Eleitores de olhos bem abertos, com a classe política sob descrédito

Vicente Nunes
Correio Braziliense

Os eleitores são sábios. O recado que deram por meio das urnas foi eloquente. Não querem mais o modelo tradicional que imperou na política. Isso ficou evidente, sobretudo, na renovação histórica do Congresso, com a expulsão de caciques das decisões que movem o destino do país — muitos deles, se ressalte, denunciados por corrupção. Por maiores que sejam as dúvidas sobre a capacidade do futuro Legislativo de atender as demandas da população, o novo reascende a esperança daqueles que torcem por um Brasil melhor.

O Congresso chegou a um nível insuportável de descrédito. Em vez de legislar em prol da maioria, sempre privilegiou um pequeno grupo afeito à corrupção. Num país com tanto por se feito, não há mais espaço para essa política do atraso. É inaceitável que parlamentares eleitos para representar o povo sejam indiciados pela polícia por todo tipo de crime. Chegou-se ao cúmulo de termos deputados propondo leis durante o dia e passando a noite na cadeia. Tivemos de assistir, atônitos, pela tevê, a Operação Lava-Jato fazendo buscas e apreensão em gabinetes da Câmara e do Senado. Como ter o respeito da população? Como acreditar nesse sistema podre, nessa velha política?

MUITO ATENTO – Apesar de todo alento que as eleições do último domingo trouxeram, é preciso ficar muito atento. Teme-se que, por meio de caras novas, o Congresso não só mantenha as práticas nefastas que são históricas, mas, também, impulsione uma onda conservadora que pode pôr fim a avanços importantes. Projetos nesse sentido não faltam no Legislativo. Felizmente, nos últimos anos, todas as tentativas de retrocesso foram barradas pelo bom senso de minorias que gritaram muito alto. Contudo, em meio à onda radical que atormenta o país, qualquer descuido pode ser fatal.

É com esse novo Congresso que o futuro presidente da República terá de governar. Não à toa, economistas, empresários e investidores estão mapeando qual será o tamanho da força que o eleito em 28 de outubro terá para levar adiante projetos de extrema importância para tirar o Brasil do atoleiro.

SEM MAIORIA – Nenhum dos dois candidatos escolhidos para o segundo turno demonstra ter maioria. O PT de Fernando Haddad e o PSL de Jair Bolsonaro terão as duas maiores bancadas da Câmara dos Deputados. Mas precisarão suar a camisa para montar uma coalizão consistente, dada à fragmentação das legendas.

A expectativa é de que o eleito consiga, ainda no primeiro ano, aprovar as duas principais reformas: a da Previdência Social e a tributária. Se conseguir, terá todas as condições para retomar o crescimento econômico, reverter o desemprego e reduzir as desigualdades sociais que só fazem aumentar.

Os especialistas dizem, porém, que todas as mudanças terão de ser feitas ainda no primeiro ano, sob o risco de o descrédito minar a força que todos os governantes costumam ter em início de mandato. Exemplos para isso não faltam.

O Piauí do atraso, a volta da oligarquia

Por: Francisco Jurity

A vida se vive de vitórias e derrotas. O importante é sair da luta de cabeça erguida, combatendo o bom combate, especialmente de uma luta desigual, onde o uso da máquina e do poder econômico fazem a diferença. Claro que sempre foi assim mas, depois do modelo de fazer a política implantado pelo PT Nacional, orientada por Zé Dirceu, instalado no Brasil, ficou mais difícil ainda, para o exercício da democracia. No segundo turno teremos uma resposta em forma de revolta popular, o que ocorrerá em nosso Piauí, cedo ou tarde.

A oligarquia do século passado que ajudamos a derrotar, era menos nociva da que está instalada hoje no Piauí. Porquê? A oligarquia do século passado era constituída por uma ou duas ou três famílias,  Freitas, Gayoso, Portela e meia dúzia de amigos. Agora essa oligarquia petista se mantém no poder, com apoio de um arco de alianças de famílias que se enriqueceram às custas dos cofres públicos, e não mais querem largar o osso.

Usando a fórmula do Zé Dirceu, bota o povo pra pensar com a barriga, como dizia Lula. Acumular dinheiro pra distribuir pro povo e a eleição tá decidida, simples assim. Mas um dia teremos uma lava jato no Piauí e por consequência haverá uma revolução das massas, cansados de serem enganados. Essa é a minha opinião!

Vai dar Bolsonaro no 2º turno

Por: Zózimo Tavares

Hoje trago um levantamento sobre os resultados das eleições presidenciais, desde quando elas foram restabelecidas no Brasil, em 1989.

Na primeira eleição para presidente, no período democrático, foram para o segundo turno os candidatos Fernando Collor (PRN), com 30,47% dos votos, e Lula (PT), com 17,18%.

No segundo turno, Collor venceu a eleição com 53,03% dos votos, contra 46,97% de Lula.

Na eleição de 94, não houve segundo turno. O tucano Fernando Henrique Cardoso FHC venceu no primeiro, com 54,24%, contra 27,07% de Lula.

A eleição seguinte, em 98, também foi decidida já no primeiro turno. FHC se reelegeu com 53,06%, contra 31,71% de Lula.

Em 2002, Lula conseguiu 46,44% dos votos no primeiro turno, contra 23,19% de Serra. No segundo turno, o petista obteve 61,27% da votação e o tucano, 38,72%.

Na eleição de 2006, novamente a parada foi decidida no segundo turno. No primeiro, o presidente Lula conseguiu 48,61% da votação, contra 41,64% de Geraldo Alckmin.

No segundo turno, o presidente foi reeleito com 60,83%, enquanto o tucano ficou com 39,17% dos votos.

Novo segundo turno na eleição presidencial de 2010. A petista Dilma Rousseff conquistou 46,91% dos votos no primeiro turno, contra 32,61% do tucano José Serra.

No segundo turno, ela foi eleita com 56,05, contra 43,95% dos votos conseguidos pelo tucano.

Mais uma vez, a eleição foi decidida no segundo turno em 2014. No primeiro turno, a presidente Dilma alcançou 41,59% da votação e Aécio Neves (PSDB), 33,55%.

No segundo turno, a presidente foi reeleita com 51,64%, contra 48,36% do senador Aécio.

A eleição deste ano também empurrou a decisão final para o segundo turno. No primeiro, o deputado Jair Bolsonaro (PSL) ficou com 46,03% dos votos, contra 29,28% atribuídos ao candidato do PT, Fernando Haddad.

Resumo da ópera

Ou seja, de 1989 para cá foram realizadas oito eleições presidenciais. Apenas duas delas não tiveram segundo turno, em 94 e em 98, ambas vencidas por FHC.

As outras cinco foram conquistadas pelo candidato com maior votação no primeiro turno. Isto é, o segundo turno apenas confirmou o resultado do primeiro.

A sexta eleição presidencial com segundo turno, que é esta de 2018, ainda está em aberto. Ela só será concluída dia 28.

Porém, pelo histórico das eleições presidenciais e pela análise do cenário político brasileiro, não é difícil arriscar um palpite certeiro sobre o seu resultado.

Os 11 candidatos que não chegaram ao segundo turno obtiveram, juntos, 24,69% dos votos. O candidato do PSL entrou no segundo turno com uma vantagem de mais de 16%, sobre Haddad. Até aqui é a maior diferença imposta a um candidato petista que passa ao segundo turno. 

Bolsonaro precisava de mais 4% dos votos para liquidar a fatura no primeiro turno; Haddad, de pouco mais de 20%.

No segundo turno, ganha quem simplesmente obtiver a metade dos votos mais um. Os eleitores de Haddad não desistem dele. Os de Bolsonaro também não.

Nas eleições presidenciais brasileiras, até hoje, nenhum candidato na segunda colocação virou a votação no segundo turno.

Além do mais, a “onda amarela” chegou à eleição de domingo passado num crescendo.

Portanto, Jair Bolsonaro está virtualmente eleito. O mais é farofa-fá!

A era da ‘fake news’

 

Por:Janguiê Diniz

A tecnologia associada ao uso da internet tem estimulado bastante o desenvolvimento intelectual das pessoas e, se olharmos por esse lado, isto traz um grande benefício. No entanto, o acesso à internet em grande escala também tem corroborado para um sério problema chamado de fake news (“notícias falsas”, em tradução livre).

Nos últimos anos, esse tema tem ganhado muito destaque por causa da quantidade de informações inverídicas que têm circulado nas redes sociais, no aplicativo WhatsApp e em alguns veículos de comunicação. Para se ter uma ideia, segundo o Relatório da Segurança Digital, produzido pelo dfndr lab, laboratório de segurança da PSafe, no Brasil, asfake news tiveram mais de 2.9 milhões de acessos entre janeiro e março de 2018. Ainda de acordo com o levantamento, 95,7% dos conteúdos falsos foram disseminados via WhatsApp.

