Quem a eleição aposentou

Causou surpresa mas a derrota de alguns líderes políticos de expressão no estado e no país como o deputado Heráclito Fortes (DEM), Wilson Martins (PSB), Dr. Pessoa, Robert Rios (DEM) e Luciano Nunes (PSDB), apressará suas aposentadorias da atividade política. É possível que algum possa retornar, como é o caso de Martins, mas ficou provado que a meta de conquistar um cargo majoritário fica fora de questão, já que nas duas tentativas que fez o fracasso o forçará a fazer opção por cargo menor.

Há o caso de deputado eleito mas com uma votação tão inexpressiva (Átila Lira, do PSB), que ele próprio se antecipou e anunciou que abandona o exercício da atividade parlamentar sendo este seu último mandato para passar o bastão para o filho. Quem também mergulhará na aposentadoria é o apresentador de TV Silas Freire, que obteve menos votos que no pleito passado, quantidade inferior à da médica Marina que ficou com a vaga entre as coligações que conquistaram a maior sobra de votos.

Quando 2020 e 2022 chegarem, o deputado Dr. Pessoa (SD) já alcançará os 74 e 76 anos de idade quando suas condições físicas não lhe permitirão mais pleitear um cargo majoritário como fez nesta eleição. Em 2020, por exemplo, outros nomes surgirão como alternativas para a disputa da sucessão do prefeito de Teresina Firmino Filho e com grande respaldo, um deles o do deputado Fábio Abreu (PR) e um nome apoiado pelo próprio prefeito, fazendo com que a disputa caminhe para a polarização.

O mais emblemático de todos, sem dúvida, é o caso do deputado Heráclito Fortes (DEM) que teve uma votação pífia (46 mil votos) para quem já foi eleito com votações expressivas para a câmara e até exerceu um mandato de senador. O número de votos recebidos por Fortes por si só já é uma motivação para ele esquecer a política e pensar na aposentadoria. Um dos mais ativos parlamentares que se engajaram no golpe de estado de 2016, o deputado não poderia mesmo esperar recompensa por seu gesto.

Poucos dias atrás o deputado Robert Rios ocupou espaço na mídia para anunciar que é candidato a governador do Piauí em 2022. Esse talvez tenha sido o melhor argumento para o deputado justificar seu insucesso eleitoral, mesmo achando que se opor ao governo com um discurso veemente pudesse se colocar como opção. É inquestionável o direito de Rios só voltar a disputar um cargo executivo ou um mandato político daqui a 4 anos, porém, trocar a disputa do senado pelo governo, é só mais um impulso seu.

Candidato ao governo do estado posto como alternativa a Wellington Dias, quem afirmou que Luciano era páreo para uma disputa com o governador falhou na previsão. Sua volta à política é uma incógnita mas a derrota pode tê-lo empurrado para uma aposentadoria precoce. Há quem arrisque que Wilson Martins pode voltar em 2022 em busca de uma cadeira na Câmara dos Deputados. Precisará de estrutura para chegar lá. Voltar à Assembléia é, talvez a melhor chance. Melhor que a aposentaria. Com relação a Elmano Ferrer não há muito o que dizer – fora a aventura maluca de disputar o governo, ele já exerce o mandato como aposentado político.

Bolsonaro fará do Planalto puxadinho das ‘redes’

Por: Josias de Souza

Jair Bolsonaro não dispõe de porta-voz ou de assessor de imprensa. Sondaram-se alguns profissionais do ramo. Mas ainda não houve acerto. Quando for contratado, o assessor terá dificuldade para demonstrar relevância, pois o novo presidente está enfeitiçado pela ideia de manter, durante o mandato, a mesma “comunicação direta” que o conectou com seus eleitores. Na expressão de um membro do seu staff, Bolsonaro presidirá o país “em tempo real” pelas redes sociais.

Já se sabia que qualquer um com um computador e dois neurônios podia editar seus próprios livros ou gravar seus próprios CDs sem sair de casa. Bolsonaro demonstrou que, assim como qualquer um pode dispensar a indústria editorial para publicar sua obra ou a indústria fonográfica para gravar sua banda, qualquer um também pode virar presidente da República sem precisar de uma superestrutura partidária ou de um aparato de comunicação.

Os partidos e a mídia tradicional são as grandes estruturas que Bolsonaro acredita ter tornado desnecessárias. “Eu cheguei aqui graças às mídias sociais”, disse o presidente eleito aos repórteres na semana passada. Antes, como que decidido a realçar a condição de porta-voz de si mesmo, ele avisara pelo Twitter: “Anunciarei os nomes (dos ministros) em minhas redes. Qualquer informação além é mera especulação maldosa e sem credibilidade.”

Neste sábado, mantendo o ritmo regular de postagens, Bolsonaro voltou ao Twitter para realçar que sua Presidência será diferente das anteriores: “Minutos após a vitória nas eleições iniciamos uma intensa agenda com propostas para fazermos diferente de tudo que governos anteriores fizeram, desde planos para fomentar a economia, mas principalmente, resgatar a confiança do brasileiro e do estrangeiro em nosso Brasil.”

Num instante em que deputados e senadores começam a pôr em dúvida a disposição do tuiteiro de acabar com o toma-lá-dá-cá, foi como se Bolsonaro avisasse: “Não vem que não tem, tá Ok? Comigo será diferente.” Numa hora em que investidores hesitam em migrar do papelório para o investimento de risco, foi como se o capitão anunciasse: “Podem acreditar na plataforma ultraliberal do meu Posto Ipiranga porque eu vou manter isso daí. Comigo é capitalismo, não comunismo.”

Bolsonaro segue nas redes sociais e nos grupos de WhatsUp as pegadas de Donald Trump. A exemplo do seu ídolo norte-americano, o novo presidente brasileiro já sinalizou o desejo de tratar a mídia como algo irrelevante. Gruda na imprensa que o imprensa o selo de fake news  Aproveita-se da fragilidade da indústria da informação, sobretudo a impressa, com a circulação estagnada —ou em declínio.

Suprema ironia: na época em que o país estava submetido a três poderes efetivos –Exército, Marinha e Aeronáutica— costumava-se atribuir à imprensa importância capital na cruzada da resistência que levou à redemocratização. Ao ecoar as ruas na campanha das Diretas-já, jornais ajudaram a empurrar a farda de volta para os quartéis. Hoje, um capitão sente-se à vontade para pregar o fechamento de um jornal como a Folha, que puxou o coro. O último a adotar comportamento semelhante foi Fernando Collor. Sofreu impeachment.

A internet revelou-se uma extraordinária ferramenta. Bolsonaro, com o auxilio de Carlos, o filho que ele chama de “Zero Dois”, encontrou na web o seu caminho das pedras. Seria um desperdício fechar a vitrine eletrônica na fase pós-eleitoral. Mas a vitamina pode virar veneno se Bolsonaro não perceber que chegará o momento em que a plateia desejará ver em exposição algo além do lero-lero.

Tornou-se imperioso fechar o balcão que transformou o Congresso numa instituição meio entreposto, meio bordel. Entretanto, Bolsonaro precisa demonstrar que seus 28 anos de Câmara serviram para alguma coisa. Ou percebe que não se constrói uma base congressual distribuindo bordoadas nas redes sociais ou se arrisca a ser engolido pelo pedaço da oligarquia que sobreviveu ao tufão das urnas.

Em entrevista veiculada na edição mais recente de Veja, a repórter Ana Clara Costa perguntou a Renan Calheiros: As redes sociais mudaram o eixo da velha política? E a veneranda raposa do MDB, já de olho na Presidência do Senado: “Elas introduziram novos elementos, mas não se governa com mandatários virtuais. Por isso, é necessário que se tenha uma interlocução competente, que se construa uma convergência. Passada essa aridez da eleição, é preciso menos Twitter e menos palpite em Brasília e mais deputado e senador de carne e osso, que entendam a complexidade do processo.”

Está entendido que Bolsonaro fará do Planalto um puxadinho daquilo que passou a chamar, com enorme intimidade, de “minhas redes.” Faz muito bem. Entretanto, deveria esquecer Donald Trump. Os Estados Unidos oferecem melhores contrapontos. Harry Truman, por exemplo, deixou gravado na história um precioso ensinamento.

Presidente americano de uma época em que as pessoas, sem internet, tinham dificuldades para entender como funcionavam os palitos de fósforos, Harry Truman declarou o seguinte: “Há provavelmente 1 milhão de pessoas neste país que poderiam desempenhar melhor estas funções. Mas eu é que estou encarregado de executá-las, e o faço da melhor maneira que posso.”

