Sobre os empréstimos do Piauí

Por: ZózimoTavares
O governador Wellington Dias retornou dos Estados Unidos, na semana passada, depois de uma viagem oficial de 12 dias, e repassou à imprensa local informações de que estava tratando por lá da liberação de R$ 1 bilhão relativo a empréstimos negociados pelo Estado junto ao Banco Mundial e ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (Bird).
Quem tem memória curta pensa até que se trata de coisa nova. Na verdade, o governador está se referindo a duas operações de crédito que o Governo Wilson Martins viabilizou ainda em 2013. Trata-se de um DPL (Empréstimo para Política de Desenvolvimento), no valor de 200 milhões de dólares, e de um SWAP (empréstimo com contrapartida), no valor de 120 milhões de dólares. Total: 320 milhões de dólares (aproximadamente R$ 1 bilhão). 
As equipes do Banco e do Governo do Piauí trabalharam conjuntamente à época e deixaram tudo aprovado: as leis pela Assembleia Legislativa e a tramitação nos Mistérios da Fazenda e do Planejamento, inclusive pela Cofiex (Comissão de Financiamentos Externos). O Piauí só não recebeu esses recursos porque faltou o aval do Senado Federal.
Tudo dependia de decisão política. A Casa Civil da Presidência da República deveria encaminhar o pleito do Piauí para aprovação pelo Senado. Isso deveria ter sido feito ainda no início de 2014 e foi emperrado por questões meramente políticas e partidárias, pois o então governador Wilson Martins abraçou a pré-candidatura de Eduardo Campos (PSB) à Presidência da República, comprando briga com o PT.
Desde então, o pleito do Piauí está engavetado lá em Brasília. E, no presente momento, com respeito a estas duas operações, não há nada a se tratar em Washington. O empréstimo ainda não foi liberado por três razões: desprestígio do governador (do passado e do presente), falta de compromisso do governo federal com o Piauí e, agora, quebradeira da União.
Então, o governador pode ter ido fazer qualquer outra coisa nos Estados Unidos, menos tratar sobre essas operações de crédito, pois a solução do problema está, como se disse, em Brasília, não em Washington. Está tudo documentado. 
Se há interesse do governador em reforçar o caixa do Estado com dinheiro novo, por que ele não começa tentando liberar os R$ 369 milhões do empréstimo que o Piauí conseguiu também no Governo Wilson Martins junto ao Banco do Brasil e que ainda hoje estão retidos? À época, os petistas diziam que o que falta ao Piauí era gestão. E agora?

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