Assustadora a declaração do chefe da Polícia Federal

É constrangedora e institucionalmente preocupante a declaração do chefe da Polícia Federal ao afirmar que foi “infelizmente” necessário investigar Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, filho do presidente da República. Em um Estado Democrático de Direito, investigar indícios de crime não é algo lamentável — é dever legal.

A fala foi feita pelo diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Augusto Passos Rodrigues, e causa espanto justamente por partir de quem comanda uma instituição que não pode escolher alvos nem demonstrar desconforto quando a lei alcança pessoas próximas ao poder. A Polícia Federal é uma instituição de Estado, não de governo. O que a polícia não pode é fojar; investigar, sim, é obrigação funcional. Tratar uma investigação como algo “infeliz” por causa do sobrenome do investigado é inverter valores e fragilizar a confiança pública. Constrangedor não é investigar. Constrangedor e grave seria a Polícia Federal fojar de investigar. Em uma democracia, polícia que funciona é polícia que cumpre a lei, doa a quem doer. (Silas Freire)

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