Embora seu sobrenome sugira o contrário, Jair Messias Bolsonaro não é uma reedição do Salvador. Receberá a faixa das mãos de Michel Temer, derradeira herança de Dilma Rousseff. Temer não é senão uma evidência de que as mesmas redes sociais que elegem um presidente podem convocar o asfalto para derrubá-lo.

Até bem pouco, as ”redes” eram dominadas pelo PT. Se o destino de Dilma serviu para alguma coisa foi para mostrar o seguinte: poderosos que navegam no cristal líquido do computador ou do celular equilibrando-se apenas em cima da própria empáfia arriscam-se a confundir jacaré com tronco na hora do naufrágio.

A inovação que parte de dentro

Por:Janguiê Diniz(*)

Não é mais novidade para ninguém que vivemos uma sociedade digital. Os avanços tecnológicos das últimas décadas – principalmente dos anos 2000 para cá – mostraram a capacidade humana de criar, desenvolver novos produtos, processos e técnicas. Tudo isso nos trouxe à sociedade disruptiva que se apresenta atualmente. Essa nova realidade trouxe consigo um cenário muito mais competitivo às empresas, visto que o acesso à tecnologia está muito mais facilitado, o que torna as possibilidades de inovação maiores. E é justamente a inovação que torna as companhias mais competitivas.

Para que isso se concretize, não basta oferecer produtos ou serviços considerados disruptivos ou inovadores. É claro que eles são o principal atrativo do público para a empresa. Porém, além de ter uma imagem moderna e inovadora, a empresa precisa ter em seu interior uma mentalidade voltada para as transformações digitais que vêm ocorrendo. É preciso criar uma cultura digital, inovadora, disruptiva.

Colaboradores não devem mais se limitar à mera realização de suas tarefas diárias. É sempre bom, também, que passem a refletir sobre os processos que executam, a maneira como desenvolvem seu trabalho e a relação entre os esforços empreendidos e o resultado que se alcança. Pensando assim, é possível propor inovações, mudanças, melhorias internas. Essas alterações podem ser benéficas para os próprios funcionários, que passam a desempenhar suas funções de forma mais eficaz e até fácil.

Essas melhorias promovidas no ambiente interno da empresa podem acabar se refletindo na relação com o público: no atendimento, na prestação de serviço, ou mesmo nos produtos oferecidos. É importante que as empresas incentivem esse pensamento inovador entre seus colaboradores, pois são eles que têm real noção dos gargalos e entraves que ocorrem no dia a dia e podem propor soluções que melhorem seus trabalhos e, consequentemente, o ambiente laboral como um todo.

 

Três anos sem o Jaime Linz

Por Tércio Solano  – Jornalista – Recife-PE

Terça feira, três de novembro de 2015. Era uma madrugada tropical ainda escura e silenciosa. Nem os primeiros raios da aurora haviam  surgidos no horizonte, nem tampouco se ouvia o cantar das passaradas.

Naquele romper do dia, nos arredores de Parnaíba, um vento forte soprava  vindo do litoral, sacudindo estranhamente as plantas que envolviam o jardim em frente à casa do radialista Jaime Linz. Tudo levava a crer em prenúncio de algo anormal que estaria a ocorrer no início daquela manhazinha calma de primavera.

Eu, Tércio Solano, irmão de Jaime Linz, confesso-lhes em particular. Durante a noite anterior não dormi. Nesta agonia de espírito e material senti alguma coisa misteriosa anunciar um acontecimento desagradável.

De fato, aquele vento forte que murmurava parecendo um lamento, imitando um choro convulsivo, retratava um sinal de dor, de que ali, naquela casa havia alguém sentindo se mal. Na verdade, uma pessoa estava prestes a partir de um mal súbito.

Tratava-se de Jaime Linz Solano Lopes.

Naquela madrugada, cheguei á conclusão, de que humanamente falando, a vida é tanto quanto um sopro ao apagar de uma vela quando exposta à brisa.

Assim, a voz inconfundível do comunicador do rádio parnaibano, paralisava para sempre. Uma pena. Sua capacidade de falar, de expressar-se chegava ao fim dessa existência aqui na terra. Era um adeus final. Jaime Linz, como era conhecido pelos ouvintes que o personificavam. Numa das dependências de sua casa, no silêncio daquele alvorecer, cruzava os braços e serenamente expirava. Despedia –se de todos, dos amigos, dos seus familiares.

Jaime Linz, pertenceu às primeiras gerações de seletos radialistas parnaibanos, iniciando sua carreira, em 1963. Quando a sua voz através das radiações de ondas curtas e médias da PRJ4ZY7-Rádio Educadora de Parnaíba chegava a nossa plaga. A partir dali, Jaime Linz persuadia –se e vaticinava sua profissão, vindo ao ar, pela primeira vez  no dia 23 de setembro de 1963, tendo vivido entre grandes nomes da radiofonia piauiense a exemplo de: Nelson Chaves, a que lhe deu todo apoio, Nelsinho Filho, Fonseca Mendes, Rocha e Silva, Oliveira Júnior, Murilo Ferreira, J.Gomes Genes Rocha, Lopes Martins, José Augusto, Rubem Freitas, dentre outros como Luiz de França no comando. Por isso, o profissionalismo de Jaime Linz, tornou-se uma página na radiofonia piauiense.

Sua grande contribuição no rádio, centralizava-se no rico acervo discográfico da velha guarda, que o caracterizou de “Jaime Linz O Comunicador da Saudade”.

Ainda adolescente iniciou a carreira, em serviços de alto falante de bairros, em Parnaíba. Em seguida, passou a falar nos estúdios de emissoras de rádio. Só para recordar alguns programa de Jaime Linz, de grande audiência: “Show Musical  da Semana”, uma promoção do creme dental Kolinos, pela Educadora em 1968,  Bazar da Alegria Educadora, 1969, depois veio outro excelentes Programas como “ O Cantinho do Waldcik, criado por ele, e com a ideia do próprio cantor Waldick Soriano,  além de “Recordar é Viver, Noite de Saudade e tantos outros programas nostálgicos. Se um dia por ventura, o livro da biografia de Jaime Linz, intitulado “JAIME LINZ O COMUNICADOR DA SAUDADE, for lançado, todos terão a oportunidade de ler a vida desse profissional.

A obra que tem 280 páginas, está concluída, e tem  a participação de alguns parnaibanos  que contribuíram com o prefácio e dedicatórias ao Jaime Linz.

O livro em si, é assaz acessível ao leitor, não somente pela clareza  simples da linguagem literária, mas  pelo fato de ser um trabalho que não exigiu filologia, porém um registro da experiência vivida pelo radialista parnaibano Jaime Linz.

Fonte:a24horas

PT vira um partido do Nordeste

Por:Zózimo Tavares

A eleição presidencial deste ano reduziu o PT a um partido do Nordeste. O candidato da sigla à presidência da República, Fernando Haddad, ganhou com folga apenas nos nove Estados da região. Em mais dois, Pará e Tocantins, venceu com diferença apertada.

No total, o candidato petista ganhou em 11 Estados, enquanto o candidato do PSL, Jair Bolsonaro, foi vitorioso em 15 Estados, mais o Distrito Federal. Em Brasília, o placar foi de 63% a 37%.

O resultado final da eleição de ontem foi de 55,13% para Bolsonaro, contra 44,87% para Fernando Haddad.

Piauí dá maior vitória ao PT

Proporcionalmente, o Piauí foi o Estado que lhe deu a maior votação ao PT no segundo turno, com 77% dos votos apurados, contra 23% de Bolsonaro.

No primeiro turno, o Piauí foi também o Estado mais petista, com 63,4% dos votos para Haddad, contra 18,7% de Bolsonaro.

O governador Wellington Dias não desmontou o palanque do primeiro turno e conseguiu ampliar a vantagem do candidato do PT no Estado.

Votação no Nordeste

Nos demais Estados do Nordeste, a votação da presidente ficou assim: 

Alagoas: Haddad – 60%, Bolsonaro – 39%;  

Bahia: Haddad – 72%, Bolsonaro – 28%;

Ceará: Haddad – 71%, Bolsonaro – 29%;

Maranhão: Haddad – 72%, Bolsonaro – 27%;

Paraíba: Haddad – 65%, Bolsonaro, 35%;

Pernambuco: Haddad: 66%, Bolsonaro, 33%;

Rio Grande do Norte: Haddad – 63%, Bolsonaro, 36%;

Sergipe: Haddad – 67%, Bolsonaro – 32%

O candidato do PT ganhou em um Estado do Norte, o Pará, com 55% dos votos, contra 45% de Bolsonaro. O outro Estado no qual Haddad saiu-se vitorioso foi o Tocantins, com 51% dos votos, contra 49% de Bolsonaro.

