O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tem sido pressionado por aliados e eleitores a recuar da indicação do juiz federal Kássio Nunes à vaga do ministro Celso de Mello no STF (Supremo Tribunal Federal).
O movimento aumentou o diagnóstico no Palácio do Planalto de que o mandatário pode indicar um outro nome para o posto, não levando adiante a nomeação desse magistrado.
Desde a quarta-feira (30), quando o nome do juiz foi anunciado como o favorito do presidente, textos e imagens estão sendo divulgados nas redes sociais associando Kássio ao PT, partido adversário da atual gestão.
As mensagens foram também enviadas ao WhatsApp do presidente por deputados aliados.
Segundo assessores palacianos, o gabinete de mídias digitais do Palácio do Planalto identificou a partir do final da tarde da quarta-feira (30) críticas ao candidato favorito do presidente e um menor engajamento a favor do governo em perfis de direita, que costumam defender iniciativas do governo.
A base bolsonarista também tem publicado críticas ao juiz federal no perfil do presidente nas redes sociais.
Nesta quinta-feira (1), um dos seguidores questionou Bolsonaro se a indicação não vai “sujar a barra” do governo. Um outro ressaltou que ele não é o “nome ideal”. O presidente não respondeu aos comentários.
Bolsonaro costuma ser sensível às críticas que sofre nas redes sociais. Ele já recuou em indicações e até mesmo exonerou integrantes do governo que sofreram ataques de eleitores no universo digital. Por isso, cresceu a percepção no Palácio do Planalto de que a pressão pode levá-lo a escolher outro nome.
Como publicou o jornal Folha de S.Paulo nesta quinta-feira (1º), aliados do presidente criticam o juiz federal por ligações políticas com o governo da ex-presidente Dilma Rousseff, que o nomeou, em 2011, para o TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região) e por ele ter se posicionado a favor da compra de lagostas em licitação do STF.
Em um texto, que chegou ao WhatsApp de Bolsonaro, os críticos afirmam que Kássio é “petista de carteirinha”. Junto com a mensagem, foi enviada uma foto em que o juiz aparece ao lado do governador do Piauí, Wellington Dias, do PT, e com outras pessoas, como o ex-presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) Marcus Vinícius Furtado Coêlho. (JULIA CHAIB E GUSTAVO URIBE – BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS))