Ela & eu
Todas as horas de todo esse tempo eu relutei em aceitar que ficaríamos sem a presença física dela, tão rapidamente. Pela bravura, pela força, com que lutava contra essa doença maldita que a fez ser hoje apenas e tão somente uma doce lembrança. Às vezes a gente chega a pensar que Deus é injusto ao impor tantas e tão terríveis dores a quem sempre se dispôs a minorar as dores dos outros…Mas não. Deus faz tudo certo, na hora certo. E em tudo o que Ele faz, tem um propósito.
Raimundinha não era professora, como alguns a denominaram, ao noticiarem nos blogs a sua morte. Mas com ela aprendi talvez o que nunca me ensinaram, nos bancos escolares, com tanto poder de convencimento. Ela me ensinou a ser um homem melhor. A ter pensamentos mais elevados a respeito das pessoas. Ela me ensinou que é bom ser bom. Ser humilde, e sempre ter a dignidade de voltar atrás, após um erro praticado.
Mas hoje quero falar de agradecimentos. Que são muitos. E são sinceros, profundos, intensos. Agradecer a todos os profissionais dos Hospitais São Marcos, de Teresina, cujos corredores e enfermarias ela percorreu por quase um ano e meio; e Marques Basto, em Parnaíba, a partir dos médicos Dr. Antônio Tomás e Nereu Bastos, que fizeram o primeiro procedimento cirúrgico e detectaram o mal, aconselhando-nos a ir à capital. No Hospital Marques Bastos foram 19 dias, de espera e esperança. E todos os servidores, profissionais que a assistiram, o fizeram com carinho, a quem ela manifestou gratidão, antes perder a lucidez.
Eu alimentei esperanças até bem próximo do desencarne dela. Nossa filha, Nara Lívia, que foi uma grande guerreira, a quem também serei grato eternamente, era quem sempre me chamava para a real. Mas como é duro enfrentar a realidade numa hora dessas!!! Mas ela se foi, serena, tranquila, deixando-nos um olhar derradeiro de conforto. Foi um olhar de “muito obrigado”, profundo. Depois fechou os olhos e deu o último suspiro. Cessaram os sofrimentos dela. E o nosso, teima em não cessar. Mas, por ela, vamos ter que aprender a viver com a certeza de que Deus quis assim. E se foi uma vontade de Deus, quem somos nós a contestar!
Minha gratidão sincera e especial, ao meu genro, Yuri Britto, que ao lado de Nara se desdobrou durante todos esses dias que ela passou no Marques Bastos. Ele já tinha passado pela triste experiência, quando cuidou da mãe, que também faleceu vitimada por um câncer, quando ele ainda adolescente.
E, finalmente, minha gratidão às centenas de amigos que se manifestaram nas redes sociais, manifestando suas condolências. Muitos amigos não sabem, ainda; outros, não tiveram oportunidade de demonstrarem seu pesar. A todos, muito obrigado. De coração.
Nara e Raimundinha
Vou guardar como lembrança da minha amada Raimundinha, esse sorriso, que ficou no sorriso da nossa filha, Nara. Aproveito para convidar a todos para as missas de 7º Dia que mandaremos celebrar nesta sexta-feira (13), Às 17:30hs, na Igreja de São Sebastião; e no domingo, Às 19:00hs, na Igreja do Sagrado Coração de Jesus, no Bairro Reis Velloso. Muito Obrigado pelo calor humano recebido dos verdadeiros amigos.