Por: Arimatéia Azevedo
O preenchimento dos cargos de segundo e terceiro escalões do Governo Federal parece que vai mostrar o grande abismo que separa os políticos com prestígio, e aqueles que somente ficam arrodeando os poderosos, sem nada conseguir para o Estado, de uma maneira efetiva e eficaz. O episódio da perda da Presidência do Banco do Nordeste, em que o piauiense Nelson Souza foi trocado por um apaniguado do senador Eunicio Oliveira, do Ceará, bem evidencia que os políticos do Piauí não sabem se unir em torno de causas maiores, que tragam benefícios diretos para a economia do Estado. Antes, a indicação de Nelson estava na cota pessoal do governador Wellington Dias que não teve força suficiente para, sozinho, bancar a manutenção de seu colega de Caixa Econômica. Mais que isso, não bastasse o auxílio de outros governadores, o Ceará, sem alarde, conseguiu um cargo da maior relevância.
É triste e rotineira a história de que os cargos importantes nunca ficam com o Estado, infelizmente. Quando o Piauí consegue colocar seus bons quadros no cenário nacional, são episódios isolados, por critérios pessoais, nunca pelo peso político do Piauí. Assim foram ministros Hugo Napoleão, Freitas Neto, e João Henrique, este último novamente em posição destacada, no atual governo, exclusivamente por suas ligações pessoais com o vice presidente da República, e não porque exista um conjunto de pesos pesados do Estado defendendo o seu nome. Hoje, o cargo mais importante ocupado por um piauiense é a presidência da Funasa, outra indicação com os dedos do vice-presidente da República. Para os políticos restantes, ficam os cargos de menor importância, quando muito a direção local dos órgãos federais, que logo se transformam em feudos, e onde sobressaem os acordos familiares, sem maiores proveitos para a população, que fica à mercê de um efetiva tomada de posição da classe política, que, efetivamente, nunca houve.
