A bancada piauiense na Câmara dos Deputados gastou R$ 57 mil, em apenas 30 dias de trabalho. O valor corresponde ao que os deputados piauienses utilizaram da cota mensal para o exercício da atividade parlamentar (antiga verba indenizatória) em fevereiro, primeiro mês da nova legislatura e período em que o novo salário mínimo foi definido, discutido e aprovado. O montante desembolsado, pelos parlamentares, é o equivalente a 104 salários mínimos.
Porém, essa cifra de R$ 57 mil pode ser muito maior, já que os congressistas têm 90 dias para apresentar a nota fiscal. Todos os meses, cada parlamentar tem R$ 15 mil de cota para gastar na manutenção de seu mandato. Dividindo esse valor entre os deputados que compõem a bancada do Piauí, dá uma média de quase R$ 5,2 mil. Entretanto, a disparidade entre os gastos parlamentar por parlamentar é enorme.
De acordo com o site da Câmara dos Deputados na internet, no link transparência, os gastos entre os deputados piauienses variam de apenas R$ 55,27 a R$ 16.364,15. Esses são os valores do parlamentar que gastou menos e o que utilizou todo o recurso daquele mês e mais um extra do mês seguinte, já que também existe esta possibilidade. Os deputados que fizeram esses gastos, respectivamente, foram Assis Carvalho (PT) e Osmar Júnior (PCdoB).
O detalhe é que o parlamentar petista, de primeiro mandato, utilizou apenas R$ 55,27 para pagar serviços postais. O restante do recurso disponibilizado para Assis Carvalho em fevereiro poderá ser utilizado em março. Já o comunista Osmar Júnior, que está no 2º mandato, desembolsou pouco mais de R$ 16,3 mil em combustíveis (R$ 550), divulgação da atividade parlamentar (R$ 10 mil), Locação de veículos (R$ 5 mil), serviço postal (R$ 569) e telefonia (R$ 244).
Entretanto, tiveram ainda algumas especificações nos gastos que chamam atenção. Uma delas é que todos os meses, cada deputado tem direito a R$ 4.500 (mais de oito salários mínimos) para consumir em gasolina. O valor é acumulativo. Enquanto alguns parlamentares do Piauí limitam-se a gastar R$ 500 ou R$ 1,5 mil por mês, outros fazem questão de não deixar poupar um só centavo. É o caso de Júlio César (DEM).