A linha de praia

Por:Arimatéia Azevedo

O episódio envolvendo a pousada Bob Z, no litoral do Piauí, por conta da construção dita irregular (na visão do SPU) de obras da pousada na chamada linha de praia, dá a exata noção de que boa parte dos 66 quilômetros de praia do Piauí foi ocupada irregularmente.  Na nota da Superintendência do Patrimônio da União no Piauí divulgada ontem, no Portal AZ, mostra que 239 imóveis que se encontram na mesma situação, portanto em posição irregular, fatalmente serão destruídos, conforme a lei, criando, certamente, um cenário de horror no já tão pobre turismo local. O SPU informa que ‘aguarda desfecho judicial para o caso’, como intuindo a se imaginar que em sendo favorável à manifestação do governo, o Judiciário mandará derrubar todas as edificações apresentadas irregulares. Pior é que questões parecidas estão localizadas nos centros mais avançados do turismo como Rio de Janeiro, Fortaleza, Recife, Salvador, enfim, onde existir litoral. Os empreendedores têm suas justificativas, embora não satisfaçam aos órgãos do Meio Ambiente, tanto que, a Secretaria do Meio Ambiente do Ceará fechou um dos pontos mais chiques e atrativos da frequentadíssima Jericoacoara, o The Alchymist Beach Club. Sua licença foi suspensa sob o argumento de que estava construída em área de preservação permanente. Muitos entendem a posição desses órgãos como de perseguição. “Geramos mais de 100 empregos diretos e ajudamos a desenvolver o turismo no litoral do Piauí”, diz Bob Ziegert, mas o SPU tem pronta resposta para justificar o que faz: “nenhum empreendimento pode se esconder atrás da justificativa de gerar emprego, renda e turismo para praticar atos ilegais que visem privatizar o uso de espaços públicos ou degradar o meio ambiente”.

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