Agora temos uvas e raízes profundas

Por: Pádua Marques(*)
Duas notícias me deixaram muito feliz neste finalzinho de ano. E notícia boa em final de ano já pode ser o anúncio de que o ano seguinte deve ser bom, melhor do que este que passou. E toda vez que o ano é ruim com tudo acontecendo ao contrário até parece que tem chicletes grudados nos pés ou nos cabelos da gente. Custa a sair. Pra quem foi menino, deve se lembrar daquela brincadeira besta e sem graça de aprontar com os colegas, sejam de escola ou de vizinhança.
Mas vamos dar logo as notícias sem essa de encompridar conversa porque o ano está andando e já começou correndo. Vou começar pelas uvas. Fiquei sabendo através de uns blogs daqui de Parnaíba que os encantados Tabuleiros Litorâneos, esta obra de há mais de trinta anos entre vai e não vai pra frente, por iniciativa de uns irrigantes, bom que se diga, de gente de fora, mais precisamente de Petrolina, estão produzindo uvas. E uvas de boa qualidade pra serem vendidas aqui nos mercados e na beira de estrada. E dentro de pouco tempo sendo exportadas.
O irrigante Edeilson Alves Cardoso, a quem não me canso de aplaudir, vem mostrando pra alguns parnaibanos mortos de preguiça que é possível produzir uva nesta região do Piauí, onde tem muito é gente só esperando pelo governo, vivendo de especulação, de política, politicagem ou então dentro de enroladas. Ele está produzindo as variedades Itália melhorada, Benitaka Brasil, Benitaka melhorada, Crimson e Thompson. A expectativa é de se produzir 150 toneladas por ano em três hectares. Já conseguiu oito toneladas no primeiro plantio de 120 dias. Em seis hectares deve produzir 600 toneladas por ano até o ano que vem.
Aí eu me pergunto: como é que fica a cara de uns parnaibanos que há mais de trinta anos estão com lotes deste projeto e nunca mandaram nem capinar pra não terem de gastar a enxada e pagar trabalhador. Se sabe que tem gente na Parnaíba que foi contemplado com lotes e mais lotes na área industrial e até hoje não deu uma passada por lá. Eu acredito que esses elementos, esses maus parnaibanos estão deixando alguém ter iniciativas e sucesso com alguma cultura pra depois tentarem a mesma coisa.
Porque aqui nesta Parnaíba é assim. Chega alguém com um investimento e logo depois todo mundo se dana a fazer a mesma coisa. Aí a concorrência fica sem controle e todo mundo fecha o negócio porque o mercado satura. Todo mundo acaba perdendo. Foi preciso vir um sujeito lá de Petrolina e com muita disposição pra meter a mão na massa, pra finalmente os encantados Tabuleiros Litorâneos finalmente começassem a dar resultado. Outro que tem trabalhado e trabalhado muito e já apresenta excelentes resultados em seu negócio, é meu amigo Josenilton Lacerda, paraibano e engenheiro agrônomo. Bem diferente de muito engenheiro agrônomo na Parnaíba que nunca plantou um pé de mamão.
A outra notícia é mais cultural. O grupo Raízes do Nordeste, criado na Unidade Escolar Cândido Oliveira, é mais uma vez distinguido fora dos muros do Piauí. O Ministério da Educação acaba de distinguir, entre outras 178 instituições educacionais brasileiras, como exemplo de inovação e criatividade na educação básica. Quem conhece a história de lutas deste grupo pra sobreviver e mostrar seu trabalho tem de reconhecer que mais uma vez essas meninas se superam.
E eu como profissional de comunicação ainda me lembro de quantas e quantas vezes elas estiveram de pires na mão pedindo aqui e ali apoio e recursos para viajar e bem representar a Parnaíba. E todas as vezes que saíram pra representar a Parnaíba elas voltaram com um troféu na mão. E passaram na cara de muita gente que só o trabalho sério pode mostrar resultados. Eu nem vou me alongar neste assunto pra não aumentar a raiva e a inveja de muita gente. Gente que não fez e não faz nada aqui na Parnaíba, mas que adora competir de forma desleal com quem está fazendo alguma coisa.
(*)Pádua Marques é jornalista e escritor 

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