Relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) estima que, no Brasil, podem ser necessárias nove gerações para crianças nascidas em uma família de baixa renda, os 10% mais pobres da população, alcançarem a renda média do país.
A média dos países da OCDE é de cerca de cinco gerações, segundo o estudo ‘Um elevador social quebrado? Como promover a mobilidade social’, divulgado nesta sexta-feira. “No Brasil, as circunstâncias dos pais desempenham um fator importante na vida das pessoas. O status econômico e social transmite-se fortemente através de gerações”, diz o relatório.
No ranking dos 30 países analisados pela OCDE, a situação só é pior na Colômbia, onde a ascensão social de descendentes de famílias pobres levaria 11 gerações. O Brasil está empatado na segunda pior posição com a África do Sul, país que só conseguiu acabar com o regime do apartheid – que previa segregação de direitos entre brancos e negros – somente em 1994.
Dinamarca, Noruega, Finlândia e Suécia estão nas melhores posições do ranking de mobilidade social. Nesses países, seriam necessárias duas ou três gerações para que as crianças de famílias pobres atinjam a renda média.
Para a OCDE, apesar do progresso social observado no Brasil com a saída de 25 milhões de brasileiros da pobreza desde 2003, a desigualdade continua alta e o sistema educacional é uma das razões. Para promover a mobilidade social, a entidade internacional recomenda ao Brasil que melhore a eficácia do gasto público na educação e saúde.
Também sugere o aperfeiçoamento do acesso e qualidade do ensino profissional e a melhora da redistribuição de renda por meio de reformas que aumentem os gastos sociais em programas direcionados aos grupos mais vulneráveis. Fonte: ODia. Foto:DCO. Edição: APM Notícias