A tribuna do Senado não é mais a mesma desde que Pedro Simon a deixou, há três anos. Voz mais forte nas denúncias de corrupção durante mais de três décadas, incomodava qualquer governo, no autoritarismo ou na democracia. Hoje está afastado do Congresso, mas não do povo. Viaja por todo o país, falando a quem quer ouvir suas palestras.
Simon acha que o Brasil vive um momento auspicioso com a prisão de políticos acusados de corrupção. “É a primeira vez que essas coisas estão acontecendo”.
Para que não haja retrocesso, alerta, é preciso que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva continue preso. “Se o Lula sair da cadeia, morre tudo o que foi feito até agora e vão começar a roubar de novo.” Mas ele não poupa seu partido, o MDB, e os tucanos. Tem saudades de Itamar Franco, de quem se lembra ter rechaçado o toma lá dá cá para aprovar o Plano Real. “Ninguém ganhou um copo d’água.”
Ele vê o quadro eleitoral com apreensão, devido às chances de vitória do deputado Jair Bolsonaro (PSL-RJ), pré-candidato à Presidência. “Deus nos livre de o Bolsonaro ganhar. Vai ser um retrocesso pior do que o Collor”. Entre os presidenciáveis, manifesta apoio à candidatura de Marina Silva, da Rede. Avalia que Ciro Gomes (PDT) tem potencial para chegar ao segundo turno.
Segundo ele, o país ainda aguarda por um nome que poderá, enfim, trazer um consenso entre várias forças políticas, mas ressalva que não se deve esperar por um salvador da pátria. Fonte: Correio Brasiliense. Foto: Edição: APM Notícias.