Apartheid” na educação é o risco que Washington Bandeira pode causar

O secretário de Educação do Estado demonstra grande entusiasmo com os programas de intercâmbio internacional oferecidos a alunos da rede pública. Natural que seja motivo de orgulho, mas o perigo é outro: criar uma “elite da educação” dentro da própria escola pública. A coluna tem recebido diversas mensagens de profissionais da educação preocupados com o efeito colateral desse projeto. Se menos de 1% dos 300 mil estudantes da rede alcançam o intercâmbio, o resultado pode ser desmotivador para a imensa maioria que fica de fora.

Na prática, corremos o risco de ver nascer os “Rafaboys” da educação — jovens que brilham nas vitrines midiáticas, enquanto os demais se sentem diminuídos por não conseguirem o mesmo espaço. Outro ponto de atenção é o déficit que atinge milhares de alunos, ignorado em meio à pressa de mostrar resultados de sucesso. A ordem de “aprovar a todos” pode mascarar fragilidades que, em silêncio, comprometem o futuro de quem mais precisa. Que o secretário Washington Bandeira comemore a visibilidade que o programa traz, mas que também volte seus olhos para a maioria ,  jovens que não pedem vitrine, apenas que não sejam tratados como menores.(Silas Freire)

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