PT perde antigos redutos

Em São Paulo, o seu berço e sua principal base, o PT perdeu feio. Haddad obteve 32% dos votos, contra 68% de Bolsonaro.

Os petistas sofreram derrotas fragorosas ainda em Minas (58% a 41%) e Santa Catarina (76% a 24%).

O Estado que deu a maior vitória, proporcionalmente, para Bolsonaro foi o Acre, antigo e tradicional reduto do Partido dos Trabalhadores. Lá, Haddad conseguiu ontem apenas 23% dos votos, contra 77% de Bolsonaro.

Fuga para os grotões

Com a chegada ao poder, em 2002, na primeira eleição de Lula, aos poucos o PT foi perdendo força eleitoral nas metrópoles, que eram sua base.

Os tradicionais eleitores do partido se desgarraram dele, nessas regiões, em função de alianças, concessões e outras atitudes petistas que os contrariaram.

O PT recompôs essas baixas investindo politicamente nos chamados grotões, as regiões mais pobres do país.  

No Nordeste, uma dessas áreas, o partido se fez forte com as políticas de inclusão social, especialmente com o Bolsa Família, que se transformou no maior cabo eleitoral dos petistas na região.

A eleição de ontem passa a gestão do programa às mãos de um populista de direita, Jair Bolsonaro, que terá em mãos todas as armas para invadir e destroçar os últimos redutos do PT nas próximas eleições.

Um amor chamado docência

Por:Janguiê Diniz (*)

O professor é uma das profissões mais antigas e mais importantes pelo seu papel na formação de crianças, jovens e adultos. Ser professor é estar no meio. Professor é aquele que ensina, que transmite conhecimento, é essencial para a formação do ser humano. Professores são mestres que levamos pela vida afora. Ser professor é viver o seu tempo com sensibilidade e consciência. É saber lidar com as diferenças, ter flexibilidade e ajudar o seu aluno a refletir. É ser um difusor do saber. 

A origem da data está em 15 de outubro de 1827, quando o Imperador D. Pedro I instituiu um decreto que criou o Ensino Elementar no Brasil, com a criação das escolas de primeiras letras em todos os vilarejos e cidades do país. Este decreto também estabeleceu a regulamentação dos conteúdos a serem ministrados e as condições trabalhistas dos professores.

Ser professor é ensinar e educar, mas também aprender com seus alunos e constantemente renovar suas aprendizagens. É passar horas planejando, revendo, estudando, para preparar apenas alguns minutos de aula. Ser professor é dar tudo todos os dias, pedindo apenas em retorno o sucesso daqueles que arduamente prepara para o futuro. É indicar caminhos e deixar que seus alunos optem pelos que mais lhes convêm.

A humanidade precisa de educadores que possibilitem transformar as informações em conhecimento e em consciência crítica, para formar cidadãos sensíveis e que busquem um mundo mais justo, mais produtivo e mais saudável para todos. Infelizmente, apesar da importância, os professores ainda não têm a valorização que merecem em nosso país. A grande maioria entra em salas de aula com estruturas precárias e tem salários baixos. A forma com que se trata o professor é um dos primeiros problemas que hoje enfrentamos para atrair alguém para dar aula no Brasil.

O Plano Nacional de Educação (PNE) dedica quatro de suas 20 metas aos professores: prevê formação inicial, formação continuada, valorização do profissional e plano de carreira. Para que se tenha uma dimensão do trabalho que o país tem pela frente, de acordo com o Censo da Escolar de 2015, dos 494 mil docentes que trabalham no ensino médio, 228 mil (46,3%) atuam em pelo menos uma disciplina que não têm formação.

Durante a minha trajetória acadêmica, aprendi que o professor tem um poder que nenhum outro profissional tem: o professor pode mudar uma vida. Entendendo, que uma sociedade desenvolvida, é uma sociedade esclarecida e o esclarecimento vem, principalmente, através dos professores. Para tal, é preciso, em primeiro lugar, a valorização desses profissionais.  A decisão sobre como devem ser formados os novos profissionais impacta no projeto educacional de qualquer nação.

Rui Barbosa, em uma de suas citações, disse aos professores:  “Se és capaz de aceitar teus alunos como são, com suas diferentes realidades sociais, humanas e culturais; se os levas a superar as dificuldades, limitações ou fracassos, sem humilhações, sem inúteis frustrações; se os levas a refletir mais do que decorar; se te emocionas com a visão de tantas criaturas que de ti dependem para desabrochar em consciência, criatividade, liberdade e responsabilidade, então podes dizer: sou mestre!”.

Precisamos dar melhores condições aos nossos professores, essa é uma forma de dizermos “Obrigado!” pelos esforços, pela paciência e por terem sido e serem tão importantes na nossa formação. Obrigado por nos fazerem repensar o nosso lugar no mundo e a importância do nosso modo de estar no mundo. 

(*)anguiê Diniz – Mestre e Doutor em Direito –Fundador e Presidente do Conselho de Administração do Grupo Ser Educacional 

Inferno de Temer, Padilha e Moreira começa à zero hora do dia 1º de janeiro

Michel Temer, Moreira Franco e Eliseu Padilha (A animação dos três cúmplices palacianos é contagiante…)

Jorge Béja

Todos eles, Temer, Moreira Franco e Padilha (e outros mais) estão com os dias contados. À meia-noite do dia 31 de dezembro de 2018 (ou zero hora do dia 1º de janeiro de 2019) o trio perde os cargos que ainda ocupam e, como consequência, perde esse asqueroso foro chamado de privilegiado (nos Estados Unidos, Nixon enfrentou um juiz federal de primeira instância e foi o bastante). E daí em diante, todos já estarão nos infernos dos juízes de primeira instância (o Dr. Moro, o Dr. Bretas, o Dr. Vallisney, entre outros), como estamos sujeitos todos nós, pessoas de bem e cidadãos brasileiros que não cometemos crime algum e nem somos denunciados, nem investigados.

Denúncias e processos que contra eles tramitam no Supremo Tribunal Federal (STF) e que se encontram suspensos, voltam a tramitar a ter andamento, automaticamente. Não, no STF. E sim, nas instâncias de primeiro grau, para onde os processos são enviados por “declinação de competência”, como denominam os Códigos de Processo Civil e Processo Penal.

O tempo é exato. É inclemente. Não admite retardo, delongas, nem arranjos. À zero hora do dia 1º de janeiro de 2019, Temer não é mais presidente da República. E o cargo nem pode ser esticado, nem pode sofrer um “puxadinho” até o instante da posse do novo presidente, que geralmente acontece na parte da manhã ou da tarde do dia 1º de janeiro, conforme determina a Constituição Federal de 1988 (artigo 82).

ENGANAÇÃO – Daí se conclui que aquela cerimônia pomposa da transmissão da faixa presidencial, Hino Nacional, Cavalaria dos Dragões da Independência etc., etc., é uma ficção, uma enganação. É festa de mentirinha. Idem a transmissão do cargo. Temer já não poderá entregar o símbolo do poder que o tempo dele despiu (a faixa presidencial). Nem transmitir um cargo que não mais detém (o de presidente da República). Por incrível que pareça e talvez sem querer e sem saber, acertou o presidente João Baptista Figueiredo, que não compareceu à cerimônia de posse de Sarney.

Sim, sabemos que Figueiredo não foi por motivo de irritação, de malcriação, digamos assim. Mas Figueiredo agiu certo, porque não poderia dar e transmitir o que já não detinha mais: cargo e faixa. É uma encenação enganosa que o povo brasileiro assiste há décadas e décadas. E sendo a faixa centenária, então que o povo assiste há um século, pelo menos.

HORAS DE VACÂNCIA – Desde o final do último minuto do mandato presidencial até o momento da posse do novo presidente eleito – e isso sempre acontece e é sempre assim –, o cargo de presidente da República fica vacante. O país fica acéfalo, sem presidente, pelo menos por umas 10 a 13 horas. Ou mais, até. E nem os substitutos do presidente que a Constituição indica (o vice, o presidente da Câmara dos Deputados, o do Senado Federal e o presidente do Supremo Tribunal Federal) podem assumir naquele espaço de tempo.

