Um levantamento divulgado pelo UOL aponta que o Progressistas (PP), partido presidido pelo senador Ciro Nogueira (PI), mantém 12 cargos comissionados de alto escalão no governo federal. As funções são bem remuneradas e estratégicas, ocupadas por indicados da legenda que, oficialmente, se posiciona na oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O dado foi revelado no episódio mais recente do podcast A Hora, apresentado pelos jornalistas Thais Bilenky e José Roberto de Toledo, que discutiu o papel político e digital de Ciro Nogueira. Segundo o programa, a presença do PP em cargos federais mostra que, apesar da retórica oposicionista do senador, o partido ainda mantém influência dentro da estrutura do governo.
“Ele (Ciro) faz um discurso de oposição nas redes, mas o partido dele ainda mantém presença relevante no governo”, destacou Thais Bilenky, durante o episódio.
O levantamento foi apresentado no mesmo episódio em que Bilenky analisou a comunicação digital de Ciro Nogueira, destacando que o senador adota duas posturas distintas nas redes sociais: uma nacional, voltada à crítica ao governo e à aproximação com lideranças da direita, e outra regional, voltada ao eleitorado piauiense, com foco em ações e entregas locais.
O coapresentador José Roberto de Toledo acrescentou que o movimento reflete uma tentativa de manter influência tanto no Piauí quanto em Brasília, num momento em que o Progressistas tenta recompor sua base política. “Ele está lutando pela sobrevivência eleitoral no Piauí e pela sobrevivência política no plano nacional, como presidente de partido”, afirmou Toledo.
Ciro Nogueira, que foi ministro-chefe da Casa Civil no governo Jair Bolsonaro, deve disputar reeleição ao Senado em 2026. No Piauí, o senador enfrenta adversários consolidados, como Marcelo Castro (MDB) e Júlio César (PSD), que lideram as pesquisas mais recentes.(Sebastian Eugênio)