Os números expressivos não chamam atenção apenas pelo curto prazo, afinal, o impacto que isso tem causado gera um problema preocupante, já que as notícias falsas são repassadas rapidamente e muitas delas podem interferir na vida das pessoas, uma vez que possuem as linhas de difamação, ódio, bizarrices, entre outros. 

O que também impressiona é que esse tipo de negócio é lucrativo para os criminosos. Como o objetivo é lucrar indevidamente a partir de visualizações e cliques em anúncios e páginas, quanto mais usuários impactados, maior o lucro. Isso justifica as chamadas sensacionalistas e mentirosas.

Desta forma, esse assunto chama a atenção e pede da gente o hábito de sempre duvidar das informações compartilhadas na internet, sobretudo aquelas que se tratam de temas polêmicos e alarmistas. É possível se proteger e ficar atento à estrutura do texto, às características da marca dos veículos, ao tamanho da fonte da palavra ‘compartilhe’, ao uso de dados inconsistentes, ao uso de informações que não possuem relação com o assunto abordado, erros gramaticais e de ortografia, entre outros.

(*) *Janguiê Diniz – Mestre e Doutor em Direito – Fundador e Presidente do Conselho de Administração do grupo Ser Educacional

PDT e PSB esnobam Haddad e não vão fazer campanha contra Bolsonaro

                                                                 No segundo turno, Haddad terá de se virar sozinho

Carlos Newton

Na noite de domingo, quando já se conheciam os resultados da eleição presidencial no primeiro turno, a senadora Gleisi Hoffmann, presidente do PT, ligou para Carlos Lupi para marcar uma reunião destinada a acertar o apoio do PDT e de Ciro Gomes ao petista Haddad no segundo turno. O celular tocou, o presidente do PDT conferiu quem fazia a ligação e simplesmente não atendeu. Estava jantando com Ciro Gomes em Fortaleza e na mesma hora decidiram que o PDT daria à candidatura de Haddad apenas “apoio crítico” ou “sem empenho”. Em tradução simultânea, Ciro não vai sair às ruas para fazer campanha defendendo voto em Haddad.

Outras decisões dos pedetistas foi fazer oposição ao provável governo Bolsonaro e lançar a pré-candidatura de Ciro Gomes à Presidência em 2022. Ou seja, a próxima campanha presidencial terá caráter permanente.

PSB NO MURO – O PT está tentando também reafirmar o acordo de primeiro turno com o PSB, que garantiu a vitória do governador socialista Paulo Câmara em Pernambuco, com mais de 50% dos votos válidos.

O acordo até interessa ao governador Márcio França, que tenta a reeleição em má situação, porque no primeiro turno o tucano João Doria chegou na sua frente com uma diferença superior a 2 milhões de votos.  

Mas acontece que, para derrotar Dória, França precisará não somente atrair votos do PT (Luiz Marinho teve 12,66%), como também do PMDB (Paulo Skaf conseguiu 21,02%), e de candidatos de outros partidos. Por exemplo, o Major Costa e Silva (DC) teve 3,69%; Rogerio Chequer (Novo) chegou a 3,32%; Rodrigo Tavares (PRTB), alcançou 3,21% e a Professora Lisete (PSOL) obteve 2,51%. Ou seja, esses quatro tiveram quase 13 milhões de votos.    

BOLSONARO REINA – Sonhar ainda não é proibido, mas o fato concreto é que Jair Bolsonaro domina esta eleição. As chances de o petista Fernando Haddad ser eleito no segundo turno são mínimas, quem quiser que se iluda.

Como diz nosso amigo Pedro do Coutto, a “falsa esquerda” que o PT representou no teatro da política fortaleceu a direita de tal maneira no Brasil que os verdadeiros esquerdistas tiveram de submergir e vão demorar a voltar à tona, para dar seguimento ao bom combate preconizado pelo apóstolo Paulo.

É claro que há de chegar um dia em que direita e esquerda não existirão mais, porém isso só acontecerá quando o homem descobrir que a única coisa que interessa é fazer a coisa certa, ao estilo preconizado por Sidarta Gautama, o Buda, que nasceu 560 anos antes de Cristo.

###
P.S. – A Bíblia é uma compilação de parte da cultura existente na época. Contém muitos ensinamentos de Buda, Sócrates e outros grandes pensadores 

O confronto é entre duas seitas, lulistas e bolsonaristas, mas viva a democracia!

                                                                                           Charge reproduzida do Arquivo Google

Jair Bolsonaro (PSL) virou onda sob os ventos conservadores que assolam o Brasil, mas a vitória em primeiro turno parecia improvável. A perspectiva era de um segundo turno entre duas seitas políticas, o bolsonarismo e o lulismo, alheias à crítica, à autocrítica e às divergências. A eleição passa, mas essa guerra vai continuar.

Fernando Henrique, em 1994, e Lula, em 2002, tinham uma certa lógica, até onde a política consegue ter alguma lógica. Mas 2018 lembra mais 1989, com o “caçador de marajás” Fernando Collor (seria cômico, não fosse trágico), e 2014, com a “gerentona” Dilma Rousseff (o que é só trágico).

ERA UM TEATRO – Collor crescendo, crescendo, e os brasileiros acreditando, festivamente, nos jargões, no teatro, sem refletir sobre o passado do candidato nem projetar o futuro presidente. Dilma liderou do início ao fim, sem que os eleitores, expostos a um marketing de muita qualidade técnica e pouca ética, enxergassem as pedaladas para driblar a realidade e cair no precipício logo ali.

Assim chegamos a este 7 de outubro com o País sem racionalidade, dividido entre antipetismo e antibolsonarismo. Os eleitores só veem, ouvem e sentem o que querem, sem a dúvida, os prós e contras. Se a seita PT obedece a tudo o que seu mestre Lula mandar, a seita bolsonarista bate continência a todas as ordens do capitão Bolsonaro.

Para o PT, estão errados a Justiça, o MP, a PF, a Receita e a mídia, só Lula está certo. Não interessa que ele tenha dividido o País em “nós e eles”, mergulhado alegremente nas benesses de empreiteiras e bancos, institucionalizado a propina e fatiado a Petrobrás. Só que ele usou os ventos internacionais para dar crédito, consumo e bolsas à vontade e é adorado por um terço da população.

CONTRA O PT – E por que Bolsonaro? “Porque sou contra o PT.” Sim, mas e o Bolsonaro? O que ele já fez, faz, é capaz de fazer? O que ele é, o que pensa? A equipe dele? O risco?

Aí, a resposta é um muxoxo, uma certa preguiça para pensar, admitir que o candidato foi péssimo militar, é péssimo político, meteu a família inteira na política, nunca administrou nem padaria. Um “defensor da família” que já se separou quantas vezes mesmo? Algumas, aliás, de forma bem tumultuada.

Na hora do “vamos ver”, quando passam a festa e a transição e o eleito senta na cadeira para governar, começam os problemas. Em meio à tempestade, com 13 milhões de desempregados, pior ainda. Há, porém, uma diferença clara entre o que poderá ser o início Bolsonaro e o início Haddad.

DOIS ESTILOS – O capitão vai meter o pé na porta, botar pra quebrar, como gostam seus apoiadores. Mas Haddad vai chegar com jeito de professor, fala mansa, agregador. Quando todo mundo se acostumar, quem sabe até gostar, aí é que o PT “toma o poder”. Está na alma do partido aparelhar o Estado: bancos públicos, empresas, instituições, até organismos internacionais.

Quando Bolsonaro vier com tudo, o PT será de grande utilidade. Quando o PT intervier no governo Haddad, se for ele o vitorioso, a militância de Bolsonaro, forjada em junho de 2013 e encorpada pelas redes sociais, estará a postos. O confronto entre governo e oposição é saudável, democrático, mas como não aprofundar a polarização e o ódio que vai se instalando, replicado até mesmo no próprio Supremo?

Tempos difíceis virão com um segundo turno entre candidatos com índices inéditos de rejeição e um governo, seja qual for, que assumirá com déficit monumental, falta de dinheiro para tudo, necessidades urgentes, reformas inadiáveis, empresas fechando, milhões de desempregados e… uma oposição armada até os dentes.

Mas tem boa notícia: quanto maior a ameaça do autoritarismo, mais os brasileiros se lembram do valor da democracia.

Governo faz cabelo, barba e bigode no Piauí

Por:Zózimo Tavares

O governador Wellington Dias é o único político do Piauí com três mandatos no Palácio de Karnak. Ontem, ele quebrou o seu próprio recorde, ao se eleger para o quarto mandato de governador.

