Irmã Dulce e os políticos

Irmã Dulce com o ex-senador baiano Antônio Carlos Magalhães e o ex-presidente João Figueiredo

Deu no Portalaz:

Protetora de ladrões?

Comentário de Zaza Sampaio, no twitter ontem:

“Passando as vistas pela relação dos que acorreram para assistir a canonização de Irmã Dulce dos Pobres só me resta admitir que os suspeitos, investigados e notórios ladrões que foram ao Vaticano, Irmã Dulce foi adotada como padroeira dos ladrões”.

Eles foram lá

Do Piauí foi uma penca de políticos, alguns investigados pela Lava Jato e, pela profundidade das investigações, estão arriscados a receberem a visita do ”japonês da federal’ por esses dias. E, certamente, para começar a ver o sol de outra forma.

Não, isso não!

Não, não se pode admitir que Irmã Dulce, agora santa, venha a ser a padroeira dos ladrões. Os ladrões é que são ousados e se aproveitam de situações especiais como essa. Mas Santa Dulce vai continuar protegendo os pobres, os corretos.(Coluna do Arimatéia Azevedo)

Irmã Dulce, a Santa do Brasil

Irmã Dulce, a primeira santa brasileira

Por:Zózimo Tavares

O Brasil acordou mais cedo, hoje, para assistir à canonização da irmã Dulce, conhecida como “anjo bom da Bahia”. O início da cerimônia foi marcado para as 5 horas, no Vaticano, sob a presidência do papa Francisco.

Também neste domingo, a nova santa ganha o primeiro santuário do mundo dedicado a ela: a Paróquia e o Santuário Santa Dulce dos Pobres, em Salvador.

A primeira missa em honra à Santa Dulce dos Pobres será celebrada em Roma, na Igreja San’t Andrea della Valle, amanhã, 24 horas depois da canonização.

No dia 20 de outubro, domingo que vem, em Salvador, haverá a celebração pela canonização da Santa. Será no estádio de futebol Arena Fonte Nova, com abertura dos portões ao meio-dia.

Como tudo começou

Maria Rita de Sousa Brito Lopes Pontes, nominada como Irmã Dulce desde 1933, nasceu na cidade de Paramirim, a quase 700 km de Salvador, em 1914. 

Pequenina, com menos de 1,5m e pouco mais de 40 kg, Irmã Dulce era grande na boa vontade, na coragem, na disposição de servir e na devoção à fé cristã.

Foi uma vida dedicada aos pobres, doentes e socialmente excluídos. Nos anos 40, a irmã não tinha para onde ir com 70 doentes e conseguiu abrigar as pessoas em um galinheiro, ao lado de um convento de Salvador. 

Hoje, as obras sociais Irmã Dulce realizam 3 milhões de procedimentos ambulatoriais, por ano, em todo o estado da Bahia e só faz atendimentos gratuitos, em parceria com o Sistema Único de Saúde (SUS).

Irmã Dulce entre os pobres e doentes que procuravam sua ajuda

Vocação social

A vocação religiosa de Irmã Dulce é revelada ainda na adolescência, sob influência de uma tia paterna. Ela tornou-se freira no começo da década de 1930, pela Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, em São Cristóvão (Sergipe).

Formada como professora, teve como primeira missão ensinar a crianças em colégio de sua congregação em Salvador.

A vocação para as causas sociais teve início naquela década quando passou a prestar assistência à comunidade pobre de Alagados, e a participar da União Operária São Francisco.

Em 1937, fundou o Círculo Operário da Bahia, juntamente com Frei Hildebrando Kruthaup. Em 1939, Irmã Dulce inaugura o Colégio Santo Antônio, escola comunitária voltada para operários e filhos de operários.

Dez anos depois, ocupa um galinheiro ao lado do Convento Santo Antônio de Salvador para acolher 70 doentes. Em 1959, é instalada oficialmente as Obras Sociais Irmã Dulce (Osid) e no ano seguinte é inaugurado o Albergue Santo Antônio.

A canonização

A canonização de Irmã Dulce ocorre nove anos após o colegiado de cardeais e bispos da Congregação para a Causa dos Santos, da Cúria Romana, atestar o primeiro milagre atribuído a ela.

A decisão do colegiado é baseada em avaliação de peritos de saber científico (como médicos) e teólogos.

O milagre que levou à beatificação foi a intercessão da freira, a pedido de orações de um padre, para salvar a vida de uma mulher que deu à luz a um menino e estava desenganada por causa de uma hemorragia pós-parto que os médicos não conseguiam estancar.