Isto porque a assunção deles, nesta ordem sucessória, só ocorre em caso de impedimento do Presidente e do Vice, ou de vacância. Mas esta vacância prevista no artigo 80 da Constituição Federal (CF)  não é aquela vacância que ocorre no intervalo que vai da zero hora do dia 1º de janeiro até o momento da posse do novo presidente. Ou seja, entre a saída (despojamento) de um e a entrada (empossamento) do outro.

A vacância de que trata a CF é aquela que demanda nova eleição para a escolha do novo presidente (artigo 81, parágrafos 1º e 2º da CF), o que não será o caso do próximo 31 de dezembro de 2018 e 1º de janeiro de 2019 e nem foram em todas cerimônias da passagem de poder registrados pela História. Nada tem a ver uma coisa com a outra. São situação distintas e opostas.

EMBAIXADOR? – Dizem que Temer almeja do novo presidente um posto de embaixador para continuar com o execrável foro privilegiado no STF. Não pode. E nem vai conseguir. Aliás, outra mazela da administração pública brasileira reside na designação de embaixadores no exterior de brasileiros estranhos e fora dos quadros da carreira diplomática privativa do Itamarati. Em que artigo da CF está escrito que o presidente da República tem poder e legitimidade para indicar gente fora da carreira diplomática para ser embaixador? Embaixador é cargo de carreira. É o ápice da diplomacia.

O artigo 52, inciso IV da CF, ao atribuir ao Senado a prerrogativa de aprovar, por voto secreto, após arguição secreta, a escolha dos chefes de missões diplomáticas de caráter permanente, refere-se, ante a ausência de norma constitucional diversa, que são eles, os chefes de missões diplomáticas no exterior, diplomatas de carreira e não “improvisados de carreira”, “oportunistas de carreira”, concebidamente “designados” para manter o foro privilegiado no Supremo Tribunal Federal.

FICHA LIMPA – Além do mais, para ser embaixador, ou um simplório funcionário de embaixadas ou consulados brasileiros, a pessoa precisa ser ficha limpa. Ter bons antecedentes. Não estar denunciado pela prática de crime algum. Ou seja, ser um cidadão brasileiro (ou estrangeiro) limpo, sem mácula, condição que Temer, Moreira e Padilha não preenchem. Pelo menos até prova em contrário.

Habemus Legem. Temos lei a respeito. É a lei nº 11.440, de 29.12.2006, que exige passado probo para quem for trabalhar nas repartições diplomáticas do Brasil do exterior, sejam brasileiros ou estrangeiros do próprio país sede da representação. Ora, se os funcionários de escalões inferiores precisam ter ficha corrida limpa, por que não haverá de ter o senhor Embaixador? a senhora Embaixadora? o senhor Cônsul? a senhora Cônsul?

Lula está na cadeia. Cabral, Cunha, Pallocci e outros figurões da corrupta administração que vai embora neste final de ano, estão também atrás das grades. Temer, Padilha e Moreira, a partir da Zero Hora do dia 1º de Janeiro de 2019, eles entram na fila. Eles e muitos outros mais. E a prisão preventiva deles não será surpresa, não é mesmo, Doutores Moro, Bretas, Vallisney…?

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Somente um jurista do porte de Jorge Béja para fazer, em poucas linhas, um ensaio tão profundo sobre vários temas, inclusive a vacância do cargo de presidente da República por várias horas, no dia 1 º de janeiro, possibilidade que nos Estados Unidos não se concretiza “nem a pau, Juvenal”, como diz Ciro Gomes. Belíssimo Artigo. Esta vacância do cargo é concreta e jamais foi mencionada por nenhum autor, antes de Béja(C.N.)

O medo de trocar os dentes de leite.

 

  • *Pádua Marques

Esse medo todo mundo que foi criança teve um dia. Porque num belo dia, às vezes sem se dar conta e por um descuido de nada, lá vão embora nossos dentes de leite. Aqueles dentes que são a graça pra nossas mães, tias velhas e madrinhas. Aqueles dentes de leite que nos dizem que somos amados e queridos por todos. E já que todo mundo um dia foi criança, assim, perder os dentes de leite é um trauma e tanto.

Minha mãe tinha a paciência que têm as professoras do Roland Jacob. Quando um de nós amolecia e sentia que estava prestes a trocar os dentes de leite, ela chamava pra bem perto e com firmeza nos dedos fura bolo e cata piolho avaliava se haveria de ser ali e agora. Nem adiantava correr e espernear. Era coisa rápida, igual cair de rede.

Antes, corria lá na gaveta da máquina Singer atrás de um pedaço de linha de costura, cercava, laçava o dente e num piscar de olho lá estava ele na sua mão. Nem dava tempo de chorar, espernear, de ouvir o grito. E se chorasse era logo pra engolir o choro e ir lavar a boca com água de sal, que os entendidos chamam hoje de soro fisiológico. Nalgumas vezes nem precisava de linha. Era puxar pra frente e vir com ele entre os dedos.

Todas as crianças passaram ou vão passar por este momento, o de arrancar os dentes de leite. É um trauma que acaba logo. Logo depois a gente está é achando graça, rindo, mostrando pra todo mundo a língua entre os dentes, recebendo apelidos. E no meu tempo havia uma cerimônia, um ritual de jogar o dente em cima da casa e dizer, Sansão, Sansão, pega teu dente podre e me dá o meu são!

Meu irmão Zezinho, lembro como se fosse hoje, perdeu os dentes de leite numa peraltice de minha irmã Conceição e de uma colega, a Zeli, sobrinha do relojoeiro Elias Arruda. Nós fomos passear de bicicleta e ele caiu ali na praça Santo Antonio, próximo onde hoje é o Centro Cívico. Nós voltando pra casa todos desconfiados e minha mãe querendo saber o que havia ocorrido, onde estavam os dentes dele.

Mas tem dessas coisas em perder os dentes de leite. Umas crianças perdem os seus quando caem de árvores, de muros, brinquedos dentre de casa, na rua ou na escola. E esse horror de perder uma parte da gente de início é imenso. Ás vezes dá choro. Outras vezes admiração e depois risadas. O certo é que perder os dentes é uma época de nossas vidas, temos que passar por isso. Sinal de mudanças e de que estamos crescendo.

E este medo de perder os dentes é o medo que nos está dominando a todos os brasileiros neste exato momento importante da vida política com as eleições de domingo. Nossa criança democracia, baseada na Constituição de 1988 está trocando os dentes. Se os dentes políticos que vão nascer no lugar dos de leite serão feios ou bonitos só o tempo e as circunstâncias vão nos dizer. *Pádua Marques é jornalista e escritor. Membro da APAL e do IHGGP. 

Supremo faz campanha para Bolsonaro

Por: Zózimo Tavares

A campanha presidencial prometia chegar à sua reta final, no segundo turno, sem novidades. Mas eis que o Supremo Tribunal Federal, pelas vozes de seus ministros mais loquazes, decide entrar no jogo e fazer-se protagonista da cena politica.

O Supremo entrou no jogo quando viu seus ministros mais verborrágicos reagirem com furor e autoridade às abobalhadas declarações de um filho do líder nas pesquisas de intenção de voto, deputado federal Jair Bolsonaro (PSL).

Eduardo Bolsonaro, aquinhoado com o mandato de deputado federal por São Paulo com a maior votação do país, se meteu a fazer gracinhas com o Supremo e desagradou em cheio os melindrosos ministros da Suprema Corte, que o levaram a sério.

O deputado disse que, para fechar o Supremo, não é necessário nem um jipe, mas apenas um cabo e um soldado. Foi há quatro meses, em resposta a uma pergunta igualmente sem pé nem cabeça.

A resposta do deputado, gravada em vídeo, corre agora pelas redes sociais com a aura de um perigoso sinal de golpe à vista. Mas, como se diz no popular, não passa de um café requentado. E fraco!

Diante, porém, do mal-estar criado no STF, o candidato a presidente pelo PSL se viu forçado a desautorizar a fala de seu pimpolho. Bolsonaro  afirmou que repreendeu o filho pelo “absurdo” da declaração. O candidato disse também que o seu garoto até já se desculpou.

O coro dos descontentes

Muito bem! O barulho que o Supremo faz em cima da declaração do deputado Bobonaro, o filho, é algo inacreditável.

O decano Celso de Mello, inquietou-se dentro da toga e classificou a afirmação como “inconsequente e golpista”.

O ministro Gilmar Mendes puxou o facão e disse que nem a ditadura conseguiu fechar o Supremo.

Já o novel ministro Alexandre de Moraes propôs a abertura de um processo contra o afoito parlamentar, para ele aprender a respeitar as caras.

Calou por quê?

Não faz muito tempo, o ex-presidente Lula afirmou que a Suprema Corte estava acovardada. O Supremo calou.

