W. Dias: Liso e manso
Por: Arimatéia Azevedo
A união de vários partidos que se juntaram no entorno do governo Wellington Dias parece que procurou utilizar a sombra do poder para apenas sustentar (ou aumentar) os próprios espaços, passando a desconfiança de que nesta reta final, quando se avizinha a eleição, cada um pode procurar seguir o seu rumo. Pior, alguns desses pretensos aliados encontram-se ainda abrigados no governo, mas sem qualquer voz de comando que possa uni-los na mesma causa.
Wellington Dias, no seu jeito macio, manhoso, liso, tem tentado. Mas o que se tem, de fato, é uma colcha de retalhos, absolutamente esfacelada, a partir da própria decisão da montagem da chapa majoritária. O PT assiste de camarote a guerra quase aberta entre Marcelo Castro e Ciro Nogueira. Aliás, segmentos ainda rançosos com o ‘golpe’ de que acusam Ciro, contra Dilma, não só deixarão de votar, como incentivam o voto a outros candidatos ao Senado. Todos fingem não saber, mas o velho MDB cansado de guerra, dividiu-se em três partes: a que vai seguir com Wellington Dias e Marcelo Castro (a menor delas); outra que vai acompanhar Luciano Nunes, e uma terceira parcela que seguirá Dr. Pessoa, unindo-se a outros partidos, e indicando o vice e os senadores. João Henrique e Themistocles Filho podem não dizer publicamente, mas não estarão na campanha de Wellington/Marcelo. Daí o risco, porque esses dois são raposas espertas e têm cacife.
Diz-se que Themistocles tem atrás de si um batalhão capaz de provocar uma reviravolta no pleito, porque sabe movimentar a campanha, redirecionar aliados, e fazer aparecer os votos nas urnas. Nesse jogo de interesses e vaidades, não se sabe se Wellington continua enganando os aliados, ou se vai ser enganado por eles. Isto é, o período de tempestades no seio do governo parece que começa neste mês de agosto.