A Itaipava no Piauí

Por:Zózimo Tavares

A nova fase da operação Lava Jato, deflagrada na quarta-feira, vem repercutindo nos meios políticos do Piauí.

Ela apura o envolvimento de executivos do grupo Petrópolis – dono da cervejaria Itaipava – na lavagem de dinheiro desviado de contratos públicos, especialmente da Petrobras, pela empreiteira Odebrecht.

Foram expedidos pela Justiça Federal de Curitiba um mandado de prisão preventiva contra Walter Faria, controlador do grupo Petrópolis, e cinco mandados de prisão temporária contra executivos envolvidos na operacionalização ilícita de valores.

Além disso, foram expedidos mais 33 mandados de busca e apreensão em empresas do grupo e residências, localizadas nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

As investigações da Lava Jato revelaram que Walter Faria, em conjunto com outros cinco executivos do grupo Petrópolis, atuou em larga escala na lavagem de mais de R$ 300 milhões em contas fora do Brasil e desempenhou substancial papel como grande operador de propina.

No Piauí

O Piauí não está na mira da nova operação da Lava Jato, mas o Grupo Petrópolis, fabricante da cerveja Itaipava, tem ligações com o Estado.

Essas vinculações são recentes. O grupo conseguiu isenção fiscal no Piauí por 15 anos, de dezembro de 2014 a dezembro de 2029.

O decreto de isenção de 90% do ICMS para a empresa foi publicado no Diário Oficial do Estado em 27 de janeiro de 2015.

A cervejaria fez doações de quase R$ 2 milhões para candidatos que disputaram as eleições de 2014 no Piauí. Na época, essas contribuições eram permitidas por lei e foram devidamente registradas na Justiça Eleitoral.

Mesmo assim, a denúncia da Lava Jato apontando o grupo atuava na lavagem de dinheiro não deixa de causar desconforto aos beneficiados pelas doações.

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