Por:Carlos Henriques Araujo
A rota 66 foi criada em 11 de novembro de 1926. Iniciava em Chicago, Illinois, passava pelos estados de Missouri, Kansas, Oklahoma, Texas, Novo México, Arizona e terminava na cidade de Santa Mônica na Califórnia. Ainda hoje muita gente faz esse percurso para relembrar o sentimento de liberdade idealizado pelos jovens americanos nas décadas de 50 e 60, que se aventuravam por essas estradas em busca de liberdade e das praias do Pacífico.
Eu sempre tive vontade de fazer essa rota e ainda tenho, não sei se vou realizar este sonho e muitos outros que tenho guardado, mas a ideia desta crônica não era falar sobre essa rota, mas sim de outra rota: a rota de meus 66 anos de idade.
Eu sempre tive vontade de fazer essa rota e ainda tenho, não sei se vou realizar este sonho e muitos outros que tenho guardado, mas a ideia desta crônica não era falar sobre essa rota, mas sim de outra rota: a rota de meus 66 anos de idade.
Ao completar 50 anos escrevi o livro “Sem lenço, sem documento” que registra momentos memoráveis vividos por mim, ao meter o pé na estrada em busca de liberdade e de novos conhecimentos. O sonho da rota 66 vem desse tempo.
Em 66 anos de idade e 40 de experiência de vida, nunca vi o Brasil passar uma situação tão constrangedora e infeliz como esta que estamos passando. Quero aqui registrar minha indignação e decepção com todos os envolvidos e responsáveis por essa tragédia.
Parodiando Cazuza quando disse “meus inimigos estão no puder” eu diria: meus heróis estão na corrupção. Políticos, empresários, economistas, atores, músicos, cantores e compositores que os admirava como ser humano e profissionais competentes, cada um na sua área, hoje, quase todos envolvidos em esquemas para desviar dinheiro público.
Em Brasília, quadrilhas aparelhadas para roubar e se manter no puder. Empresas, as maiores do país, quiçá do mundo, pagando propinas para deputados, senadores, presidentes da câmara, do senado, da república e seus ministros.
Isso sem falar na turminha do judiciário: STJ, TSE, STF, verdadeira caixa preta de corporativismo que escondem salários estratosféricos, auxilio moradia, venda de sentenças, tráfico de influencia e outras falcatruas que os noticiários denunciam.
Partindo para os estados, a situação não é diferente, quase todos endividados até o pescoço e envolvidos em esquemas de corrupção, alguns governadores já estão presos, outros viraram réus e estão sendo processados.
Nas prefeituras, os esquemas se repetem, mas só ficamos sabendo quando o Jornal dá as manchetes.
A salvação do Brasil é mesmo a “Lava a jato”, se for em frente, levará uns três anos pra botar todos esses corruptos na cadeia, isso se o governo, o supremo e o congresso deixar ou o povo ir às ruas e exigir.
Vivemos um estado de corrupção endêmica, instabilidade política, um governo sem moral, uma economia sem credibilidade, com o PIB despencando a cada mês e uma multidão de desempregado a cada dia.
Uma infinidade de empresas fechando as portas enquanto as filas do INSS e do SUS não param de crescer. Escolas ocupadas, professores parados, policiais, fiscais em greve e as mortes no transito aumentando, junto com os assaltos, assassinatos e homicídios. Com as cadeias lotadas, os presos são colocados em ônibus velhos adaptados. É o famoso jeitinho brasileiro, agora até no STJ. Quem diria?
Esse é o nosso querido Brasil, só pra falar dos últimos acontecimentos. Voltando até as olimpíadas, o que restou? Medalha de ouro em corrupção, em déficit público, em juros altos, em impostos pagos, em má utilização do dinheiro público e em péssima qualidade de vida do povo.
Chega o final do ano, mas infelizmente não posso dizer aos brasileiros – Feliz ano novo! Porque vem chumbo grosso em 2017. Acho melhor eu aproveitar e fazer a rota 66 e ficar por lá até 2018.
By CHA