor, que valoriza o dinheiro público, fazendo funcionar o que encontrou parado, abandonado, como foi o caso, por exemplo, do CEU das Artes??? Demérito não seria abandonar uma obra iniciada ou fechar o que estava funcionando para o benefício da população? Afinal, nessas obras são empregadas dinheiro público, que falta na saúde, educação, infraestrutura, enfim, dinheiro da população que esse povo do PT vinha jogando no lixo, não jogava dentro do bolso!….

Vejam alguns exemplos que diferenciam uma gestão que constrói, recupera, refaz e dá funcionalidade às coisas, de outras que abandonam e destroem, deixando sem funcionar….

Grupo Escolar José Narciso. Por que fechar escolas, quando a população em idade escolar só aumenta? Patrimônio histórico da população, abandonado pelo governo Wellington Dias.

Aqui funcionou o Centro Materno Infantil e o Sopa na Mão, etc., gestão do governador Mão Santa. Não cabe aqui a instalação de um órgão do estado para trabalhar a assistência Social???

Antiga Gerência Regional de educação. Um prédio em ótimas instalações, abandonado. Nenhuma funcionalidade. No quintal, há uma construção de uma quadra, que serviria os alunos do Edson da Paz Cunha. Iniciada e abandonada. São só três exemplos. E eu nem falei da desumanidade que fazem com os idosos do abrigo São José…. Vamos parar por aqui, por enquanto.

…Enquanto isso, aquela “Águia”, do alto de sua ignorância, só observa…

A tragédia de Mariana era um retrato na parede que se tornou realidade novamente

Na lama,as equipes de resgate continuam buscando as vítimas

Roberto Nascimento

Como dói em nós agora essa tragédia de Brumadinho, um repeteco de Mariana, tão igual que a mesma empresa, a Vale, está no epicentro do rompimento da barragem. O tema da destruição do planeta, provocado pelas agressões ao meio ambiente, tão propalado pelos cientistas e negado por políticos e governantes de todas as tendências, é crucialmente necessário e suficiente. Desconhecem essa situação somente os céticos e aqueles que não querem ver a realidade lancinante sobre nossas retinas fatigadas pelo tempo.

O exemplo chinês também é devastador. A China, na busca desenfreada rumo ao sistema capitalista, está acabando com o meio ambiente.

CHINA E BRASIL – O ar em algumas megalópoles chinesas encontra-se insuportável. Avança a desertificação em amplo território e o Rio Yan Tsé, outrora chamado de “Rio Amarelo”, de tão poluído suas águas não alcançam mais o oceano Pacífico. É preciso ser um cientista para se compreender o caos que isso representa?

Olhando para nosso umbigo, que também é desesperador, em recente noticiário os órgãos de controle ambiental atestaram que uma área na Amazônia correspondente a quatro vezes o Estado de São Paulo foi desmatada. Novamente, será que isso não representará nada em relação ao aquecimento global, na desertificação das áreas atingidas e principalmente na formação de nuvens e consequentemente na precipitação das chuvas até aqui, no Rio de Janeiro, cujo calor insuportável, chegando próximo a 45ºC, vem castigando o povo carioca de maneira implacável?

RIO DEGRADADO – Por falar em Rio de Janeiro, essa cidade que já foi maravilhosa e de encantos mil, sob o escudo da Copa e das Olimpíadas nossas áreas verdes foram sendo destruídas para dar lugar a prédios, arenas esportivas e corredores de ônibus.

O bairro de Jacarepaguá, antes um santuário de áreas verdes, está hoje irreconhecível em meio à selva de pedra que avança celeremente em direção ao Recreio, às Vargens, ao Alto da Boa Vista e seguindo em direção à Pedra de Guaratiba. O impacto sobre a Lagoa de Jacarepaguá, oriundo do Rio Arroio Pavuna , dentre outros rios e córregos poluídos com esgoto in natura, que desembocam lá em quantidades incomensuráveis, por si só, trata-se de um absurdo.

Várias espécies de peixes, de animais, de plantas, enfim, da biodiversidade da mata atlântica, se tornarão sonhos de uma noite de verão para as futuras gerações.

IMPORTÂNCIA – Não é possível crer que algumas pessoas não compreendam a importância das pererecas, dos micos, dos gambás, dos jacarés de papo amarelo, das capivaras e das árvores nativas ao redor das restingas e das lagoas de Jacarepaguá e também que a extinção de algumas dessas espécies não afetarão o meio ambiente local e global.

A vida no planeta é tão interligada nas suas intermináveis conexões e vasos comunicantes, que tudo está ligado a tudo na interdependência universal. Portanto, se um desses vasos se rompe, pode desencadear um desequilíbrio de grandes proporções.

IMITANDO OS EUA – Ao invés de nos preocuparmos com o meio ambiente, fazemos o contrário, enfiamos a cabeça dentro da areia, a nos preocupar com uma eventual guerra nuclear. Enquanto, essa hecatombe não acontece, nós vamos praticando outros crimes ambientais em menor escala, até que tudo se transforme em uma grande Manhathan com seus prédios cada vez mais altos, a ponto de encobrir os raios do Sol e a vista da Lua.

O meio ambiente de Minas Gerais está sangrando mais uma vez. Até quando continuará o rompimento das barragens mineiras e das inúmeras barragens existentes na Amazônia, das quais nem sabemos o que acontece lá.