Todas as suas eleições para o governo foram conquistadas sempre no primeiro turno.

Em 2002, Wellington Dias conseguiu a sua primeira eleição de governador com 50,95% dos votos válidos, contra 44,06% do governador Hugo Napoleão (PFL) e 3,10% do professor Jônathas Nunes (PMDB).

Ele foi reeleito em 2006 com 61,08%, contra 25% do senador Mão Santa (PMDB) e 12,21% do então ex-prefeito Firmino Filho (PSDB).

Wellington, à época na metade do mandato de senador, venceu nova eleição para o governo, em 2014, pela oposição, com 63,08% dos votos, contra 33,25% do então governador Zé Filho (PMDB). Foi o seu melhor desempenho na disputa para o governo.

Ontem, ele foi reeleito com 55,65 % dos votos.

Marcelo Castro e Ciro Nogueira, os senadores

O novo mandato

O governador disse ontem à noite, em sua primeira entrevista após a reeleição, que depois da vitória tudo parece fácil, mas não foi nada fácil na conquista de seu quarto mandato para o Palácio de Karnak. Ele afirmou que aconteceram milagres.

Wellington Dias garantiu que o novo mandato nada terá a ver com os anteriores, porém não detalhou no que ele será diferente.

Além de renovar o mandato, o bloco do governo conseguiu ontem eleger os dois senadores – Ciro Nogueira (Progressistas) e Marcelo Castro (MDB).

Fez mais: preencheu oito das dez cadeiras de deputado federal e 25 das 30 cadeiras da Assembleia Legislativa.

Como se diz popularmente, fez cabelo, barba e bigode.

Vou votar, sim- mas não para governador do Piauí

 

Não vou votar para governador do Piauí e digo o porquê. Simplesmente porque os institutos de pesquisas – se merecem ou não credibilidade, não sei- já reelegeram Wellington Dias no 1º turno. Em inúmeras e suspeitadíssimas pesquisas. E eu jamais votaria num cara do nível deste governador que está aí. Um homem pequeno, sem alma, sem nada. Aprendiz de feiticeiro, enganador de serpentes, como o denominou o respeitabilíssimo jornalista Zózimo Tavares, em um de seus vários e notáveis livros.

O cara traiu todos aqueles que acreditaram naquele menino pobre, do interior do Piauí, simples, humilde, de um discurso conciliador e que pregava o respeito aos menores, aos menos aquinhoados. Esse cara hoje é Wellington Dias, riquíssimo, poderoso, cercado de puxa-saco, que, como todo bom petista, é capaz de pisar no pescoço da própria mãe para se manter no poder. E pra quê o poder? Para ajudar os pobres? Gerar riquezas e dividi-las com quem necessita? Não. Para tirar o pouco do que o Estado possui e dividir consigo e com meia dúzia de contumazes sugadores de cofres públicas, de índole duvidosa, alguns dos quais comprometidos com a justiça e que buscam um mandato para usufruírem do vergonhoso e imoral foro privilegiado.

Chega! Wellington Dias com mais um mandato de governador? Não, não e não!!! O povo o elegeu em 2002, junto com Lula, e ele, “o índio mais sabido do Brasil”, como disse o próprio Lula, hoje na cadeia, nunca mais saiu do poder até hoje. Sim, o breve hiato que houve foi quando ele traiu o empresário João Vicente Claudino, a quem disse que indicaria seu sucessor, mas optou por indicar seu vice, Wilson Martins, quando se elegeu para senador, após haver declarado que havia falado com Deus e havia decidido que cumpriria 4 anos de mandato mas, o seu deus Lula, pediu que ele entrasse na campanha para senador…. Wellington foi para Brasília, mas a petezada ficou mamando nas tetas do governo Wilson Martins.

E o que Wellington Dias fez pela nossa Parnaíba? Permitiu distribuição de contracheques para uma claque que hoje o aplaude, inclusive os dois ex-prefeitos de Parnaíba- Zé Hamilton e Florentino, que parece não lembrarem e não saberem que Wellington Dias é um daqueles que tem inveja da cidade e da nossa gente. Tirou o pouco que tínhamos. E não foi só a Academia de polícia. Sucateou órgãos importantes, como o IAPEP, hoje Iasp; Detran; educação, saúde, segurança pública, afora as obras que encontrou em andamento que paralisou, a exemplo da estrada para Pedra do Sal, extensão da Avenida São Sebastião, as promessas de Orla da pedra do Sal, Porto dos Tatus, Mercado da Caramuru, Ponte Simplício Dias, reforma do Porto das Barcas, enfim, não vou citar mais porque estou com ânsia de vômito.

Sim, Sr. José Wellington Barroso de Araújo Dias. Sou o mesmo professor e jornalista Bernardo Silva, que há meses escreveu um artigo dizendo que você havia falhado até como ser humano. Sou servidor estadual aposentado, minha mulher está com câncer e teve o tratamento retardado porque no dia que era para iniciar o tratamento no Hospital São Marcos pelo PLAMTA, os convênios estavam suspensos porque o seu governo, irresponsavelmente, pegou o dinheiro que desconta em nossos contracheques e deu a ele uma destinação não sabida. Tenho nojo e vergonha de quem não honra a confianças das pessoas. E o senhor fez isso, com o povo do Piauí. Que Deus tenha piedade de você, de sua alma (se ainda a possui), e dos urubus que o rodeiam. Tenho dito. E PT saudações!!!!

Eleições 2018: o pleito que virou campo de guerra

Por:Janguiê Diniz (*)
As eleições se aproximam e, em 2018, ganham contornos diferentes dos últimos pleitos. Desta vez, o processo está muito mais polarizado. Parece que o Brasil se divide entre esquerda e direita, coxinhas e mortadelas. Essa polarização tem levado a um “ufanismo eleitoral” assustador. Quase não se debate mais política; ao contrário, o que acontece são verdadeiros bate-bocas, discussões acaloradas, xingamentos mútuos. Aparentemente, a situação está mais desrespeitosa do que as brigas de torcidas esportivas.
Se antes política era um assunto saudável de ser debatido, hoje pode até virar caso de polícia. Não se aceita mais o contraditório, a opinião divergente. Parece que, se eu não penso igual a você, nunca nos entenderemos e seremos eternamente rivais. Como se não fôssemos capazes de entender o ponto de vista do outro ou mesmo mudar de ideia.
Até compreendo, apesar de não concordar com toda essa raiva. Afinal, a situação política do País é das piores possíveis. Desse desacerto nos três Poderes, decorrem crises na educação, segurança pública, saúde, economia, enfim, todos os âmbitos da nossa vida. Estamos mergulhados em uma grave crise, acima de tudo moral e institucional. Isso tudo causa uma revolta na população, que se desespera na busca por possíveis soluções – que têm que vir, em parte, de fato, dos políticos que dirigem o País. 
Nesse tempo, os mais exacerbados se agarram a nomes como tábuas de salvação e transformam pessoas – candidatos a cargos eletivos – em quase divindades e atribuem a elas o poder de tirar o Brasil do buraco. Acontece que qualquer outro posicionamento que não aquele que a pessoa estabeleceu como o caminho a ser seguido é tido como errado, qualquer outro candidato é logo taxado como incompetente. Que engano.
Primeiro: por mais bem intencionado que qualquer postulante nesta eleição esteja, não será ele sozinho que irá reverter a situação atual. Ele pode ter a iniciativa, mas precisará da colaboração de diversas instâncias para realizar as melhorias necessárias. Não é uma tarefa fácil, de fato. 
Mas não devemos depositar em uma pessoa a esperança da salvação do país. Isso, inclusive, causa uma “cegueira” que pode ser muito arriscada. Não ver outras possibilidades é um grande erro. Segundo: não há porque brigar tanto, disseminar tanto ódio contra o que pensa desigual. Defender uma convicção política não significa execrar ou achincalhar quem não concorda. É possível discordar, respeitando a outra parte. 
Política não é religião. Político não é Deus. Até porque, em uma democracia, ao menos em tese, o poder emana do povo.
(*)Janguiê Diniz – Mestre e Doutor em Direito – Fundador e Presidente do Conselho de Administração do grupo Ser Educacional

A idoneidade do tempo e o caráter populacional político brasileiro

Por: Erivelton Fontenele
Um amigo chamado vento pediu ao amigo sol que lhe apresentasse um sujeito íntegro, justo e perfeito. Um sujeito que as virtudes superassem seus defeitos e que seus defeitos fossem capazes de rejeitar as impurezas do passado. O senhor sol então o apresentou um sujeito, nervoso,  mas que ao mesmo atribuía-se a qualidade de calmo e justo, poucos podiam vê-lo, porém todos sabiam sobre suas atitudes de perfeição e equilíbrio moral, sempre dosada pela sabedoria e compassada sobre as maiores virtudes da terra. Este senhor era livre e seus costumes, respeitado por todos, com ele não existe certo ou errado e sim JUSTO E PERFEITO. Aperfeição sempre o acompanha e a justiça faz das suas obras as mais venerada de todos os acontecimento do mundo.
O senhor vento sem compreender o tamanho daquilo que o acompanhava resolveu logo perguntar, ao distinto senhor.
Qual vossa graça? Por que não aparece aos que tanto precisam? Prontamente a resposta se sucedeu aos questionamentos e logo um clima de sabedoria e fraterno emoção tomou conta do cenário. Era clima de Natal e muitos aguardavam ansiosos a chegada de um novo amanhecer.
Respondendo o e então um ensurdecedor silêncio é um verdejante clima de amor “EIS QUE POR VÓS ME CHAMO TEMPO” e vos digo que sempre estive com todos inclusive com vós que com sua incredulidade nunca nos respeitas-te. Porém sempre estarei ao teu lado e nunca te abandonarei nem a vós nem a todos que sobre esta TERRA estiveres. Dizem por muitas as vezes que sou carrasco e cruel! Porém os digo que nada mais sou do que um grande espelho que reflete se em atos e fatos decorrentes daqueles que a mesmo se reproduzem nas tuas linhas ó senhor vento.
Ao meu amigo sol devo os ponteiros da minha jornada e a sua irmã lua devo as batidas das minhas atitudes.
As raízes foram arrancadas da terra e as sementes guardadas pelos servos dos Reis, o domínio ainda me pertence, no entanto ignorante é o homem que com suas atitudes deslumbra enganosamente que sobre mim e sobre meu grande manto detém o controle. Porém a estes vos digo, não sois digno do caráter do tempo nem livres das punições e de suas disciplinas. Evidenciai pois que mesmo sobre o silêncio e a perjúrio do medo eu serei vosso carrasco e não terei pena de mostraste teu reflexos diante de tuas próprias atitudes.
Um caráter populacional induzido pela corrupção e pelo jogo ininterrupto do controle e do medo cerca os ignorantes e os sufoca, porém vos digo, eu apenas sou como todos me chamam,  O SENHOR TEMPO!
Reflitam meus nobres amigos pois sobre vós estais a consciência.
Não estou aqui pedindo voto para políticos ou dizendo em quem deveis ou deixais de votar, o que vós digo é que desprezo o desrespeito à intolerância o ódio e a insegurança, e impugno e desprezo a tudo aquilo que fere a moral a honra. Se não concordas com opiniões vindouras ou não comunga com outras plenitude de caráter, então respeitais assim como sempre quereis o respeito. Tenha suas preferências políticas e partidárias por respeito aos seus ideais e princípios. Pois sejais vós guiado por sua consciência e moral.

Bois de mangas.

 

 * Pádua Marques

No meu tempo de menino, quando havia meninos livres do computador, dos jogos eletrônicos e do celular, a gente brincava com o que tinha por perto. Tanto fazia serem meninos que moravam no interior, na dita roça, ou meninos que moravam em casas onde havia quintais. E tendo quintais, tinham mangueiras. E tendo as mangueiras, davam mangas. E eram mangas boas e que maduras, a gente comendo se lambuzava todo. Coisa de limpar as mãos nas pernas dos calções encardidos.

Mas tinham também as mangas que não vingavam e acabavam caindo por causa do vento ou alguma outra coisa que derrubava. Essas, agora no chão, iriam servir pra comida de algum animal pequeno, roídas por besouros ou viravam brinquedo na imaginação dos meninos. Era correr em redor atrás de gravetos ou ir lá dentro de casa e pegar uns palitos de fósforos queimados, jogados perto do fogão, e com eles colocar pernas nas manguinhas. Estava criado o boi de manga.

E a gente, os meninos do meu tempo, ficava horas e mais horas brincando com aquelas coisinhas, falando sozinhos, inventando conversas com pessoas, se dizendo donos de fazendas e tudo o mais. Se vendia e se comprava. Se colocava no curral e se dava de comer e beber. E depois se levava pro pasto. E a imaginação voando pra cima da cabeça dos meninos de meu tempo era coisa de milhões de minutos.

E se eram outros e mais meninos havia a disputa de quem mais tinha essa fortuna, as corridas, as vaquejadas, os pequenos currais de gravetos, a venda e a troca de bezerros e garrotes. Os meninos de meu tempo exercitavam de forma mais natural isso que os estudiosos hoje chamam de liderança. E os bois de manga iam com o passar das horas e dos dias sendo esquecidos no fundo do quintal e agora murchos acabavam sem importância.

Assim são os políticos de nosso tempo. Juntam as pequenas mangas caídas entre o povo ignorante. Aquelas bem verdinhas e que não vingaram e muito menos chegaram a ficar de vez. Os meninos de meu tempo, que são os homens e os líderes políticos de hoje, aprenderam de forma muito simples, natural a comandar e ter sob sua influência os menos instruídos. Os bois de manga são o povo que se deixa manejar sem reação e sem grito.

Sabem estes líderes que sem educação, sem estímulo ao trabalho e influenciados pela imprensa irresponsável, principalmente a televisão e as hoje redes sociais, essa massa é facilmente manobrada pra dentro de currais de graveto.  Estamos vivendo neste momento uma transição entre os meninos e os homens. Entre as brincadeiras e a realidade. E quando este momento mágico dos meninos, de conversar com manguinhas verdes passar, a crueldade dos dias volta a fazer parte da vida de todos. *Pádua Marques, jornalista e escritor. Membro da Academia Parnaibana de Letras.

 

Ficar sentado por longo tempo provoca reação que eleva risco de doenças

Mariza Tavares
G1 Rio de Janeiro

A Universidade de Stanford, na Califórnia, mantém há dez anos um centro dedicado à longevidade. Em 2010, a instituição reuniu um grupo de pesquisadores para discutir os riscos do sedentarismo. Já naquela época, o consenso não foi difícil: independentemente da falta de exercício, o fato de permanecer horas sentado representava um risco concreto à saúde. Em maio deste ano, o Baker Institute, uma entidade australiana, e a University of Minnesota reuniram parte daquele mesmo grupo de cientistas para um encontro com o objetivo de revisar as informações disponíveis. Há duas semanas, Stanford divulgou os principais pontos discutidos, reconhecendo que o comportamento sedentário é um desafio contemporâneo.

Do ponto de vista fisiológico, se avançou muito no que diz respeito ao mapeamento dos efeitos nocivos de se ficar sentado. Na verdade, há uma espécie de reação em cadeia provocada pelo sedentarismo que conduz ao risco aumentado para doenças crônicas, como diabetes, demências, acidentes vasculares encefálicos (popularmente conhecidos como AVCs), além de doença arterial periférica e renal.

DIABETES – A relação com o diabetes está baseada na habilidade do corpo de regular a insulina durante longos períodos de inatividade. A função metabólica cai quando há uma redução do número e da intensidade de contrações musculares – o esforço que temos que fazer para nos manter eretos ou em movimento. Isso acarreta a diminuição de açúcar e gorduras que o sangue deveria levar aos músculos.

Para compensar essa queda, o organismo se encarrega de produzir mais glicose e ácidos graxos para restabelecer o equilíbrio. Entretanto, isso só ocorreria se os músculos se movimentassem. Como eles estão parados e a função metabólica se mantém abaixo do que deveria, o resultado é um excesso de açúcar no sangue.

É quando um “segundo sistema” é acionado: o pâncreas produz insulina para controlar a concentração de glicose. O acúmulo de situações como esta pode gerar um distúrbio metabólico que aumenta o risco de diabetes.

CIRCULAÇÃO – Sobre as consequências nocivas para o sistema circulatório: o sedentarismo leva à redução de movimentos que, por sua vez, demanda menos oxigênio para os músculos. Como a pressão sanguínea também diminui quando se está sentado, o resultado é uma menor velocidade do fluxo de sangue para os menores vasos.

Ali estão pequenas células que desempenham um papel-chave, conhecido como função endotelial: regulam tônus vascular, coagulação, manutenção da circulação sanguínea e respostas inflamatórias. Seu comprometimento está associado à aterosclerose. Como o nível de atividade física cai com a idade, o quadro não é nada promissor para os mais velhos.

Nesta terça, o jornal “The Guardian” publicou reportagem mostrando que dez minutos diários de exercício têm efeito benéfico sobre a memória. Estique para 30 minutos – não esqueça de incluir uma caminhada – e fuja do sofá.

Para quem acha que é um caso perdido, basta programar o relógio ou o celular para soar um alarme a cada meia hora: caso esteja sentado (a), passe os cinco minutos seguintes em pé ou se movimentando. É um bom começo.

