Líder do PSL que prometeu ‘implodir’ Bolsonaro recua

Igual a “mulher traída”, Waldir volta ao aconchego

Paloma Rodrigues e Filipe Matoso
TV Globo e G1 — Brasília

O líder do PSL na Câmara, deputado Delegado Waldir (PSL-GO), afirmou nesta quinta-feira (17) não ter “nada” para usar contra o presidente Jair Bolsonaro. Disse também querer “pacificar” a bancada do partido. Bolsonaro fez uma transmissão ao vivo em uma rede social na noite desta quinta-feira, mas não comentou a crise envolvendo o PSL.

Waldir deu a declaração ao ser questionado sobre a gravação na qual afirmar querer “implodir” Bolsonaro, a quem chamou de “vagabundo”. Ele participava de um almoço do presidente do PSL, Luciano Bivar, com aliados.

EMOÇÕES – Segundo Waldir, a declaração, dada em meio à crise que atinge o PSL, foi feita em um “momento de emoção”.

“O que o senhor tem para implodir o presidente?”, indagou um jornalista.

“Nada. É só questão de… É uma fala de emoção, né? Um momento de sentimento”, respondeu o líder. “É uma fala num momento de emoção, né? É uma fala quando você percebe a ingratidão. Tenho que buscar as palavras. Tenho que buscar as palavras”, acrescentou.

Questionado, então, se a crise passou, Delegado Waldir respondeu: “Nós somos Bolsonaro. Nós somos que nem mulher traída. Apanha, não é? Mas mesmo assim ela volta ao aconchego”.

PACIFICAÇÃO – Na sequência, o deputado declarou ser possível “pacificar” a bancada do PSL. Segundo ele, os 53 parlamentares votarão “integralmente” conforme os interesses do governo. “Não tem nenhuma ruptura, não tem nenhuma perseguição, não tem nada”, completou.

Delegado Waldir continua como líder do PSL, que enfrenta uma crise que envolve o comando da legenda, o Palácio do Planalto e os parlamentares no Congresso.

Desde a semana passada, as alas ligadas a Bolsonaro e ao presidente do partido, Luciano Bivar, travaram uma disputa interna.

QUEIMADO – A crise começou quando o presidente da República se dirigiu a um apoiador e o pediu para “esquecer” o PSL porque Bivar está “queimado para caramba”.

Delegado Waldir é ligado a Luciano Bivar. Nesta quarta, o líder do governo na Câmara, deputado Major Vitor Hugo (PSL-GO), ligado a Bolsonaro, anunciou uma lista para tirá-lo do posto e pôr Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente da República.

Logo em seguida, porém, Waldir conseguiu uma outra lista, para retomar o posto. Mais cedo, nesta quinta-feira, a Câmara dos Deputados validou a lista que mantém Delegado Waldir na liderança do PSL na Câmara.

Também nesta quinta, o presidente Jair Bolsonaro tirou a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) do posto de líder do governo no Congresso. Joice assinou a lista que devolvia a Waldir a liderança do PSL.

Bolsonaro ironiza o “atentado” e diz que tiros foram disparados pelo próprio PT

Deu em O Tempo
(Agência Estado)

O deputado Jair Bolsonaro (PSL-RJ), pré-candidato à Presidência, afirmou que os tiros que atingiram dois ônibus da comitiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na terça-feira (27), no interior do Paraná, teriam partido dos próprios petistas. E negou que tenha incentivado os ataques à caravana. “É tudo mentira. Está na cara que alguém deles deu os tiros. A perícia deverá ficar logo pronta e vai apontar a verdade”, disse o deputado no fim do dia, em Ponta Grossa (PR).

Não foi a única menção do presidenciável do PSL ao episódio. Pela manhã, logo depois de desembarcar no aeroporto de Curitiba, Bolsonaro já havia ironizado os ataques. “Lula quis transformar o Brasil num galinheiro, agora está por aí colhendo ovos por onde passa”, disse, discursando em cima de um carro de som.

LULA EM CANA – Bolsonaro também ironizou a possibilidade de prisão de Lula, condenado em segunda instância na Lava Jato. “Não quero ele na cadeia. Quero ele em cana. Ele não gosta tanto de cana, vai levar cana” declarou.

O pré-candidato foi carregado nos braços pelos manifestantes da área de desembarque até o carro de som que o aguardava na porta do aeroporto. Durante este trajeto, ele recebeu um boneco do ex-presidente, contra o qual ele simulou agressões.

Bolsonaro passou por Curitiba no mesmo dia em que Lula encerrou, também na cidade, sua caravana por Estados do Sul. Os dois pré-candidatos ao Palácio do Planalto, no entanto, não se encontraram.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – 
Desta vez está difícil. Nem mesmo o criativo e artístico perito Ricardo Molina conseguiria o contorcionismo necessário para provar que um veículo em movimento tenha sido atingido por um disparo daquele tipo. Os petistas deveriam alvejar o dirigente que teve esta ideia de jerico, como se dizia antigamente, e que me perdoem os jericos, que não merecem a comparação. (C.N.)