Preço da gasolina atinge maior valor do século

Outubro se tornou o mês mais caro deste século para quem compra gasolina. De acordo com levantamento da Agência Nacional de Petróleo (ANP), o litro do combustível aumentou 3,15% em relação à semana anterior e chegou a R$ 6,562. Já o litro do diesel s-10 subiu 4,7% e vai a R$ 5,29.

A gasolina acumula alta de 45,3% no ano nos postos. O derivado atingiu preço médio de R$ 6,341 em outubro. É o patamar mais alto deste século em valores nominais e ajustados à inflação. Analistas avaliam, segundo o Valor Econômico, que a pressão inflacionária será mais acentuada em novembro. Além da gasolina, o etanol hidratado vive inflação ainda pior, de 59,3%. Ele também é suscetível às oscilações do petróleo e do câmbio no mercado internacional.

A Petrobras fez um reajuste de 9,15% no derivado, com impacto potencial de R$ 0,15 por litro no preço final. O valor cobrado pela companhia, nas refinarias, responde por 35,5% do seu preço final. André Braz, economista do Instituto Brasileiro de Economia da FGV afirmou ao Valor que o impacto da gasolina na bomba pode ficar em 3%.

Caso o reajuste se confirme, pode haver um impacto de 0,18 ponto percentual no IPCA de novembro, já que a gasolina compromete 6% do orçamento familiar. Ao contrário do diesel, que demora mais a chegar ao consumidor, a gasolina tem impacto imediato sobre o índice.

Criticada publicamente pela alta dos preços dos combustíveis, a Petrobras esta investindo pesadamente em campanha publicitária. Ela é transmitia inclusive no horário nobre da TV. A ideia é convencer o consumidor a aceitar o valor calado.

Na propaganda, a companhia alega ser culpada por somente uma das cinco parcelas do preço final da gasolina. Também diz que recebe cerca de R$ 2,33 pelo litro do derivado.

O valor representa 35,5% do preço final do produto. O restante é composto por tributos federais (10,5%), custo da mistura obrigatória do etanol (17,8%), margens das distribuidoras e revendedores (10%) e ICMS (26,2%). A empresa ainda justifica que “investe bilhões de reais” desde a descoberta do petróleo até o refino.

Uma fonte da estatal afirmou ao Valor Econômico que a ideia das campanhas é se comunicar com o cidadão médio, defendendo a política de preços da empresa.

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