Não faz muito tempo também que o  deputado petista Wadih Damous, ex-presidente da OAB-RJ, disse que o STF deve ser fechado. O Supremo calou.

Agora há pouco, também, o ex-ministro José Dirceu, condenado a mais de 30 anos de cadeia, afirmou que o PT deve voltar ao poder para retirar os poderes do Supremo. O STF também calou.

Mas seus ministros vêm dar uma de valentes agora, com a declaração estapafúrdia e infantil de um filho de Bolsonaro, que já recebeu puxão de orelha do pai pelas besteiras que disse.

Com essa reação descabida, o Supremo acaba  fazendo campanha para Jair Bolsonaro, pois se há uma instituição hoje no país que não desfruta de largo prestígio popular, essa instituição é o Supremo.

Marina Silva precisa dar ‘voto crítico’ a si mesma

Por:Josias de Sousa

A seis dias do término do segundo turno, Marina Silva emergiu para declarar o seu “voto crítico” em Fernando Haddad. Moveu-se por rejeição a Jair Bolsonaro. Ao justificar sua opção, explicou que “pelo menos” o candidato petista ”não prega a extinção dos direitos dos índios, a discriminação das minorias, a repressão aos movimentos, o aviltamento ainda maior das mulheres, negros e pobres”.

Cumprido o protocolo, Marina precisa agora conceder um “voto crítico” a si mesma. Costuma dizer que não deseja “ganhar perdendo”. Prefere “perder ganhando” —como em 2014, quando a pancadaria de Dilma Rousseff deixou-a fora do segundo turno, mas com um patrimônio de 22 milhões de votos. E com uma biografia sem pesticidas e alianças esdrúxulas.

Em 2018, Marina perdeu perdendo. Entrou na disputa como uma candidata altamente competitiva, a bordo de um partido sem menções na Lava Jato. Terminou numa constrangedora oitava colocação, com pouco mais de 1 milhão de votos. A Rede, sua legenda, terá de fundir-se a outro partido para não desaparecer.

No texto que redigiu para justificar seu gesto, Marina reconheceu: “Sei que, com apenas 1% de votação no primeiro turno, a importância de minha manifestação, numa lógica eleitoral restrita, é puramente simbólica. Mas é meu dever ético e político fazê-la.”

Apoiando criticamente a si mesma, Marina talvez perceba que não terá futuro político sem ajustar o seu português ao linguajar da rua. De resto, deve se abster de tomar chá de sumiço pelos próximos quatro anos. Sob pena de suas manifestações perderem até mesmo o valor “puramente simbólico.”

Midia luta desesperadamente para eleger Haddad e se livrar de Bolsonaro

                                                                                                    Charge reproduzida do Arquivo Google

Carlos Newton

Na democracia, é preciso saber ganhar e saber perder, porque a principal regra é a alternância do poder. Mas na cleptocracia à brasileira, tenta-se ganhar a todo custo, seja nas urnas eletrônicas de baixa confiabilidade, seja no tapetão do Tribunal Superior Eleitoral. Agora, antes mesmo de se realizar o segundo turno, o PT e o PDT já se apressaram em recorrer ao TSE para pedir a cassação da chapa do PSL. 

Não há nenhuma prova material, consistente. Sabe-se, com certeza absoluta, que Jair Bolsonaro ou qualquer outro candidato não tem a menor condição de exercer controle sobre as redes sociais de seus admiradores. Mesmo assim, a direção do PDT encaminhou ao TSE, na sexta-feira, um pedido para anular as eleições. Além de não apresentar nenhuma prova material, nada nada, o partido pediu que a Justiça encontre as provas a respeito, vejam que maluquice – as provas para sustentar o processo eleitoral ficarão para depois.

FAKE ESCÂNDALO – O mais incrível é que toda a imprensa entrou na onda do “fake escândalo” criado pela Folha de S.Paulo, possibilitando a ruidosa repercussão de uma denúncia que não tem a menor confirmação e a mídia irresponsavelmente age como se o PT e os demais partidos também não tivessem usado as mesmas armas do PSL.

A imprensa está toda do lado do petista Fernando Haddad, que representa o criador do maior esquema de corrupção político-administrativa da História Universal. E isso acontece  porque todos sabem que vão perder faturamento com Jair Bolsonaro na Presidência w  estão produzindo “fakes escândalos”, uns atrás dos outros. O Estadão é o único que ainda tenta disfarçar, com seguidos editoriais atacando Lula da Silva e o PT. Mas o noticiário do jornal e as matérias distribuídas pela Agência Estado e pelo Estadão Conteúdo batem o tempo todo em Bolsonaro e poupam Haddad, que é sinônimo de faturamento garantido.

BRASIL DITADURA – A campanha difamatória contra Bolsonaro é implacável. No Jornal Nacional da TV Globo, há alguns dias foi divulgada com estardalhaço uma pesquisa indagando se o povo acha possível o Brasil voltar a ter outra ditadura. Diz o Datafolha que  50% dos entrevistados acharam ser possível. Só que, estrategicamente, não foi perguntado se a ditadura seria de direita ou esquerda, para associar diretamente a possibilidade de golpe apenas a um possível governo Bolsonaro…

A imprensa joga duro quando se trata de preservar seu faturamento com recursos púbicos. A crise é devastadora e já levou a Editora Abril à recuperação judicial, que é um codinome da antiga concordata. Outras grandes empresas estão balançando. E nesse clima la nave va, sempre fellinianamente. 

De ética, Arrogância e Felonia

Por: José Olimpio Leite de Castro (*)

Ao fazer um alerta sobre a intenção criminosa do PT de simular um atentado contra Hdaddad, às vésperas da eleição para criar um clima de comoção e tentar virar o jogo, fui atacado ferozmente pela matilha de cães amestrados da esquerda e do petismo.

Fui rotulado de aético, fascista, jumento e outros adjetivos simpáticos.

Não repliquei na oportunidade, dei o calado por resposta, pois não costumo perder meu tempo e meu latim com gente desqualificada.

Mas, a intervenção do atual presidente do Sindjor-PI, Luiz Carlos Oliveira, endossando o discurso de meus agressores, me fez romper o silêncio e esclarecer o que se segue:

Fiz o alerta no intuito de contribuir para que fosse abortada a possível trama criminosa que teria por objetivo fraudar a vontade popular. Uma possibilidade que não se pode descartar.

O PT e seus áulicos são capazes das coisas mais sórdidas para atingir seus objetivos. Não sinto, portanto, o menor remorso por ter alertado os simpatizantes de Bolsonaro.

Em meio aos meus agressores, um grupelho de jornalistas que diz primar pelos preceitos básicos da ética e do bom jornalismo, mas que repercute como um mantra o discurso do “golpe e do prisioneiro político”, sem o menor pudor.

Quase todos, com raríssimas exceções, vivem pendurados em sinecuras na Assembleia ou no Governo do Estado.

São as mesmas figurinhas carimbadas que faziam oposição à minha gestão no Sindjor-PI.

Omissos e irresponsáveis nas críticas, nunca deram a menor contribuição à luta dos jornalistas piauienses. A maior parte sequer é filiada ao Sindicato.

Ocupando cargos de confiança nas empresas de comunicação ou em assessorias de imprensa no setor público, esses “zelosos profissionais” confundem a prática do bom jornalismo com puxa-saquismo.

Um deles frequenta os melhores salões, sempre explorando a futilidade dos novos ricos e das dondocas, que financiam a sua vida fácil, mas insignificante. Só abre a boca para falar mal do Sindicato e de seus dirigentes.

A figura que iniciou a polêmica, coitada, é a personificação do fracasso. A postura arrogante e petulante são apenas formas de esconder a sua frustração.

Sem brilho, vive agarrada a um contracheque na Assessoria de Imprensa da Alepi, por generosidade de algum político, mas se julga a rainha da cocada preta.

O ódio dessa gente contra minha pessoa teve início quando eu presidi o Sindjor-PI e não permiti que a entidade se tornasse um apêndice do PT.

Piorou quando denunciei o aparelhamento da Fenaj, hoje transformada num antro petista.

Agora, na reta final da campanha presidencial, a petralhada e seus assemelhados se tornaram mais agressivos diante da iminente derrota nas urnas.

Mas, para encerrar, vamos à intervenção do presidente do Sindjor-PI.

O jornalista Luiz Carlos Oliveira, que foi vice-presidente do Sindicato nas minhas duas gestões e foi eleito presidente com o meu apoio, disse que eu não falava pelo Sindicato. O que é verdade.

