Por Arthur Cunha – especial para o blog
Brasília está lotada para a Marcha em Defesa dos Municípios. Este ano bateu todos os recordes de participação: mais de oito mil pessoas inscritas; entre prefeitos, vice-prefeitos, vereadores, secretários e funcionários das administrações. Pernambuco vai participar com uma grande representação. Até ontem, já eram mais de 120 prefeitos confirmados, fora os outros servidores – isso sem contar com os que ainda não fizeram suas inscrições. Tudo graças a uma articulação eficiente do presidente da Amupe, José Patriota.
A representatividade da Marcha é tanta que o presidente da República, Jair Bolsonaro, vai ao evento, hoje, com uma trupe de ministros que incluem Paulo Guedes (Economia) e Sérgio Moro (Justiça). Amanhã, será a vez dos 27 governadores se reunirem na Marcha com o objetivo de tratar pautas convergentes com o municipalismo.
A expectativa é que Bolsonaro faça alguns anúncios. Este colunista antecipou, com exclusividade, o 13º do Bolsa Família, que injetaria R$ 2,5 bilhões a mais na economia do país. O benefício, segundo aliados do presidente, é uma tentativa de trazer os nordestinos para junto. Bolsonaro quer mais proximidade com a única região em que perdeu para Fernando Haddad.
Os gestores, contudo, querem sinalizações para além do assistencialismo. Uma das principais pautas da “Carta dos Prefeitos do Nordeste”, que será entregue ao presidente, hoje, é a revisão do Pacto Federativo para ajudar a desafogar um pouco as prefeituras Brasil adentro, com tantas responsabilidades e um orçamento extremamente limitado – a maior parte dos recursos fica com a União. Se Bolsonaro quiser trazê-los para perto, tem que seguir neste caminho.
Emendas – Os bastidores daqui de Brasília apontam que, durante sua participação na Marcha, o presidente se mostrará favorável à MP 61, a ser votada hoje no Senado. Se a iniciativa for aprovada, as emendas impositivas não terão mais que passar pela Caixa Econômica; diminuindo a burocracia até o dinheiro chegar às contas das prefeituras. É mais uma tentativa de Bolsonaro de afagar; dessa vez prefeitos e parlamentes.