Por:Zózimo Tavares
O ex-governador Wilson Martins, presidente regional do PSB, bateu na mesa e avisou: acabou a trégua ao governo Wellington Dias. A partir de agora, o PSB passará a fazer cobranças sistemáticas das promessas de campanhas lançadas por Wellington. O seu partido realiza um encontro para discutir a conjuntura nacional e estadual na próxima terça-feira, dia 9.
Segundo Wilson Martins, o governo já deveria ter mostrado a que veio e precisa mostrar também a cara. O ex-governador lembrou que o eleitor, quando vai votar, não quer saber dos problemas que o governo tem, se vai haver seca ou enchente, se vai ter ou não vai ter crise, quer saber é de solução para os problemas, de resultados, de ação e de trabalho. Em sua avaliação, é o que não está havendo na atual gestão.
De fato, neste novo mandato, Wellington Dias ainda não deslanchou. Ele está às voltas com várias dificuldades. Há mal- estar em várias categorias de servidores públicos, pois o governo não conseguiu cumprir o plano de salários delas. A Polícia Civil está em greve. Os médicos paralisaram suas atividades. As obras paradas ainda não foram retomadas. A violência está fora de controle.
Na campanha, o atual governador vendeu a esperança que navegaria em céu de brigadeiro, se retornasse ao governo, já que estabeleceria de imediato parceria com o governo federal. Ocorre que este também está em apuros financeiros e teve que fazer ajustes radicais no orçamento, cortando também as expectativas do Piauí de receber recursos federais extras em curto prazo.
A situação do Estado é dramática, do ponto de vista financeiro. O governador pede paciência e compreensão, mas não dá exemplo de contenção de gastos. Já convocou, sem a menor necessidade, dez suplentes para a Assembleia Legislativa, onerando o Estado em mais de R$ 600 mil por mês com essas convocações. Sua reforma administrativa não reduziu as despesas da máquina em um real sequer.
Não se pode acusar Wilson Martins de estar procurando fazer uma oposição estapafúrdia ao governo petista. Ele deu um prazo razoável para começar a fazer as cobranças ao governo. Além do mais, Wellington já é um governante tarimbado. Por isso mesmo, não precisa de tanta carência.
O que é preciso saber, agora, é se a voz de Wilson Martins conseguirá ter eco num Estado onde de há muito tempo a oposição deixou de existir, inclusive com a pronta e caprichada colaboração dele, Wilson, quando estava no poder.