Mais adiante, ressaltou que “A entidade, como representante da categoria, é plural, sempre saiu em defesa da democracia, da liberdade de expressão e condenou, sempre, atitudes fascistas, de censura e contra qualquer tipo de preconceito.”

O senhor Luiz Carlos , que hoje me rotula de fascista, testemunhou a minha luta em defesa da liberdade de imprensa e de expressão, sabe que combati sem tréguas a censura e as perseguições e violência contra o jornalista.

Sabe que nunca tergiversei na luta para que a classe patronal assegurasse salários dignos e boas condições de trabalho à nossa categoria.

Mesmo sabendo de tudo isso, estando ao meu lado nessas lutas todas, o presidente do meu Sindicato me rotula de fascista por não votar no candidato do PT.

Ninguém escapa da felonia, é certo, mas confesso que nunca esperei que o jornalista Luiz Carlos Oliveira tivesse a cultura do escorpião. Foi uma surpresa desagradável.

No entanto, não rasgarei minha filiação. Pelo contrário. Continuarei contribuindo e estarei dentro do Sindjor-PI para assegurar que ele não se transforme numa entidade de pelegos.

Bolsonaro 17!

(*) José Olimpio Leite de Castro é jornalista, escrito, ex-presidente do Sindicato dos Jornalistas do Estado do Piauí

A ascensão do empreendedorismo online

Por: Janguiê Diniz(*)

Não restam dúvidas que o aumento no número de acessos à internet tem contribuído para uma série de fatores, como à informação de maneira rápida e eficiente, à conexão com as pessoas de outras cidades e até países, ao entretenimento, além de vários outros fatores que são benéficos para uma sociedade globalizada.

Atrelado a tudo isso, existe um segmento em especial que tem ganhado destaque e chamado a atenção de muitas pessoas: o mercado digital ou empreendedorismo online.  Para reforçar o que eu digo, certamente, você conhece alguém que tem algum tipo de negócio online, ou até mesmo você deve fazer isso.

Para se ter uma ideia da dimensão e do quanto o segmento está ganhando força, de acordo com dados da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), o E-commerce brasileiro, que é umas das fatias do mercado digital, deve crescer 15% em 2018 e chegar a R$ 69 bi de faturamento. Além disso, a soma de pedidos nas lojas virtuais pode chegar a R$ 220 milhões.

Mas, além de produtos físicos, os negócios online também podem se classificar como negócios digitais e aí entram os cursos online, blogs, canais do YouTube e soluções tecnológicas em geral. Todas essas maneiras também movimentam a economia e estão fazendo com que muitas pessoas levantem montantes financeiros exorbitantes.

Sem necessariamente focar nos tipos de produtos, meu interesse neste artigo é retratar todas as variáveis positivas que podem servir de estímulo para quem se identifica com o segmento. Os pontos fortes são o baixo investimento da infraestrutura inicial, os horários de venda e atendimento flexíveis, a facilidade de atingir muitas pessoas com impacto direto e o retorno imediato, tanto de feedbacks quanto monetário.

Trazendo essa realidade à tona, se você se identifica com o formato e pretende atuar no segmento, meu conselho é: estude o mercado, identifique o nicho de atuação, se especialize e esteja ciente de que o mercado está em constante adaptação e por isso, requer de você olhos atentos e em constante aperfeiçoamento.

(*)Janguiê Diniz – Mestre e Doutor em Direito – Fundador e Presidente do Conselho de Administração do grupo Ser Educacional –

Cidade berço do Bolsa Família dá 93% ao PT (…e teme vitória de Bolsonaro)

Questão partidária pouco importa na área de maior votação de Haddad no 1º turno; após 15 anos, moradores ainda dependem de benefício

João Pedro Pitombo e ealo de Almeida

GUARIBAS (PI)

Quando foi divulgado o boletim da única urna do povoado de Cajueiro, município de Guaribas (a 642 km de Teresina), o burburinho começou.

“Tu sabe quem foi?”, questionou Salvador Pereira dos Santos, 26. “Eu sei, foi da sua família”, retrucou um amigo. “Da minha nada. Meu primo disse que ia votar, mas era brincadeira, moço”, justificou o primeiro, em tréplica.

No distrito no qual vivem cerca de 300 moradores, apenas oito eleitores votaram em Jair Bolsonaro (PSL), candidato que terminou o primeiro turno em primeiro lugar na disputa pela Presidência da República.

No restante da cidade não foi diferente: foram 58 votos para Bolsonaro contra 2.785 —ou 93,24% do total de votos— de Fernando Haddad (PT), o que fez de Guaribas o principal reduto petista do país nesta eleição.

Essa é a segunda vez que essa pequena cidade encravada na fronteira entre o Piauí e a Bahia ganha notoriedade nacional. A primeira foi em 2003, no início da gestão Lula, quando tinha o segundo pior desenvolvimento econômico e social do país e, por isso, foi escolhida como cidade-piloto para implantação do Fome Zero, programa que foi embrião do Bolsa Família.

Guaribas é uma cidade isolada de uma região pouco povoada do sertão nordestino. Seu principal acesso é uma estrada de terra de 52 km na qual é raro que carros sem tração nas quatro rodas não fiquem atolados.

Tem cerca de 4,5 mil habitantes e 1.078 beneficiários do programa Bolsa Família, única fonte de renda fixa da maioria da população. A agricultura de subsistência é a principal atividade, mas a seca que fere o solo arenoso faz com que a produção agrícola seja quase inexistente.

“Aqui, é o dia inteiro carregando balde de água na cabeça. A gente pega nas cabimbas [poços improvisados] que nós mesmo cavamos”, diz Eunice Jurema da Trindade, 58, moradora do povoado Queimadas de Angicos, onde a água encanada ainda não chegou.

Em Guaribas, o voto no PT tem zero de ideologia. Ninguém fala em direita ou esquerda, comunismo ou liberalismo. Não à toa o candidato a deputado federal mais votado na cidade foi Heráclito Fortes (DEM), um dos mais ferrenhos opositores do PT e que votou pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff —mas que foi apoiado pelo prefeito Claudinê Matias (PP).

Na hora da urna, a conta é simples: se a vida melhorou, votam no mesmo grupo político. Escândalos de corrupção e a prisão de Lulapouco importam. Em geral, predomina o sentimento de que todo político é corrupto e, “se Lula roubou, foi para ajudar aos pobres”, como diz o agricultor Joel Ferreira dos Santos, 55.

Sobre Jair Bolsonaro, pouco se sabe e até mesmo seu nome gera confusão. O candidato favorito a vencer no segundo turno das eleições foi chamado de Bolsoná, Bolsonário, Mecionário e até Missionário.

“Esse Missionário [Bolsonaro] para mim é um candidato que olha para os ricos. Ele é igual ao presidente que está aí hoje, o Michel Penha [Temer]. Tenho medo que vença e prejudique os pobres”, reclama o aposentado José Pereira da Trindade, 75, morador do povoado de Lagoa do Baixão.

Na outra ponta geracional, a pedagoga Cleudiane Matias, 26, diz se informar sobre os candidatos pela televisão e pela internet, usando a rede de wi-fi da única escola da comunidade. E critica propostas de segurança pública de Bolsonaro.

“Essa ideia de bandido bom é bandido morto choca o povo nordestino. Somos muito da ideia de que enquanto há vida há esperança”, diz ela, que segue votando no PT mesmo sendo uma dos cerca de 13 milhões de desempregados do país.

No povoado de Queimadas do Angico, também na zona rural, apenas 12 eleitores Bolsonaro. O sentimento de mudança não está no discurso dos moradores da pequena vila onde não há água encanada e as famílias consomem uma água barrenta retirada de poços improvisados cavados pelos próprios moradores.

“Se esse cabra ganhar, o Nordeste está morto”, diz a agricultora Iaraci Ribeiro da Rocha, 65, enquanto faz troça da proposta e flexibilizar o porte de armas: “Vou comprar uma. E aí, se alguém falar de mim, é tiro”, gargalha.

A três quilômetros dali, em Cajueiro, Bartolomeu dos Anjos, 35, assume-se como um dos votos de Bolsonaro do povoado. Diz que votou nele por tê-lo considerado um candidato experiente e também para “ser do contra”.

Para o segundo turno, no entanto, diz ter mudado de ideia: “Fiquei preocupado com a proposta dele para o meio ambiente”, diz Bartolomeu, que atua como brigadista no combate a incêndios do parque da Serra das Confusões, que margeia a cidade.

Mesmo assim, diz estar otimista quanto a um provável do governo Bolsonaro e aposta que o capitão reformado sairá vencedor em Guaribas.

