Por: Fernando Gomes(*)
mais triste página de sua história. Com o golpe militar de 64 inicia-se o
período de uma ditadura que reprimiu as liberdades individuais, causou morte e
dor a milhares de famílias brasileiras. Prisões injustificadas, tortura,
desaparecimento, exílio e morte marcaram este período fúnebre.
Jovens idealistas e conscientes foram protagonistas
de uma história de luta e resistência contra aquela política ditatorial do
regime militar. Combateram a repressão. Entre tantos ilustres brasileiros
estavam lá Chico Buarque, Caetano Veloso e Gilberto Gil. Lembro aqui destes
ícones por que eles protagonizam hoje um debate que vai no caminho inverso do
defendido àquela época.
brasileiros engrossam a fileira dos que se manifestam contra a lei que trata da
publicação de biografias não autorizadas.
publicar uma determinada biografia sem a autorização expressa da pessoa. Eles
defendem que seja obrigado submeter os escritos à apreciação prévia do
biografado para autorizar ou não a publicação.
Seria censura exigir que o autor primeiro submetesse
à apreciação da pessoa? É preciso que haja um cuidado ao se publicar
informações sobre o que quer que seja, ou sobre quem quer que seja. Mas, quanto
a esses abusos, temos um aparato de leis trata de mecanismos que podem ser
acessados caso alguém se sinta difamado, caluniado, insultado, enfim,
prejudicado de alguma forma.
Figuras públicas terminam por pagar o preço da fama
pelo assédio vivido e em muitos casos perdem completamente a sua privacidade,
isso é fato. Porém, não se devem justificar quaisquer mecanismos que nos leve
de volta a censura, em qualquer medida. Isto é perigoso! Nada justifica a
retirada da liberdade de expressão, nem mesmo o fato de ter esta privacidade
violada, nem tampouco o fato de se ter no meio da imprensa profissionais
anti-éticos e corruptos, nem todos são assim. Logo, censurar, poder-se-ia
prejudicar os bons profissionais e o registro de fatos históricos importantes
ao conhecimento da sociedade.
presos políticos, tortura e morte, mas por outro lado foram desenvolvidos
mecanismos de contraposição despertando sentimentos de solidariedade,
confiança, sonhos e utopias coletivas que suplantaram o regime. Hoje,
cicatrizadas muitas feridas e outras tantas ainda abertas, convivemos com um regime
de aprimoramento da democracia onde não se permite retirar as conquistas já
estabelecidas, a exemplo o direito à liberdade de expressão.
Que diálogo podemos travar pela historicidade dos
fatos, aproximando esses dois momentos (ditadura e democracia) vividos pelos
mesmos atores sociais, contradição? Chico, Gil e Caetano que lutaram contra a
supressão dos direitos individuais, agora defendem a censura?
isso sim merece uma discussão responsável. Sabe-se que o homem/mulher
público(a) pode sofrer achincalhe e outras formas de situações de
constrangimentos pautados na invencionice. Assim, contrario-me também à
futrica, à fofoca e ao voyeurismo desenfreado que assola certo tipo de mídia,
altamente rentável, especializada na exposição da intimidade, do espetáculo proporcionado
por fatos muitas vezes criados com o fito de vender a notícia, a
(des)informação.
humano me é estranho)!!!
contribuinte parnaibano.