Em 2005, o Piauí comemorava com festa a inauguração de uma usina de biodiesel em Floriano. O então governador Wellington Dias prometia que ela transformaria o estado em referência nacional em energia limpa, com milhares de empregos e desenvolvimento econômico.
O combustível era produzido a partir da mamona, planta que se tornou símbolo da promessa de prosperidade. O discurso era grandioso: diziam que o biodiesel substituiria o diesel tradicional e traria independência energética para o Brasil.
A realidade foi bem diferente.
• O biodiesel não pode ser usado sozinho, apenas misturado em pequenas quantidades ao diesel comum.
• Isso limitou sua aplicação, tornando impossível substituir de fato os combustíveis fósseis.
• O resultado? Uma usina que ficou mais de uma década fechada, sem entregar os empregos e o impacto econômico prometidos.

Agora, em 2025, a história se repete. O governo estadual, comandado por Rafael Fonteles, apresenta o hidrogênio verde como a nova salvação. Manchetes falam em bilhões de investimentos e em transformar o Piauí em protagonista mundial da energia limpa.
Mas o problema é que nem os países mais ricos do mundo conseguiram tornar o hidrogênio verde viável.
• Nações como Alemanha, Reino Unido, Austrália e os países nórdicos já cancelaram ou suspenderam projetos porque os custos são altíssimos e a tecnologia ainda é limitada.
• A produção exige enormes quantidades de energia elétrica e água purificada, tornando-se cara e pouco competitiva.
Se países com infraestrutura de ponta e bilhões em investimentos desistiram, imagine o Piauí, que ainda luta para oferecer serviços básicos, não tem portos modernos nem indústria avançada.
A verdade é dura:
O “combustível do futuro” pode estar sendo vendido hoje exatamente como o da mamona foi vendido em 2003.
Promessas grandiosas, discursos empolgados, mas, no final, o risco é termos outra usina fantasma como a de Floriano. (Fonte: O Piauiense)