Por: Arimatéia Azevedo
O governador Wellington Dias precisa urgentemente mostrar que seu discurso quanto ao que pretende no quarto governo não difere do que põe em prática.
Porque até suplente, que ganhou o mandato de deputado estadual por seu favor, o critica e coloca em dúvida as ações do chefe do governo. Warton Lacerda, de Altos, parece ter inaugurado um estilo diferente de ser suplente: ele questiona, critica e até censura o caso da entrega para outro – e não para ele – do comando da Fundação de Esportes, Fundespi.
Ele diz: “colocaram lá um cara que não conhece de esportes”, sem perceber que o verbo tem que ser conjugado na terceira pessoa do singular, ‘ele colocou’, pois, quem fez a nomeação foi o governador e não várias pessoas ‘colocaram’ Cleminton Queiroz como presidente da entidade, na cota, sim de um detentor de mandato, o deputado Oliveira Jr. O suplente Lacerda questiona um ato daquele que lhe deu o emprego e, se duvidar, graciosamente, porque Wellington Dias não precisaria convocar nenhum parlamentar para compor o secretariado.
E, assim como fez para beneficiar B. Sá, o primeiro suplente e ao próprio Lacerda, como segundo, pela ordem, o governador abriu o governo para agasalhar outros interesses, convenhamos, desnecessariamente. Mas a questão não para aí.
Não bastassem as pressões para fechar o segundo escalão Wellington precisa resolver um assunto de natureza bem doméstica e que diz respeito mais ao Partido Progressistas: não deixar a suplente Belê como peixe fora d’água, à míngua, pois, com o retorno do seu companheiro e presidente da sigla, Júlio Arcoverde, ela perdeu a boquinha que lhe assegurava o mandato.
E aí surgem as especulações de que um outro deputado será convocado para resolver o problema da suplente, numa clara demonstração de que esses senhores querem, sim, primeiro resolver seus problemas pessoais. O governador diz que ninguém ‘é dono de cargo’, mas por não acreditarem e tampouco levarem tal afirmação a sério, os deputados fazem exatamente o contrário.
Flávio Nogueira Jr por exemplo não muda nem o cenho ao dizer que aceita o ‘sacrifício’, pode voltar e assumir a Secretaria de Turismo que na sua gestão, no terceiro governo, se transformou em órgão mais voltado à construção de calçamento no interior que propriamente cuidar do turismo no Estado. E se voltar ao cargo, será para que se tenha acertada a situação da suplente em questão. Enfim, nesse governo, do discurso à prática, a distância é maior que o trajeto que o irrequieto oftalmologista Raimundinho Santana faz de Teresina a Corrente. De ônibus.