Dificuldades para honrar as contas mensais, reformas estruturais que foram adiadas, viagens suspensas por falta de diárias e atraso no pagamento dos bolsistas. Essa é a situação atual do Instituto Federal do Piauí (IFPI), que ainda encara uma greve dos seus docentes que completa hoje 49 dias. A categoria reivindica rejuste de 27,5% calculado com base nas perdas salariais dos docentes e da inflação.
Segundo Patrícia Andrade, coordenadora-geral da Secção Sindical dos Docentes do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí (SINDIFPI), as bolsas da Política de Assistência Estudantil- POLAE, o maior programa de auxílio da instituição, estão em atraso há três meses. Patrícia conta ainda que os atrasos são generalizados.
“Como o ingresso de novos alunos no programa é constante, não sei precisar o número exato de prejudicados, mas garanto que centenas de jovens que estão tendo as condições de estudos pioradas em todo o estado, principalmente na capital. Essas bolsas em atraso são necessárias para garantir a permanência do estudante na escola”, disse a professora, acrescentando que só no início do mês de abril foram pagas as parcelas de janeiro, fevereiro e março e que em julho foi paga a parcela do mês de abril.
Cícero Norberto, estudante do curso de Edificações integrado ao ensino médio no campus da zona Sul, recebe bolsa de monitoria e afirma que os atrasos também são constantes neste programa.
“Sempre recebemos o pagamento com um mês de atraso. O mês de julho só será pago no começo de agosto e assim sucessivamente. É um ano trabalhando para o IFPI nessas condições. Só no meu campus, cerca de 100 monitores estão recebendo atrasado”, comentou.
Em maio deste ano, o governo federal autorizou um corte de R$ 69,9 bilhões nas despesas do Orçamento de 2015. O Ministério da Educação teve o terceiro maior corte, R$ 9,42 bilhões. Só para o campus de Teresina seriam R$ 5 milhões a menos para o funcionamento da instituição.