
Não bastam só os aplausos e os elogios nos dias dos desfiles de escolas de samba de Parnaíba. É preciso conhecer o dia a dia de cada escola. O que é feito para que elas ali estejam, surpreendendo. É preciso entender a entrega dos participantes das escolas, onde algumas das moças começaram ainda meninas e hoje, adultas, ainda derramam suor e lágrimas para estarem, lindas e maravilhosas desfilando no domingo de carnaval, na esperança de retornarem na terça-feira, quando a campeã retorna para a avenida do samba – a São Sebastião.

Não obstante todos os esforços, a luta, o suor derramado, tem sempre uma escola com carros alegóricos quebrando, no deslocamento para o local dos desfiles. E depois, as reclamações, o desabafo, com o desestímulo aflorando. “Falta apoio, falta incentivo, falta…”

O Poder público dá sua contribuição e deve continuar dando.Mas não pode dar tudo. A prefeitura de Parnaíba, principalmente, por se tratar de uma cidade turística, embora o governo do Estado não veja assim. A política de turismo que o governo do Estado diz praticar não passa por Parnaíba. É só observar os fatos, a partir do tratamento que é dado à nossa única praia, Pedra do Sal, pelo governo de Wellington Dias.
“Se não for dado um apoio maior as escolas de samba de Parnaíba vão acabar”, vaticina o mestre Cafuringa, da Escola de Samba Império do Cais, que virou carnavalesco ainda menino e participou da Escola de Samba Unidos de São José, com o grande Muriloso (Murilo Castro). Aliás, o Bairro São José é um celeiro de artistas carnavalescos, hoje desestimulados… O que fazer, então???

Nesta terça-feira de Carnaval, propomos esta reflexão. Juntemo-nos com o Poder Público, iniciativa privada, amantes do carnaval, para buscar uma saída. O Carnaval acontece outra vez. Que os próximos sejam cada vez maiores. E que as autoridades do Estado, políticos também, entendam que para o carnaval continuar fortalecido é preciso do esforço de cada um. Parnaíba é maior que as picuinhas paroquiais de governantes, que preferem apostar na festa de Água Branca que em Parnaíba, onde Deus fez a morada.

