Influencer do DF faz post chocante e denuncia próprio pai por estupro

metrópoles – Rosa Cristina tinha apenas 8 anos de idade quando foi abusada pela primeira vez, segundo relatos que viralizaram nas redes sociais na sexta-feira (17/6). Em postagem no Instagram, a influencer, moradora do DF, narrou que descansava na cama, dentro da própria casa, quando o suposto crime ocorreu. Ao lado, em um beliche, os dois irmãos mais novos dormiam.

Os abusos teriam cessado quando ela completou 13 anos e foi morar com os avós maternos, no Maranhão. Para não ter que retornar à casa do pai, no DF, resolveu contar para a família sobre os estupros.

O grito de socorro, no entanto, não teve o alcance que Rosa esperava. De acordo com a jovem, apenas uma tia acreditou na história.

Já maior de idade e de volta à capital do Brasil, Rosa procurou as autoridades e registrou boletim de ocorrência contra o pai. O Ministério Público do Distrito Federal e Território (MPDFT) ofereceu denúncia à Justiça do DF, que acatou o pedido.

À reportagem a influencer contou que a única coisa que deseja é justiça. “Só quem passou por isso sabe. A gente sente muita vergonha, mesmo que sejamos as vítimas. Além disso, vem a culpa de não falar e pensar que ele pode estar fazendo isso com outras pessoas. Não espero nada além de justiça, celeridade no meu processo e que ele pague pelo que me fez”, frisou.

“Vivo com as sequelas de tudo que passei na minha infância e desejo que um dia possamos viver em um mundo em que pessoas como ele não fiquem soltas cometendo mais crimes. Então, denunciem. Não só por vocês, mas também por todos aqueles que estão sendo ou poderão ser vítimas. Não fiquem calados. Nós temos voz e não estamos sozinhos”, completou.

O Metrópoles entrou em contato com o pai de Rosa, mas até o fechamento desta reportagem não obteve resposta. O espaço segue aberto.

A seguir a íntegra da postagem no instagram:

CARTA ABERTA AO MEU ABUS4DOR

Pai,

Eu penso no que você me fez todos os dias, na verdade, várias vezes ao dia.

Eu tinha 8 anos, morávamos na quadra 405, perto da sua imobiliária, lembra? Sei que lembra…

Os meninos Jhonson e Duli dormiam na beliche e eu numa cama sozinha que ficava na lateral do quarto, alguém entrou lá durante a madrugada e se deitou comigo, quando eu acordei essa pessoa (que pra mim era um ladrão que tinha entrado) estava com a mão dentro da minha calcinha me acariciando.

Essa é a minha primeira lembrança

Pai, na hora eu pensei em te gritar, no mínimo você mataria alguém que me tocasse… Só que eu vi essa pessoa levantar e ir até a cama dos meus irmãos, foi aí que eu enxerguei que o ladrão

ERA O MEU PAI!

Essas “visitas” noturnas se intensificaram, e viraram rotina se generalizando para vários agravantes. Até que mudamos de casa, eu já uns tinha 10 anos (se não me falha a memória) foi quando levantei durante a madrugada e você estava deitado num colchão na sala e me chamou.

“deita aqui comigo”

Eu estava com medo, já que durante toda a minha infância meus irmãos e eu fomos agredidos brutalmente inúmeras vezes. Eu deitei, você beijou a minha boca, me tocou em todos os lugares possíveis, chup*u os meus se1os e me perguntou “vc tá menstruada?” (os meus se1os estavam inchados pq realmente era a 1ª menstruação)

UMA CRIANÇA DE 10/11 ANOS

Depois disso você me teve como sua mulher várias vezes inclusive na cama em que dormia com a minha mãe, e com os meus irmãos deitados do lado e de baixo do mesmo cobertor.

Você lembra da época que foi pastor? Lembra que eu não podia pintar as unhas?
Lembra de quando eu fui sair de legging pra aula de educação física e você disse “coloca uma saia abaixo do joelho pq está marcando seu corpo e os homens vão olhar e te desejar”
Lembra quando eu andei de toalha pela casa e você disse “coloca uma roupa que teus irmãos (CRIANÇAS) vão ficar de p4u duro te olhando.
Lembra quando deixou 100 reais na minha cabeceira, deitou ao meu lado e falou “calma, hoje não vou mexer com você”

EU LEMBRO!!!!

O que foi feito vai me perseguir o resto da vida.

Eu fui INVADIDA, humilhada, suja, culpada e SILENCIADA.

Falando nisso, não posso deixar de citar o dia em que eu gritei por socorro, e você se ajoelhou de frente a minha avó e jurou pela sua mãe que nunca teria me tocado. Que loucura né? Apanhei e fui obrigada a te pedir perdão.

A CULPA NÃO É MINHA E NUNCA VAI SER

Eu sei que durante esses longos 12 anos quase 13, você não procurou um tratamento pra essa doença, e apenas esqueceu, sei que vive sua vida como se nada tivesse acontecido.

MAS EU NÃO, EU SOBREVIVO E QUERO JUSTIÇA!

Pai, a conta chegou. Nos vemos na audiência.

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