O sítio e o estado de sítio

Carlos Brickmann

O caminho (que pena!) parece traçado. Vamos ter de escolher entre um candidato de porta de cadeia e um de porta de quartel. Um candidato que se opõe aos esquerdistas mas apoiou as candidaturas presidenciais de Lula e de Dilma, ou o que diz que o candidato a presidir de fato o país é outro, mas a chapa está em nome dele. Um que cita com saudades um campeão da tortura, outro que cita com saudades os campeões da roubalheira.

Que é que acham das mulheres, no campo político, esses candidatos? Um acha normal mulher ganhar menos que homem, outro usa com orgulho, mesclado a seu próprio, o nome do dono da chapa, aquele que convocou as mulheres de grelo duro a brigar por ele. Um disse que teve quatro filhos e, na quinta vez, fraquejou e teve uma filha. O outro, o que é mas não põe o nome, disse que uma antiga companheira de partido, surpreendida por uma operação de busca e apreensão, ficou feliz, achando que os cinco federais que entraram em sua casa, de manhã cedinho, “tinham caído do céu”.

Um candidato não tem programa de governo. Seria difícil. Em toda a sua vida, foi estatizante, nacionalista, antiliberal, mas entregou seu projeto econômico a um pregador do liberalismo. O outro candidato tem programa de governo – o que é pior. Como prefeito de São Paulo, ficou longe de cumprir seu plano de metas. Em suma, um candidato de estado de sítio e um candidato de sítio de Atibaia, que é do outro mas está em seu nome.

Minha tarde feliz com alunos do IFPI

Por Camila Neto

Na tarde desta segunda-feira(24) tive a oportunidade de falar sobre minha profissão com alunos do 2º ano de Informática da IFPI. Confesso que a princípio me veio um pouco de receio mas, quando se trata de desafio dado, pode ter a certeza que o desafio será aceito concluído com sucesso.

Falei a respeito tipos de gênero informativo. Expliquei a diferença entre entrevista, notícia e reportagem. Discorri um pouco sobre a estrutura da notícia e mostrei algumas matérias.

Relatei que  a mídia divide-se basicamente em veículos eletrônicos (rádio, televisão e Internet) e impressos (jornais e revistas). Cada um destes meios tem suas características próprias. Portanto, a divulgação de notícias depende do conhecimento sobre como funcionam os diferentes veículos de comunicação, para atender plenamente às exigências editoriais e operacionais de cada qual.

Que tarde  incrível! Que turma animada e de curiosidade bem aflorada!  Além de transmitir um pouco da minha experiência (estou engatinhando), pudemos nos referir um pouco sobre a questão assédio no ambiente de trabalho. Outro ponto fundamental  que pontuei foi a necessidade de se trabalhar o jornalismo com ética e de forma imparcial.

Finalizei minha participação com seguinte frase: “Ser jornalista é dividir com o leitor diversas histórias e situações. Essa profissão me fascina a cada dia e não me vejo em outra profissão”.

 

O PT tem bala?

As recentes pesquisas eleitorais para presidente criaram uma situação curiosa. Na semana passada o Ibope conferia 19% das intenções de voto para Fernando Haddad e o Datafolha 16%.

Como as pesquisas estão ocorrendo em intervalos curtos de até 48 horas e ontem o Data Folha ficou de divulgar a sua, o próximo resultado da do Ibope pode trazer um resultado estratégico para a campanha. Se Haddad, no Ibope, tiver menos de 19% significará que chegou ao teto do primeiro turno e manterá viva a disputa com Ciro para o segundo turno.

Se ao contrário, Haddad crescer, seguramente sinalizará que, de fato, se terá Bolsonaro contra o PT no segundo turno. Mas é muito importante lembrar nesse caso o papel de fiel da balança dos eleitores de centro na decisão dos pleitos presidenciais. Basta voltar na história e lembrar que Lula candidato perdeu três eleições até que em 2002 contagiou o ‘centro’ com “A carta ao povo brasileiro”, terminando por ganhar a eleição, repetindo o mandato quatro anos depois, na mesma parceria com os partidos de centro.

Desta feita é Haddad o candidato, que gera todo tipo de especulação e uma delas é: em quem votarão os eleitores do centro? Afinal, o PT tem bala?

Do Porenquanto a cabeça do Congresso

                                                                                         Deputado Heráclito Fortes, em Brasília

Por:Zózimo Tavares

Ele estreou na política em 1978. Contava 28 anos de idade e subia ao palanque da oposição, no Piauí, cheio de ideias e sonhos, para disputar seu primeiro mandato de deputado federal. Perdeu, mas, andando com os próprios pés, como sempre o fez ao longo de sua carreira política, aprendeu o caminho das pedras e se elegeu para a Câmara Federal nas eleições seguintes, pelo PMDB.

Desde então, é o parlamentar piauiense de maior projeção, por mais tempo, dentro do Congresso Nacional.

Ele se destaca, sobretudo, pela sua atuação nos bastidores, pela sua capacidade de articulação e pelo livre trânsito nas cúpulas partidárias. Sabe ouvir e sabe falar. E também calar.

Cabeça do Congresso

Agora mesmo, acaba de sair a nova lista dos 100 cabeças do Congresso, com a relação dos parlamentares mais influentes. Ele, o deputado federal Heráclito Fortes (Democratas), personagem central deste artigo, é o único deputado federal da bancada piauiense a figurar nessa relação. Esta é a 13ª vez que ele entra na lista.

A publicação é do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar – DIAP, e está em sua 25ª edição.

“Turma do Poire”

Heráclito Fortes se projetou no meio político nacional quando foi escolhido pelo então presidente do PMDB, deputado Ulysses Guimarães, para integrar a fechadíssima “Turma do Poire” (pronuncia-se puá).

Era um seleto grupo de influentes políticos que se reunia com frequência no badalado restaurante Piantella, em Brasília, tendo Ulysses como seu líder.

Esse grupo passou a se reunir logo após a instalação da Nova República, em 1985. Os momentos de maior frequência foram durante a Assembleia Nacional Constituinte. Tudo era discutido, mas apenas na entrada, pois o prato principal era sempre política.

Daí, Heráclito tornou-se um dos interlocutores e amigos mais próximos do Dr. Ulysses Guimarães, uma referência que até hoje é citada na crônica política.  

Diretas Já!

Heráclito começou a achegar-se a Ulysses quando o deputado Dante de Oliveira (PMDB-MT) apresentou à Câmara um projeto de emenda constitucional restabelecendo eleições diretas para a presidência da República.

Abraçado pelas forças de oposição, o projeto desencadeou uma campanha nacional que ficou conhecida como Diretas Já.

Na sessão da Câmara dos Deputados do dia 25 de abril de 1984, a emenda Dante de Oliveira recebeu o voto favorável Heráclito Fortes, porém não foi aprovada, por falta de 22 votos. Isso significou que a sucessão presidencial seria mais uma vez decidida por via indireta.

A oposição, reunida na Aliança Democrática — coligação do PMDB com a Frente Liberal, dissidência da agremiação governista, o Partido Democrático Social (PDS) —, lançou, então, a candidatura do ex-governador de Minas Gerais, Tancredo Neves, tendo como vice o senador José Sarney.

Na Constituinte

Ao lado de Ulysses Guimarães, o deputado Heráclito Fortes fez parte, ainda, de um dos momentos mais importantes do país: a promulgação da Constituição Brasileira, que este ano comemora 30 anos.

Na Assembléia Nacional Constituinte, ele integrou, como titular, a Subcomissão do Sistema Eleitoral e Partidos Políticos, vinculada à Comissão da Organização Eleitoral, Partidária e Garantia das Instituições.

Durante a elaboração da Constituição, votou a favor do mandado de segurança coletivo, da proteção ao emprego contra a despedida sem justa causa, do turno ininterrupto de seis horas, da unicidade sindical, da soberania popular, do voto aos 16 anos e da proibição do comércio de sangue.

Votou contra a pena de morte, a limitação do direito de propriedade privada, a pluralidade sindical, o presidencialismo, a limitação dos encargos da dívida externa e a legalização do jogo do bicho.

Prefeito de Teresina

Após a promulgação da Constituição, em 5 de outubro de 1988, nas eleições municipais do mês seguinte, elegeu-se prefeito de Teresina.

Heráclito fez campanha em meio aos trabalhos de elaboração da nova Carta. Muitas vezes participava de um comício à noite em Teresina e voltava para Brasília no meio da madrugada, para participar das sessões da Constituinte.

Na Prefeitura, implantou uma reforma administrativa e lançou experiências inovadoras, como o “SOS Teresina”, embrião de um programa nacional bem-sucedido do Ministério da Saúde, o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência).

