Michel Temer – mais um vice-presidente que deu certo

Por: Benedito Gomes(*)
Sempre ouvimos falar que vice não tem vez. Estamos sempre perguntando: você já viu uma avenida, uma rua, um edifício ou uma escola com nome do vice? A resposta é rápida e sempre, não. 
Na verdade existem por aí centenas de vices que realmente não se destacam em nada, são apenas figuras decorativas. Não são contra e nem a favor, apenas preenchem o cargo, visto que o mesmo não poderá ficar vago. Já para o cargo de Vice- Presidente da República, a história mostra o contrário. Nos últimos anos tivemos e temos vices dotados de muita competência e habilidade politica.
No Brasil a eleição para Presidente importará na eleição do vice, pois a chapa é registrada em conjunto. O último Vice-Presidente eleito pelo voto direto, concorrendo em chapa própria, foi João Belchior Marques Goulart “João Goulart”, em 1955. Teve mais votos pelo PTB do que o candidato a Presidente Juscelino, pelo PSD. Foi reeleito em 1960 e, com a renúncia do presidente Jânio Quadros, assumiu a presidência da república ate 1964.
Com o fim da ditadura realizou-se eleição indireta, sendo vencedora a chapa encabeçada por Tancredo Neves, tendo como vice, Jose Sarney. O presidente Tancredo adoeceu na véspera da posse vindo a falecer dias depois. Com a vacância do cargo, Sarney assume a Presidência. Era um momento difícil na vida política brasileira: inflação alta, de 20 a 30 por cento ao mês; juros astronômicos, etc. No seu governo foi criado o plano cruzado, um ano de congelamento. Foi um governo de regular para bom. Um vice que, como Presidente, correspondeu à expectativa. Sarney teve o apoio de grandes políticos como Pedro Simon, Paulo Brossard, Franco Montoro, Orestes Quércia, 
Marcos Freire, Alberto Silva, Mário Covas, Ulisses Guimarães e muitos outros.
           Os “vices” que viraram presidentes após o golpe militar
Com o fim do governo Sarney e já com eleição direta, assume a Presidência da República Fernando Collor de Melo, com o título de “caçador de marajá” que não caçou coisa nenhuma, a não ser a poupança do povo brasileiro, deixando todos com apenas cinquenta reais em cada conta. Collor governou pouco, teve o mandato cassado e em seu lugar assumiu Itamar Franco, o seu vice Presidente. Itamar fez um bom governo. Cercado de bons auxiliares, especialmente na área econômica como o Banco Central e o Ministério da Fazenda, sob o comando de Fernando Henrique Cardoso, deu inicio ao combate à inflação. Criaram a URV (Unidade Real de Valor), que foi substituída pelo Plano Real, cujo resultado benéfico sentimos ate hoje, vinte e dois anos depois. E atualmente, quem governa nosso país?
Michel Temer, o quarto vice a chegar a presidente. Ganhou a eleição na chapa Dilma PT e Michel PMDB. Dilma na Presidência, não sei se por incompetência ou inexperiência, cercou-se de bandidos por todos os lados. Seu governo era um barco navegando em um mar de lama, com a quilha quebrada, a vela rasgada, o leme partido e quadrilhas de políticos saqueando tudo o que era possível. Não deu outra coisa: perdeu o mandato e chegou então a vez do quarto vice assumir a Presidência do País. Lembram dos homens que apoiaram Sarney no inicio do seu governo? Temer agora é apoiado por Renan Calheiros, Romero Jucá, Jáder Barbalho, Rodrigo Maia, Luis Eduardo Alves, Elizeu Padilha, Edson Lobão e muitos outros que estão presos ou investigados pela Polícia Federal. 
Mas vamos acreditar que tudo vai melhorar, afinal, tem muita gente tentando corrigir e punir esses mal feitores da politica brasileira. Não podemos e nem devemos cair em desespero, no mínimo vamos seguir o conselho dado por Francisco Manoel Barroso da Silva- “Almirante Barroso”. Comandando a Esquadra Brasileira na Batalha do Riachuelo, há quase duzentos anos, ele disse: “O Brasil espera que cada um cumpra com seu dever”. Descanse em paz, “Barão do Amazonas”. Faremos o possível para seguir seu conselho.
(*)Benedito Gomes
Contador UFPI

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