Para se ter uma grande noção da total falta de respeito dos gestores públicos, dos políticos de uma maneira em geral, para com o povo, basta ler a notícia de que estão comprando água nos municípios do semiárido, onde a seca inclemente mata animais de sede e fome e maltrata a população. Apesar de o Exército ter assumido a distribuição de água nas cidades em estado de emergência, o mercado da água tem até tabela.
O valor do galão de 18 litros é R$ 5,00. O carro pipa com 8 mil litros custa R$ 350,00. Quando se houve dizer que foram construídos milhares de quilômetros de adutoras, como propalou recentemente o secretário de Defesa Civil, Ubiraci Carvalho, o mínimo que se pode imaginar é que existem pontos de distribuição proporcionais à população de cada uma das micro regiões do semiárido.
A partir do momento em que se constata que a iniciativa privada está complementando o trabalho que seria da responsabilidade do Estado, o planejamento não foi bem feito. Com um histórico quase secular de seca, vê-se que até hoje os gestores não conhecem o problema. Logo, quando não se conhece o problema fica impossível apresentar solução. E quem termina pagando com isso é a parte mais fraca da corrente. Um fato é certo: a luta contra a seca deveria ser permanente e não cíclica, pois lembrada apenas quando a situação se torna calamitosa.Por:Arimatéia Azevedo