Depois de cumprir o mandato de prefeito, voltou à Câmara nas eleições de 1994, já filiado ao PFL. Tornou-se presidente do Instituto de Previdência dos Congressistas (IPC) e membro titular da Comissão de Fiscalização e Controle.

Reelegeu-se em 1998 e assumiu o cargo de 1º vice-presidente da Câmara. A seguir, passou a ocupar a função de líder do governo no Congresso.

No Senado

Em 2002, foi eleito senador, na legenda do PFL. Ocupou a função de terceiro-secretário da Mesa Diretora e o cargo de presidente da Comissão de Infraestrutura do Senado Federal.

De 2005 a 2006, presidiu o Grupo Brasileiro da União Interparlamentar.

Presidiu ainda a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional até 2009, integrou como titular a CPI das ONGs, o Conselho da Ordem do Congresso Nacional, a Comissão de Serviços de Infraestrutura e a Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle e a Comissão de Educação, Cultura e Esporte. Ainda em 2009 foi eleito primeiro-secretário.

No Senado, fez oposição ao governo do PT. E pagou caro por isso. Foi uma das vítimas daquela campanha que o presidente Lula desencadeou em todo o país para massacrar seus adversários nas urnas, em 2010.

Ficha Limpa

Ele fez toda a sua carreira pública sem máculas em sua biografia, sem usar os mandatos para negócios ou tráfico de influência. Brigou pelo Piauí com todas as suas forças quando alguma questão de interesse do Estado exigiu uma atitude sua.

Um desses momentos foi naquele episódio em que ele paralisou a votação do orçamento federal de 2006, no final de 2005, como pressão para garantir os recursos orçamentários da compra da escada Magirus do Corpo de Bombeiros, cortados na última hora pelo governo.

Outro gesto enérgico seu foi quando ele botou a boca no mundo, em 2003, junto com o senador Mão Santa, contra a vinda do narcotraficante Fernandinho Beira-Mar para o Piauí, como era plano do governo.

Eis, em resumo, a trajetória do menino nascido no bairro Porenquanto, na zona Norte de Teresina, que se fez político e busca, agora, a renovação de seu mandato.

Tem caroço nesse angu?

Governador e aliados no Tribunal de Contas

O governador Wellington Dias reuniu as principais lideranças de sua campanha e saiu em peregrinação pelos órgãos de controle externo. Primeiro, esteve no Ministério Público Estadual. Depois, foi ao Tribunal de Contas do Estado.

Ele declarou que foi a estas instituições manifestar seu apoio ao trabalho delas. O que ele queria, na verdade, era se queixar aos seus dirigentes das últimas operações feitas em secretarias de estado e outros órgãos governamentais.

Três operações

Somente de agosto para cá, foram três barulhentas operações: Topique, na Secretaria de Educação, para investigar o desvio de R$ 119 milhões do transporte escolar; Natureza, na Secretaria do Meio Ambiente, para apurar denúncias de corrupção ativa, corrupção passiva e associação criminosa, além de crimes ambientais; e Itaorna, nas sedes da Secretaria de Turismo, Secretaria de Desenvolvimento Rural, Instituto de Desenvolvimento do Piauí (Idepi), Coordenadorias de Desenvolvimento Social e Lazer e Coordenadoria de Combate à Pobreza Rural, bem como na Construtora Crescer, para apurar fraudes em licitações.

Após a visita, ele anunciou que levará os casos ao Conselho Nacional do Ministério Público.

Governador Wellington Dias e aliados no Ministério Público

Portas fechadas

O governador reclamou da realização dessas operações em plena campanha eleitoral. Deu a entender, assim, que o Ministério Público e o TCE devem fechar suas portas e só devem voltar a funcionar depois das eleições.

Com sua ida aos órgãos de controle, o governador criou uma dúvida. Nessas operações, não houve acusações diretas a auxiliares de seu governo, mas a empresas que trabalham para o Estado. Então, por que o incômodo?  Por acaso, agora, tem caroço nesse angu?

Outra coisa: quando estava na oposição, Wellington Dias batia ponto com frequência nas portas dos órgãos de controle para exigir fiscalização nos órgãos públicos, sempre com muito barulho na imprensa. E ele tinha uma predileção especial por esse tipo de visita justamente no período da campanha eleitoral.

Por:Zózimo Tavares

Cavalo do Cão. * Pádua Marques

No meu tempo de menino existia um besouro que a gente chamava de cavalo do cão. Voando na mata ou dentro de casa era motivo de muito desespero. Mais pela aparência e pelo ronco. Sem exageros, quando passava perto da gente mais parecia um avião levantando voo. Talvez esta repulsa por ele se devesse ao nome, que ninguém até hoje sabe quem foi que botou. Ainda deve existir por aí porque ninguém me disse até hoje se acabou, se extinguiu.

Mas cavalo do cão era uma forma também de botar nome, apelidar alguém metido a valente, brigão, principalmente em festas e quermesses do interior, ali pros lado de Bom Princípio e Cocal, nos tempos de Quincas de Brito. Pois esse Bolsonaro já se pode chamar de cavalo do Cão. Se aproveita de um momento difícil e delicado na vida política brasileira pra fazer e acontecer.

Bolsonaro acha que tem remédio pra tudo em quanto, do jeito dele. Segurança, educação, economia, conflitos de fronteira e entre os três poderes, briga de boteco, briga de marido e mulher. Tem e mantém o comportamento do delegado do interior dentro de uma casa de forró. Aquele negócio de pra desapartar uma briga basta dar um tiro pra cima, meter a mão na cara de um caboclo mais exaltado e tomar a faca de outro e engarguelar mais outro que esteja falando alto.

A coisa não é bem assim, Bolsonaro. Se por uma infelicidade geral da nação este capitão for eleito vai encontrar uma caixa de ferramentas bem desarrumada. Pregos misturados com fitas isolantes, toco de vela, parafusos sem cabeça. Toda sorte de tranqueiras. Pelo que se sabe e o que se fala, conhece pouco e mal o Congresso Nacional, onde está há um bom tempo. Conhece economia melhor que qualquer vendedor de manjuba do Mercado da Caramuru.

Bolsonaro vai, quando contrariado, xingar todo mundo. Dentro de poucos meses não vai saber o que está fazendo. O Brasil do jeito que está e do jeito que foi deixado necessita de um presidente equilibrado emocionalmente. Problema pra tudo quanto é lado vai encontrar. Confusão demais. Bolsonaro, metido a cavalo do cão, com certeza não vai ter a paciência de um borracheiro, que pouco fala quando remenda a câmara de ar do seu carro enquanto você está desesperado porque perdeu a hora de chegar ao trabalho.

Não vai ter paciência pra conversar e equilíbrio pra resolver problemas, os ditos domésticos. Vai dar autoridade pra gente pior do que ele, gente acostumada a gritar e insultar. O Cavalo do Cão está neste momento sendo o porto seguro político dos desavisados e oportunistas. Hoje aqueles que batem palmas pra suas grosserias serão os mesmos que estarão pedindo pra ele sair. O Brasil corre o risco de se tornar um baile funk.

Bolsonaro vai repetir Collor de Melo, o jornalista e playboy alagoano que, entrou na vida pública por um partido do tamanho de um caroço de arroz, ganhou a eleição com um discurso moralista e caçador de marajás. Muita gente foi nas águas dele. Muita gente até hoje não se recuperou do desastre em que ele transformou a economia, a sociedade civil e as instituições. Dois anos depois de tanta confusão que fez, acabou sendo enxotado do Palácio do Planalto feito um sapo ou uma cobra, debaixo de vassouradas e de vaias.

Bolsonaro tem todas as condições de repetir Collor. Até fisicamente se parecem. Os jovens, eleitores de hoje e desavisados, esquecidos e outros metidos a espertos, que não viram aquele momento de confusão, podem agora assistir Cavalo do Cão, na sessão Vale a Pena ver de Novo. Pádua Marques, jornalista e escritor. Membro da APAL e do IHGGP.

Semana da Imprensa 2018: Eu agradeço

Por : Bernardo Silva

Sentimento de gratidão é o que nos invade, após a realização de mais uma Semana da Imprensa, a 56ª (de 10 a 16/09), que deu sequência a uma iniciativa do jornalista e maranhense, como nós, Rubem da Páscoa Freitas, grande amigo e incentivador, que a conduziu por longos 51 anos. Em novembro próximo o nosso “Tibú” completará 5 anos de falecido.

Reunião que nos escolheu presidente da Ascompar

E temos muitos agradecimentos a fazer. Primeiro, aos amigos que nos escolheram para presidir por 2 anos a Associação dos Comunicadores Sociais de Parnaíba (Ascompar), eleito que fomos dia 7 de julho deste ano, substituindo no posto o colega jornalista José Luiz de Carvalho. Agradecimentos especiais ao também jornalista e advogado Renato Bacelar que, após o falecimento de Rubem Freitas, cedeu a Fundação Raul Bacellar para ser sede da nossa entidade.

       Parte da diretoria da Ascompar

Todos da diretoria que estiveram do nosso lado, programando os eventos e viabilizando sua execução foram importantes. Foi um trabalho fácil, porque temos amigos que sempre nos têm apoiado ao longo de todo esse tempo. E citaremos aqueles que sempre respondem positivamente, sempre que solicitados a colaborar: empresário e advogado Valdeci Cavalcante, presidente da Federação do Comércio do Estado do Piauí; Federação das Indústrias, que nos apoia desde os tempos do falecido deputado Moares Sousa e agora, através do Zé Filho, que está licenciado, estando no exercício da presidência o empresário Humberto Cronemberger.

Na palestra de F. carvalho na FIEPI                                                                    

Agradecimentos ainda ao empresário Luís de Sousa Pessoa, que preside a Associação Comercial de Parnaíba e sempre bem recebeu a imprensa, junto com seus amigos empresários. E ele elogiou o evento por nós realizado na sede da ACP, sexta-feira última, quando demos também nossa contribuição ao Setembro Amarelo, promovendo uma palestra sobre o suicídio e como promover, a cargo da palestrante espírita Dora Rodrigues, a quem também somos gratos.

E a cantora Aline Bacelar, que atendeu o convite da nossa Secretária e Rainha da Imprensa 2018, jornalista Camila Neto, fazendo uma bela apresentação – voz e violão, durante o coquetel que nos foi ofertado. Agradecimentos também ao cantor Zé do Pepê, que animou o almoço de domingo, no Sesc Praia.

Empresário Luís de Sousa Pessoa e Camila Neto (Rainha da Imprensa 2018)

Além da palestra sobre suicídio, também convidamos o advogado e jornalista F. Carvalho, para falar de “fake news” – um tema do momento, atual, pertinente à proposta de nossa de diretoria, de realizar palestras, seminários, oficinas, dentre outros, enquanto durar nossa gestão. Ao Carvalho nossa gratidão, também.

Não, não esquecemos de agradecer nossos colegas de diretoria, Ozéas Castelo Branco Furtado e Márcio Brito-o Bikanca, que em muito ajudaram reunindo a turma em torno de um café da manhã. Eles dirigem as emissoras de TV Costa Norte e Delta, respectivamente.

Marcio Bikanca recebe a imprensa para um café da manhã
Dr. Ozéas recebe a imprensa para um café da manhã

E para nós da Imprensa nosso agradecimento para lá de especial aos nossos amigos Subtenente Vitélio Oliari do TG 10-012, os suboficiais Carlos Henrique e Nobre da Marinha do Brasil que atentaram nosso convite abrilhantaram alguns eventos. 

Subtenente Vitelio Oliar – TG 10-012
Suboficial Carlos Henrique e vereadora Cristiane Santos
Bernardo Silva (pres.), Camila Neto (Rainha da imprensa 2018) e Suboficial Nobre da Marinha

Na sexta-feira passada, um momento especial, para nós que estamos sempre querendo aprender mais. Fomos visitar o intelectual, ex-prefeito e professor Lauro Correia, nosso presidente de honra, que nos honrou com um lanche gostoso e um agradabilíssimo bate papo. E o prefeito Mão Santa, com o seu secretário e filho de Lauro, Israel Correia, que nos enriqueceram a tarde, dando um brilho maior à visita.

Dr. Lauro Correia recebe comitiva da ASCOMPAR

Particularmente, minha gratidão à Rainha da Imprensa 2018, Camila Neta, que foi incansável em nos ajudar em tudo, inclusive nos acompanhando em visitas e nos secretariando, em todos os instantes. Foi bacana estar próximo de todos. E, para finalizar, queremos dizer que nossa gestão vai muito além da Semana da Imprensa. Nosso calendário de eventos está sendo preparado para ser lançado na nossa festa de confraternização no final do ano. E o mais, um grande abraço a todos e muito obrigado.

Rainha da Imprensa 2017 Vanessa Bandeira passa a coroa e a Faixa à rainha da Imprensa 2018 Camila Neto                                                   

Cantora Aline Bacelar
Jornalistas Hudson Veras e Hilder Monção
Jornalista Bernardo Silva e Radialista Gabriela
Rainhas da Imprensa
Bernardo Silva e Ângela Nojosa

DEPOIMENTO : Revivendo agosto na Praça da Graça

Nos tempos modernos, não houve manifestação semelhante aos protestos contra a destruição da Praça da Graça, cuja culminância, com a queima dos tapumes, há exatos 39 anos, completados no dia 31 de agosto de 2018, não poderia, jamais, se perpetuar no esquecimento.

Por Reginaldo Costa

Tapumes que deram origem a revolta popular. Foto: arquivo Inovação.

Em substituição a uma formação temporária da natureza, deu-se início à implantação do logradouro que ganharia importância política e social, ao longo da História. Acompanhando os acontecimentos de cada época, e em algumas recebendo diferentes denominações, a Lagoa da Onça, em nome do desenvolvimento, cederia o espaço das águas ao que seria, definitivamente, a Praça da Graça. A princípio, duas áreas distintas, elegantemente separadas pela Rua do Passeio, consolidadas em nome do Catolicismo: Jardim do Rosário e Largo da Matriz.

Detalhes Marcantes

Não havia programa melhor do que frequentar a Praça da Graça, nos fins de semana, lugar ideal para rever amigos, conhecer alguém interessante, usufruindo as delícias dos ventos marítimos em agradável sinfonia. De modo especial, durante o mês de agosto, o represente comercial Jonas da Costa Santos, com residência em Teresina, vinha todos os anos a Parnaíba, atraído pelas condições climáticas. Ouvia o parente querido comentar com meus pais, que fumar um cigarro n’algum banco da praça, onde permanecia por longas horas, era uma terapia, aliviando as dores do rolo compressor da luta pela sobrevivência.

Circulando pela praça eu percebia as pessoas se comunicarem alegremente, com brilho nos olhos e doçura nas palavras, sem contaminar o primeiro contato pela irracionalidade da ostentação. Longe da correria dos dias atuais, a prevalecer os contatos online, compartilhava dos acessos protegidos por árvores frondosas, outros por palmeiras imperiais, a ornamentarem os tapetes verdes de grama que dividiam as passarelas perpendicularmente às tangentes, possibilitando o ir e vir sem conflitar vontades. No decorrer de alguma conversa em grupo, os passantes cumprimentavam uns aos outros, e alguns até se permitiam ficar por um tempinho. Sem demora, as conversas, agradabilíssimas, na verdade desconectadas do mundo, facilitavam o congraçamento. O cenário, de equilíbrio entre as pessoas e de afeição ao logradouro, certamente encontraria nas artes plásticas, a dimensão da poesia nas cenas de amor e reverência à vida, com vasta concentração de energia humana a vibrar na sintonia da cordialidade. Inebriados pelo espetáculo dos movimentos nessa direção, não havia o otário nem o espertalhão.

Do Coreto, ouvia-se a Charanga executar as marchinhas que nem se ouve mais. Conservando os padrões da arquitetura admirável dos tempos em que a cidade se tornou conhecida no Brasil e no exterior, pelo dinamismo de sua gente, além da Catedral e igreja do Rosário, templos historicamente catalogados, havia, no entorno, os prédios dos Correios, Banco do Brasil e Cine Éden. Contrastando com a hegemonia de edificações que correram o mundo estampadas em cartões postais, a AABB, clube simples mais acolhedor, em que minha geração viveu noites sedutoras, consolidou a preferência, abrindo as portas para repercutir na memória, o bem mais significativo: a oportunidade do encontro.

A poucos metros, a Discolândia, do lendário Jairo Medeiros, fazia parte da dinâmica do dia a dia da, tanto pelos decibéis da caixa de som exposta na calçada, acima daquilo que a lei permite quanto pelo estilo de comunicação do proprietário. Quantos não foram os meses de agosto, em que no dia 12 meu pai adentrou ao recinto para comprar o presente de aniversário predileto da única mulher que amou na vida? Debaixo do braço ele conduzia os convidados especiais para a festa em família: Agnaldo Timóteo, Nelson Gonçalves, Miguel ngelo, Núbia Lafayette e tantos outros, na forma de LPs, compactos, ou “discos de cera”, aqueles que giravam na vitrola na rotação 78.

