A fúria das férias

CARLOS BRICKMANN
 Estudantes em férias, trânsito melhor, menos manifestações com menos gente. Após a tempestade vem a bonança – mas quem disse que a tempestade passou?

Talvez não tenha passado. Amanhã, quinta, há greve geral marcada pelas centrais sindicais. A menos que fracasse, é confusão brava. Pior: algumas centrais tentam criar uma figura nova na História, a greve geral a favor do Governo; uma delas, a Força Sindical, age na direção oposta e prega o quanto pior, melhor. O líder da central opositora, deputado Paulinho da Força, do PDT paulista, ameaça gerar confrontos com as outras centrais, levando cartazes ‘Fora, Dilma’ às manifestações. Diz: ‘Nosso trabalho é empurrá-la para o buraco’.
Como se fosse possível jogar uma presidente da República no buraco sem que o país vá junto.
A Federação Nacional dos Médicos tem reunião de emergência também amanhã, em Brasília, às 10 da manhã. O objetivo é protestar contra o plano de importação de médicos estrangeiros, que nem precisariam revalidar seus diplomas. A Federação pensa até, entre outras possibilidades, em greve nacional de médicos.
Quem do Governo dialoga com os médicos? Gilberto Carvalho, até agora o negociador, está fora; Gleisi Hoffman, da Casa Civil, e Ideli Salvatti, das Relações Institucionais, foram esvaziadas. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, nem sabia da importação de médicos – uma ideia do chanceler Antônio Patriota (sim,ele as tem!) Entretanto, como dialogar com médicos sem pisar no ministro da Saúde? Patriota é o pai da confusão, mas a burocracia o livra de pagar por ela.

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