Lula e a Seleção ainda vão ficar um bom tempo na caverna. *Por Pádua Marques

 

 

Agora que aqueles meninos lá da Tailândia estão sãos e salvos num hospital melhor que o Dirceu Arcoverde e a Copa da Rússia mandou pra casa com o rabinho entre as pernas a Seleção Brasileira, que bem poderia ser chamada de Vira-latas de Tite, a gente fica imaginando que tem acontecido é coisa neste mundo nessa semana, que dá vontade às vezes de rir e de chorar. Porque de repente o mundo ficou feito morcego dentro de caverna, tudo de cabeça pra baixo.

Todo mundo se emocionou com a história dos doze meninos do Javalis Selvagens, que levados pela peraltice entraram de caverna a dentro e, quando arregalaram os olhos estavam sem poder voltar e com água no meio das canelas. Ali não dava pra chamar mamãe e nem os bombeiros do major Rivelino. Era esperar pra morrer e ninguém podia, como acontece entre meninos quando fazem coisas erradas, uns mangarem dos outros.

A Seleção Brasileira de Futebol saiu daqui cuspindo pra cima e arrotando alto. E pra ela a caverna tem sido é longa e escura depois da fragorosa derrota pra Bélgica. Ainda tem gente que não meteu a cara pra fora com medo das vaias dos vizinhos, sem poder andar pela praça da Graça, passar pela Banca do Louro, pagar o Credishop no Paraíba ou tirar foto à noite na Praça do Amor, ali no Mirante.

Mas a situação da caverna do Lula foi engraçada e de morrer de pena. Lula está naquela caverna lá em Curitiba porque se meteu à frente de uma excursão que tinha o objetivo de fazer uma montanha de coisas erradas por muitos e muitos anos. Foi fazendo e deixando fazer. E o grupo foi entrando de chão adentro e achando graça de tudo quanto era safadeza. Tudo era brincadeira e motivo de achar bonito. Uma asneira atrás da outra.

E olhe que a militância tem é trabalhado pra tirar Lula da caverna. Querem porque querem tirar Lula de qualquer jeito. A última, um desembargador muito do malandro achou de achar que todo mundo é burro. Fez igual a muitos agentes penitenciários e soldados, que por pela gorjeta gorda dos parentes do preso, relaxam na guarda e deixam o cadeado aberto pra o preso escapulir na calada da noite. Depois colocam a culpa na parede da cela.

O desembargador, que agora se sabe ser vértebra da espinha dorsal do Partido dos Trabalhadores, se aproveitando do plantão, acatou dos advogados e de amigos do Lula um pedido de habeas corpus que, se cumprido, deixaria Lula livrinho da silva, a ponto de ainda pegar o metrô, passar na padaria pra tomar uma e assistir ao jogo pela televisão. Não tem uma só pessoa, e não precisa ser especialista em Direito, que não tenha percebido a esperteza do desembargador. Pra os dois casos, ainda não foi desta vez. * Pádua Marques é jornalista e escritor. Membro da Academia Parnaibana de Letras, do Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Parnaíba, Academia de Sete Cidades, Sócio Correspondente da Academia de Artes e Letras de Campo Maior, do Instituto de Artes e Letras de Buriti dos Lopes e do instituto Histórico de Eserantina.

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