“Ele ainda não tem o nosso apoio, mas quer. Se ele não for besta, vai trabalhar muito pelo Nordeste pra ter o nosso voto. E aí Lula não vai ter vez.”

 ‘AQUI SÓ VOTAMOS NO CANDIDATO QUE LULA ALUMIOU’, DIZ MORADORA

Mesmo com dores nas costas e um dos olhos quase cego por causa de catarata, a agricultora aposentada Maria Vicença Martins da Rocha, 57, ergue as duas netas no colo e sorri.

As gêmeas Isabele e Isabela, 2, refletem a passagem de bastão na família, com a chegada de uma nova geração atendida pelo programa Bolsa Família.

Com oito filhos e sete netos, Vicença é uma das pioneiras do programa. Há 15 anos, a Folha visitou sua casa dois meses após o Fome Zero ter sido lançado por Lula, recém-empossado presidente com a promessa de erradicar a fome no país.

Na época, Vicença morava numa casa de taipa que servia também como armazém para o feijão colhido na roça. O arroz, comprado com os R$ 50 que recebia do benefício, não durava dez dias, enquanto carne e legumes não chegavam nem perto da mesa da família.

Hoje ela afirma que a vida melhorou: a casa ganhou eletricidade, reboco, pintura, móveis e eletrodomésticos. Só não abandonou o fogão a lenha —quando não há dinheiro para o gás, vendido por R$ 80 o botijão, ela recorre ao carvão. 

Da porta para fora, a situação da cidade não mudou muito. Guaribas segue com infraestrutura precária e quase 100% das famílias da cidade dependem do Bolsa Família. Mesmo assim, Vicença diz que vai votar em Haddad, a quem conheceu pouco menos de dois meses pelo noticiário e pelo horário eleitoral. 

“Aqui, nós só votamos no candidato que Lula alumiou.”

(Blog do Magno Martins)

Eleições 2º turno: “O pacificador”

Por: Arimateia Azevedo

Dentro de uma semana os brasileiros voltam às urnas para escolher o seu novo presidente. O eleito terá uma série de desafios a vencer, como retomar uma rota de crescimento da economia, melhorar a confiança dos investidores estrangeiros, reduzir despesas públicas, o que implica em medidas amargas, como a reforma da Previdência.

isso é parte de um pacote de ações que todos os governos brasileiros prometem desde a redemocratização, mas que nunca cumprem ou quando cumprem o fazem pela metade. Todos têm consciência, com efeito, de que é preciso adotar medidas duras para que o país volte aos trilhos e siga com segurança num caminho de desenvolvimento. Ocorre é que desde 2014, a eleição no Brasil não termina quando acaba.

Desde 2014 vivemos um permanente estado de beligerância que produziu o impeachment de uma presidente, um governo pífio do sucessor, sequestrado por seus próprios escândalos, e descambou para uma divisão ideológica da sociedade que agora se impõe entre duas propostas muito antagônicas e radicais. O clima de tensão prossegue e a tarefa do eleito será bem mais que consertar estragos econômicos. Precisará ele de uma concertação para o bem do país, o que significa pacificar antes de governar.

Cabra-cega.

 

 * Pádua Marques.

Tinha uma brincadeira no meu tempo de menino que ainda me lembro como se fosse hoje, a cabra-cega. Nunca esteve tão próxima e servindo de exemplo pra o que está acontecendo na política. Quem está acima dos 60 anos há de se lembrar que naquele tempo não existia televisão na Parnaíba e à noite as crianças ficavam brincando umas com as outras na porta da rua.

Cabra-cega era brincadeira de meninos e meninas. Começava com uns poucos, mas depois ninguém dava conta. Uma das meninas corria lá dentro de casa procurando um pedaço de pano, uma fralda, um pedaço de saia que fosse e na volta era escolhido aquele que daria a saída. O chefe da brincadeira dava umas rodadas pra ele ficar zonzo, tonto de onde estava. Fosse menino ou menina. Não tinha esse negócio não.

Cabra-cega. Não sei até hoje quem inventou, mas era brincadeira boa dos tempos dos meninos e meninas de meu tempo. Quem brincou nunca há de esquecer. E vinham mais depois outros e mais outros meninos das outras ruas. Vinham atraídos pelos gritos e risadas. Vinham suados, de calção e sem camisas, brigões, meninos feios, fogoiós e até os com cara de china. Vinham das redondezas, de outras brincadeiras de cowboys, de manchas, de pegar no rabo da raposa, do jogo de bola de meia.

E a gente ficava até a hora de se recolher pra dentro de casa nessas brincadeiras de pegar e soltar uns aos outros. Não havia saliência. Os meninos e meninas menores sempre eram os mais fáceis de serem capturados. Caiam na vez de sofrerem por um bom tempo até que passavam pra outros. Na escola era a mesma coisa. Brincadeiras de mancha. Esta agora sem os olhos cobertos por um pano. Valia a resistência.

Era brincadeira de astúcia. Consistia em descobrir e pegar o colega escondido.  Sendo apanhado, era a hora de começar tudo, fazer tudo, usar de todas as formas pra sair do castigo. Outras brincadeiras do meu tempo de criança tinham as mesmas ou quase o mesmo jeito. Eram pra fazer a gente se sair, tentar passar essa dificuldade pro outro. Como é na política.

E a gente no final da noite antes de pegar o rumo de casa, havia mostrado o quanto era esperto e rápido em se livrar de armadilhas. Porque todas aquelas brincadeiras, fosse no meio da rua ou na escola à hora do recreio, tinham essa coisa de nos testar. Essa mesma agilidade que deve ser testada agora nessas eleições pra presidente. Estamos no meio de uma grande brincadeira de cabra-cega.

Só que desta vez são dois homens com panos nos olhos tentando nos pegar. Jair Bolsonaro e Fernando Haddad são as duas cabras-cegas.  E os meninos e meninas se pondo a correr e se esconder pelos cantos e em cima dos muros e das cercas, por detrás dos carros estacionados na rua, na casa dos vizinhos e atrás uns dos outros. Ou somos nós as cabras-cegas? * Pádua Marques, jornalista e escritor. 

Perspectiva do emprego 2018/2019

Por:*Clemente Ganz Lúcio

Com as diversas inovações tecnológicas, o sistema produtivo, a geração de energia, a comunicação e o transporte têm se modificado intensamente, facilitando a articulação das cadeias produtivas globais e a estruturação de uma nova divisão internacional do trabalho. O sistema financeiro compra empresas e patrimônios naturais, amplia formas de gerar lucro e de acumular e concentrar renda e riqueza. Esse processo exige a prospecção sobre o que será o futuro do trabalho e do emprego.

 Um bom ponto de partida é entender a situação da dinâmica econômica e regulatória do mercado de trabalho, o que está acontecendo e quais as perspectivas para o emprego. A OIT (Organização Internacional do Trabalho) disponibilizou duas importantes publicações: Perspectivas Sociales y del Empleo en el Mundo – tendencias 2018 (OIT, Genebra, 2018) e Panorama Laboral 2017 América Latina y Caribe (OIT, Lima, 2017). Esses documentos reúnem informações e análises preciosas.

A força de trabalho mundial é da ordem de 3,3 bilhões de pessoas, das quais mais de 190 milhões estão desempregadas. Aumenta o contingente dos desalentados, pessoas que desistem de procurar empregos.

A América Latina e o Caribe reúnem uma força de trabalho de 300 milhões de pessoas, com 20 milhões de desempregados e quase 36% dos ocupados em empregos vulneráveis.

A OIT estima que 42% dos empregos no mundo são desprotegidos, número que cresce desde 2012. Há, portanto, um fenômeno estrutural de aumento dos empregos vulneráveis (trabalhadores por conta própria, trabalhadores familiares auxiliares e assalariados sem registro) em um contexto de altas taxas de desemprego de longa duração. Nos países emergentes, os empregos vulneráveis atingem 76% das ocupações.

Cerca de 300 milhões de trabalhadores recebem salários inferiores a 1,90 dólar por dia. Nos países em desenvolvimento, a força de trabalho em situação de extrema pobreza ultrapassa 114 milhões de pessoas, o que equivale a 40% de todos aqueles que estão empregados nessas regiões. A pobreza moderada (situação na qual está quem recebe entre 1,9 e 3,1 dólares por dia) atinge 430 milhões de trabalhadores.

