AMAR É VERBO, PAIXÃO É TEORIA

Por: Benedito Gomes(*)
Você lembra
alguma história de amor que tenha deixado marcas nos seus protagonistas? Com
certeza você vai lembrar, são milhares. Quem sabe pode ter acontecido com você
mesmo.
E paixão, sabe
alguma coisa a respeito? A paixão está no dia a dia de muita gente, às vezes
imperceptível, notada somente por pessoas estranhas. Outras vezes sentida
somente por alguém que está vivendo aquele suave momento.
Entretanto há
casos que a paixão te alucina, te leva à loucura, chega ao desespero, tortura a
alma e destrói as emoções.
Um ser humano
apaixonado só vê o que lhe convém. Se esta paixão vier acompanhado com um forte
desejo, a consciência humana perde a razão e somente a tristeza e o silêncio
fazem sua companhia.
E o amor o que
faz então? O amor é a própria existência, sem amor não há vida, o amor traz
alegria e vontade de viver. Conhecemos muito bem aquela frase: “matou por amor”.
Isso não existe, pois quem ama não mata.
Quem ama
conserva, preserva, admira. O amor te envolve em perfume, sentido somente por
quem ama. O amor existe desde a criação do universo. Está presente na beleza
das florestas, na grandeza dos mares, na imensidão do espaço. O amor também é
encontrado nas pequenas coisas na beleza do sorriso, na simplicidade de um
vestido de chita, no olhar de quem ama, na beleza das flores e em tudo o que
pode ser amado.
Na história da
humanidade o amor esteve sempre presente, às vezes em palácio suntuoso, como no
vivido pelo Rei Henrique VIII e Ana Bolena, ele Rei da Inglaterra e ela Rainha
Consorte. No Rio Grande do Norte há mais de cento e cinquenta anos, um grande
amor aconteceu. Chegou, emocionou e uniu Armando e Rosa, que usavam o cognome
de “coco verde e melancia”. Foi um amor às escondidas, foram felizes para
sempre e depois de descoberto a história virou Literatura de Cordel.
O Nordeste
também nos revela uma grande história de amor, passada entre florestas, entre
flores e espinhos silvestres, léguas e léguas por veredas e pequenas estradas,
dias de sol ardente e noites mal dormidas. Este grande amor foi vivido por
Virgulino Ferreira da Silva e Maria Gomes de Oliveira, conhecidos como “Lampião
e Maria Bonita”. Para este famoso casal, aquela velha frase “até que a morte os
separe” não fez sentido: foram assassinados no mesmo dia e na mesma hora, então,
a morte os uniu para sempre.
Se os relatos
aqui citados fossem somente paixão não teriam existência duradoura, pois apenas
seriam envolvidos em fantasias e afastados da realidade.
O amor pode ser
conjugado em todos os tempos- do passado nos traz recordações, no presente nos
permite realizações e para o futuro nos dá a oportunidade de planejar.
Se alguém diz
que o amor é cego ledo engano. “O amor tem visão de lince, vê além dos olhos”.
Então podemos dizer com segurança: amar é verbo, paixão é teoria.
(*)Benedito Gomes
Contador UFPI

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