Jairo Medeiros foi das figuras envolventes que conheci. Na noite do acidente que lhe ceifou a vida, ouvi o não irretorquível, quando perguntei, da calçada do Lions Clube de Luiz Correia, se poderia oferecer carona. Já no carro com a esposa, respondeu brincando: – Não, meu bem, ainda vou dar uma voltinha! Sorri e mandei beijinho. Na manhã seguinte, fiquei sabendo que a “voltinha” teria sido a última de sua existência.

Dos locais continuamente frequentados, a Pérgula, atraía os olhares de contemplação pela beleza das pedras ornamentais, o corpo d’água, moradia dos quelônios que se mantinham submergidos, mas vinham à tona, bailando mansamente, a encantar, acima de tudo, o público infantil, despertando para a ligação do homem com os seres de outras espécies, e o verde das trepadeiras que se acomodavam de uma maneira elegante ao Caramanchão. Em meio a essa atmosfera que impregnava o ambiente de romantismo compatível à ocasião, os casais de namorados se abraçavam, em demonstração amorosa espontânea, sem a necessidade de artificializar relacionamentos para exibir em selfs. O que não havia àquela época.

Pérgula: inevitável nostalgia. Foto: acervo de Hélder Fontenele

Ainda nas décadas de 60 e 70, sob os mais diversos aspectos, a charmosa Praça da Graça, serviu como ponto de referência às gerações que viveram momentos apaixonantes de períodos históricos distintos, convivendo em harmonia com a paisagem, na leveza de um espaço público rico em detalhes marcantes da vida de um povo. Certamente não vivíamos um conto de fadas. Tudo aquilo era real, perceptível em imagens definidas com clareza!

A influência do Jornal Inovação

Na época em que aconteceu a demolição do logradouro predileto da população parnaibana, circulava um jornal sem fronteiras no que diz respeito à defesa dos interesses do povo e da cidade. De linguagem contundente, assumidamente contrário às falas mansas da crônica social, o Inovação se manteve coerente com o outro lado da História, questionando as elites, o poder político, e as causas dos entraves que impediam o desenvolvimento econômico e social.

Sem se perder nos clichês da imprensa tradicional, durante os dez anos de existência, foi tribuna dos excluídos, e no pleno exercício da rebeldia saudável da imprensa alternativa, colocou em prática o jornalismo com a exata percepção da dinâmica do sistema que ampliava, em números astronômicos, a distância entre pobres e ricos.

Por algum tempo, a redação do nanico considerado por pesquisadores o mais importante do estado do Piauí, esteve de portas abertas no cruzamento das ruas Riachuelo com Francisco Correia, ocupando o pequeno espaço que se metamorfoseava em gigantesco ponto de encontro para onde afluíam jovens sonhadores; sindicalistas renovados; adeptos de tendências religiosas; poetas, contistas e cronistas abertos a várias correntes de pensamento; líderes de movimentos de reivindicação; estudantes rebeldes; artesãos assistidos pela alta espiritualidade a dimensionar em obra de arte a grandeza da existência; agitadores culturais, em momento de vasta produção dispersa pela indiferença das classes política e empresarial; intelectuais, ostensivamente favoráveis à abolição de preconceitos; idosos, amantes da vida; ilustradores e cartunistas, sobressaindo-se como profissionais de alto nível, nas páginas de Inovação, o primeiro jornal parnaibano em impressão offset; músicos com os pés no chão, superando invencionices e modismos; visitantes de várias partes do Brasil e também do exterior, encantados com a coragem que aquela gente enfrentava os problemas e os poderosos: de peito aberto e a imaginação nas ações afirmativas.

Inovação não era somente o jornal. Havia um grupo de gente inteligente e esclarecida de várias gerações, representantes de diversos segmentos, militantes com atuação relevante nos movimentos estudantil (secundarista e universitário); nas associações de moradores; sindicatos; nos núcleos de base da igreja Católica que através da corrente teológica cristã progressista, pregava a opção preferencial pelos pobres, junto aos quais desenvolvia atividades, conscientizando para a plenitude da vida, tendo por base documentos do Concílio Vaticano II e conceitos extraídos das ciências humanas e sociais a endossar a caminhada do que se tornaria popularmente conhecida por Teologia da Libertação.

A partir dessas conexões, que não eram institucionais, o jornal, com poder de articulação, penetrava nos ninhos do movimento social, cada dia mais atuante, favorecendo alianças em torno de bandeiras de defesa das causas indígenas; da ecologia e do meio ambiente; da mulher; do negro; pela democratização da imprensa; por Diretas Já; por uma Constituinte livre e soberana; pelos Direitos da Criança; por Reforma Agrária Já!; por uma Lei dos Estrangeiros, enfim, por saúde, educação e trabalho. Nesse contexto, munido de palavra favorável às lutas por justiça social e disposição de lutar, influenciava com abordagens de conteúdo oposicionista, envolvendo pelo imenso desejo de mudar o mundo, desconstruir mitos, ligando teoria à prática, repercutindo o grito de uma geração de idealistas, tendo em vista as “rupturas de uma sociedade cristalizada em normas antigas”.

As questões de âmbito municipal ocuparam algumas páginas. Reportagens, artigos, pesquisas, entrevistas, crônicas, abrangiam os mais diversos setores da sociedade, com conteúdos que correspondiam às exigências dos leitores, despertando atenção especial, o Movimento Pró-Teatro e a reconstrução da Praça da Graça, que desde as primeiras horas da destruição até a publicação de nota no jornal “O Comércio”, do Rio de Janeiro, sob o título “No Piauí a praça é do povo”, que dimensionaria nacionalmente a ocorrência, o aguerrido Inovação estimulou a consciência popular.

Embora as diferenças façam parte da história da humanidade, naquela noite, no exercício do pleno direito a manifestação, gente de todas as procedências e concepções antagônicas do bem e do mal, mais que se sentiam vítimas e cumplices dos mesmos sentimentos, se confraternizou com euforia, aos gritos, abraços e brindes a lavar a alma, e em cada olhar, a expressão de paz interior. O entusiasmo de dias e noites felizes na praça símbolo de uma época de progresso e amor à cidade, houvera se transformado em cinzas!

Polícia protege as cinzas que restaram dos tapumes. Foto: arquivo Inovação
Primeiro plano: Elmar Carvalho, Gláucio Resende, Bernardo Silva e Yure Gomes. Foto: arquivo Inovação
Reginaldo Costa acenando para manifestantes eufóricos. Foto: arquivo Inovação

Para registrar a ocorrência nos anais da História, o Jornal Inovação (Nº 22, setembro/1979), ainda na fase do mimeógrafo, vai às bancas em edição especial com tiragem de 1.200 exemplares, tendo como carro-chefe o Editorial intitulado “31 de Agosto − Do Povo Parnaibano ao Povo Parnaibano”, escrito pelo professor Benedicto Jonas Correia, intelectual de mente iluminada, plenamente identificado com as causas de interesse da cidade e sua gente. Credenciado para aquela tarefa, extravasou o sentimento de amor à terra natal. Na mesma edição, transcrito de editorial do jornal “O Dia” (02/setembro/1979), sob o titulo “Parnaíba e sua praça”; “Da praça à gasolina ou a inoperância dos nossos políticos aqui e em Brasília”, de Depaula; “Carta aberta ao B. Silva”, de Bernardo Silva; “Balada da Praça da Graça”, com assinatura de “O Povo”. Robustecendo a edição, o renomado jurista Celso Barros Coelho, colaborou com o artigo “O que se espera dos moços”.

Jornal Inovação e Revista Repaginando: publicações comprometidas com a História

Reiterando o que escrevi para a primeira edição de Repaginado, editada em Goiânia, em 2014, sob o titulo “Praça da Graça: do romantismo ao muro da vergonha”, no dia 31 de agosto de 1979, o povo parnaibano sentiu a desventura de encarar o fim de uma época. A derrubada e queima dos tapumes desnudou uma crueldade sem precedentes, sustentada por argumento mentiroso, sabendo-se de que não havia projeto muito menos recurso disponível. Pena que àquela época, o IPHAN não era identificado pela austeridade na observância de seus princípios como nos dias atuais.

Embora o mês de agosto seja considerado de maus presságios, entre tantos em que se comemora o Dia da Parnaíba, alguns historiados pela pompa das celebrações religiosas, cívicas e políticas, o de 1979, diferenciando-se dos demais, teve o sabor da liberdade, do exercício da democracia e passaria para a História como marco da consciência popular na luta por direitos e respeito ao patrimônio cultural imaterial.

Acessível em depoimentos, artigos jornalísticos e fotografias, a manifestação popular se mantem preservada na lembrança de todos que vivenciaram a epopeia. Portanto, oportuno dispensar o sentimento de negação dos acontecimentos, escondendo a verdade atrás de bandeiras, crenças ou vontades. Afinal, fato é fato.