O governador eleito Rafael Fonteles (PT) decidiu que os espaços políticos na sua gestão serão indicados pelos deputados estaduais, deixando de fora os federais. A esses, ele teria avisado que devem se resolver em Brasília, fazendo a divisão dos cargos federais no Piauí, como as superintendências regionais do Dnit, Ibama, Dnocs, INSS, Conab, Incra e outros.
Rafael Fonteles (Foto: Eduardo Amorim/Lupa1)
A medida não tem agradado os parlamentares federais, que entendem que também ajudaram na campanha local e que precisam fazer indicações para cargos na gestão estadual. A informação foi apurada pelo Lupa1 nos bastidores, porém, confirmada publicamente pelo deputado federal Júlio César Lima (PSD) na manhã desta quinta-feira (3).
“Há um entendimento do futuro governador de dar uma participação a todos e o critério que ele adotou foi através das lideranças estaduais, dos deputados estaduais. Ele está fazendo a composição deste time, já anunciou alguns e nós esperamos que ele reconheça a grandeza do nosso partido, da votação minha e do Georgiano, que fomos os deputados mais votados desta eleição. Que ele dê uma participação proporcional à grandeza da nossa participação na eleição”, falou Júlio, que também não se agrada da medida.
Deputado federal Júlio César (Foto: Eduardo Amorim/Lupa1)
Como Lula foi eleito presidente, a intenção de Rafael Fonteles é que os deputados federais se contemplem na divisão dos cargos federais, mas as contestações a essa decisão são muitas.
Alguns citam, por exemplo, o caso do senador Marcelo Castro (MDB), que deve ficar com a indicação do Departamento Nacional de Infraestrutura de Trânsito (Dnit) no Piauí, mas que tem atualmente a indicação do Departamento de Estradas de Rodagem (DER). Se o critério adotado por Rafael prosperar, eles cobram que Marcelo então abra mão do DER, já que ele integra a bancada federal e ainda tem um filho eleito deputado federal.
A situação da deputada federal Rejane Dias (PT), mulher do senador eleito Wellington Dias, também é citada por alguns aliados. Rejane mantém várias indicações na gestão estadual desde quando o marido era governador.
COTA PESSOAL DE RAFAEL
As primeiras indicações feitas Rafael Fonteles apontam que ele não vai abrir mão de ter parte importante do secretariado composto por indicações técnicas, da sua cota pessoal, diferente do loteamento político do Estado praticado nos governos de Wellington Dias (PT).
Apesar de confirmar que seu governo terá também a parcela política, Rafael sinaliza, pelo menos nas suas primeiras escolhas, que não vai entregar pastas com ‘porteira fechada’ para aliados serem ‘donos’, como aconteceu ao longo das gestões anteriores do PT.(Gustavo Almeida)