São imensas as desigualdades de gênero: as mulheres ganham menos e ocupam a maioria dos empregos vulneráveis. Os jovens enfrentam restrições para o acesso a um posto de trabalho precário e convivem com taxas de desemprego três vezes superiores às dos adultos

 O emprego rural já não é mais substituído pelo industrial e urbano. A ocupação rural é eliminada e agora suprida por um posto no segmento dos serviços, a maioria de baixa qualidade, precária e vulnerável, com pequenos salários. Enquanto isso, o emprego industrial entra em declínio. A desindustrialização precoce dos países emergentes compromete o desafio de alçar e emparelhar o desenvolvimento produtivo dessas nações ao das desenvolvidas

]O crescimento econômico está anêmico, com baixo investimento privado, escassez de demanda (baixos salários, empregos precários e inseguros etc.), desigualdade crescente de renda e riqueza, o que esteriliza ainda mais a demanda

O processo civilizatório a partir do emprego regride. Montam-se armadilhas e os conflitos vão aumentar. Tempos de tempestades

*Clemente Ganz Lúcio é  Sociólogo, diretor técnico do DIEESE, membro do CDES – Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social e do Grupo Reindustrialização 

ANÁLISE: Crescimento de Bolsonaro é mais vigoroso que ritmo de Haddad

 

A primeira pesquisa Ibope/Estado/TV Globo do segundo turno das eleições 2018, divulgada na segunda-feira, 15, indica Bolsonaro com 59% e Haddad com 41% dos votos válidos, ou seja, excluindo os votos nulos, brancos e indecisos. Uma vantagem enorme para Bolsonaro, cuja força política foi sentida ao final do primeiro turno, não apenas, aqui, na disputa presidencial, mas, especialmente, na força do PSL, elegendo a segunda maior banca da Câmara.

Na votação para o segundo turno, há os seguintes recortes: sexo, idade, escolaridade e renda familiar. Nestes dois últimos, Haddad tem maior intenção de votos entre os mais pobres – que ganham até 1 salário mínimo –  e entre os menos escolarizados –  que cursaram até a quarta série. Contudo, mesmo nestes recortes, Bolsonaro ganha de Haddad em todos os outros segmentos de renda e de escolaridade. O ex-capitão, também, lidera nos recortes sexo e idade. Com isso, pode-se depreender que o ritmo do candidato do PSL é mais vigoroso que o ritmo do petista, até mesmo no “potencial de voto” e na “certeza do voto”. Bolsonaro tem um eleitor mais convicto e Haddad, por sua vez, já é mais rejeitado que Bolsonaro.

Com esses dados apresentados pela pesquisa, alguns pontos a considerar:

1) Bolsonaro colhe os frutos de ter se firmado – antes dos outros – com maior força como um antipetista e o maior antagonista do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso na Operação Lava Jato;

2) A estratégia do PT de manter Lula em evidência e até o último momento e ligando-o a Haddad contribuiu sobremaneira para a força do discurso de Bolsonaro;

3) Provavelmente se o PT tivesse retirado Lula de cena e fortalecido a imagem mais centrada de Haddad, hoje, a disputa seria de outra ordem;

4) A campanha de Haddad ao mudar suas cores e subtrair o nome de Lula acusou, tardiamente, o golpe, mas tais mudanças não surtirão efeito, especialmente pela força dos seguidores de Bolsonaro nas redes sociais;

5) Haddad insistirá na ida de Bolsonaro aos debates televisionados, crendo que, com isso, possa frear seu oponente expondo suas fragilidades;

6) Se, por ventura, Bolsonaro for aos debates e seu desempenho for ruim, mesmo assim, terá pouco impacto em sua imagem e em suas intenções de voto, mantendo a vantagem;

7) A tal frente dos democratas – junto com Haddad – contra Bolsonaro não empolgou ninguém, ou seja, nem Marina e nem Ciro, especialmente,  estão dispostos a vincular sua imagem à de Haddad neste momento;

8) A construção narrativa do PT do “nós” contra “eles” conseguiu, só agora, um adversário que luta na mesma sintonia – o PSDB e Marina nunca conseguiram devolver, na mesma moeda, os torpedos discursivos dos petistas;

9) A força de Bolsonaro nas redes sociais rompeu o paradigma da importância do tempo de rádio e televisão; e, finalmente,

10) A não ser que Bolsonaro cometa um erro crasso ou um escândalo de enorme proporção modifique o humor do eleitorado, será muito, muito difícil Haddad superar seu adversário.

informações Estadão

Favorito, Jair Bolsonaro joga parado no 2º turno

Por:Josias de Sousa

O turno final da sucessão presidencial entra na sua segunda semana. E tudo o que o estado-maior do PT conseguiu levar à mesa foi a proposta de formação de um polo de forças democráticas contra Jair Bolsonaro. Acotoveladas pelo petismo nos últimos 14 anos, as forças democráticas ainda não se animaram a responder ao chamamento por uma união em torno de Fernando Haddad.

Ciro Gomes foi para estrangeiro. Marina Silva recolheu-se. Fernamdo Henrique Cardoso diz que há uma porta entre ele e Haddad. Mas esclareceu que ela não se abrirá sem que o PT ajoelhe no milho para expiar os seus pecados. Haddad sonha com o apoio de personalidades como Joaquim Barbosa.

O cenário é francamente favorável a Bolsonaro. A democracia brasileira falhou tanto nos últimos anos que a expressão polo democrático perdeu força. Na cabeça de muitos eleitores, polo é um lugar frio —ideal para que Bolsonaro implemente a sua tática de congelar a campanha, ausentando-se de debates. Forças democráticas viraram um outro nome para corrupção, desemprego, violência e serviços públicos precários.Contra esse pano de fundo,  Bolsonaro pode chegar ao Planalto jogando parado no segundo turno.

A cara do governo será outra

A coligação governista elegeu 24 deputados estaduais de 8 partidos e 8 deputados federais de 6 partidos, além dos dois senadores, cada um de um partido diferente, configurando uma vitória esmagadora contra os adversários. A força eleitoral da chapa governista, porém, pode trazer um problema na composição da equipe que auxiliará o governador na tarefa de administrar o estado, porque terá de montar um time com a necessidade de reduzir a máquina para economizar nas despesas.

É óbvio que quem se elegeu ou o partido com uma bancada, de certo modo numerosa, vai reivindicar mais espaço no governo e pastas de grande relevância no contexto da administração pública estadual. Wellington Dias vai precisar conversar muito com seus aliados para montar uma equipe que satisfaça a todos mas até o limite que ele pode atender. Não é mais possível manter a estrutura atual, principalmente a existência de coordenadorias criadas para acomodar aliados de última hora.

Incluindo o PT, são 9 partidos que fizeram parte do apelidado “chapão” que elegeu 24 deputados estaduais e 8 federais (PT/PP/MDB/PDT/PTB/PR/PSD/PRTB e PC do B) e que portanto vão querer participar. PT/PP e MDB, obviamente, vão querer maior quinhão por serem as maiores bancadas. Juntos representam 16 deputados estaduais e 5 federais, além dos dois senadores, ou seja, vão querer ficar com a maior fatia do bolo dos cargos, porque só a soma deles representa a maioria absoluta na Assembléia.

Por ter entrado no governo somente no final do ano passado, o MDB ocupa no governo apenas um cargo de 1º escalão, no caso a Secretaria de Assistência Social, pois os demais são de 2º, destacando-se apenas o DER (Departamento de Estradas de Rodagem), enquanto os demais são coordenadorias. Agora não. O partido, alegando ter 1 senador, um deputado federal e 6 estaduais vai querer ampliar seus espaços na administração estadual para fazer jus à sua representatividade parlamentar.

O PP, por sua vez, é aliado de primeira hora do PT, estando com o partido desde as eleições de 2014. Por ter 1 senador (agora reeleito), 1 deputado federal e 1 estadual, o PP tem participação, digamos, regular, no governo; Secretaria de Transporte, além do Detran (2º escalão), co-participação na Secretaria de Saúde e diretorias em órgãos e empresas do estado. Nesta eleição, conseguiu eleger, além de Ciro Nogueira, duas deputadas federais e cinco deputados estaduais. Vai reivindicar mais espaços.

Embora tenha ampliado sua bancada estadual de 3 para 5 deputados, o PT perdeu a cadeira de senador conquistada em 2010 e manteve os dois deputados federais. Por ter eleito o governador, o partido continuará mantendo cargos estratégicos no governo, embora tenha que ceder espaços para os aliados. O partido não deve mais ficar com Educação, Saúde, Fazenda e Agricultura. O que parece ter unido os aliados na eleição pode se repetir na composição, desde que os critérios sejam respeitados. A cara do governo neste novo mandato será outra.

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