Bolsonaristas articularam para derrubar Wellington Dias do Ministério

Fufuca e Ciro: bolsonarista assumido no governo Lula

Nos corredores do Congresso, no cafezinho do shopping,  nas rodas de cerveja na praia neste feriadão da independência,  o assunto é o mesmo: o Centrão, o mesmo que derrubou a Dilma, chegando na moral e indicando ministério no governo Lula.

Fontes do governo revelam que a tropa de Bolsonaro, comandada pelo ex-chefe da Casa Civil, senador piauiense Ciro Nogueira, queria mais.  E tentou – tramou nas “encolhas”, articulou até dizer chega nos bastidores de Brasília – para tirar o senador petista Wellington Dias do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome. Ciro deu com os burros [e os éguas] n’água.

A direita bolsonarista não conseguiu derrubar Wellington por uma razão: Lula veio a Teresina, antes de embarcar para a Índia. E ouviu em alto e bom tom que o Piauí não toleraria a troca do ministro para acomodar quem, até ontem, era “inimigo de morte” do presidente Lula e do PT.

Lula deve ao Piauí. O petista conseguiu, nas eleições passadas, a maior votação proporcional para Presidente da República em 2022 justamente aqui. Lula obteve quase 80% dos votos válidos no segundo turno – 76,86% para ser exato.

Ana Moser e Lula: substituição no começo do jogo

Sobrou para agora ex-ministra dos Esportes, Ana Moser, substituida “no começo no jogo”, sem nenhum respeito, sem nota de agradecimento, sem nada…  por um tal de Fufuca, deputado federal bolsonarista assumido do PP do Maranhão. “Foi uma decisão política, pena para o esporte. É um abandono do esporte, mas faz parte da política”, lamentou a ex-atleta.

A Comissão de Atletas do Comitê Olímpico do Brasil (COB) também reagiu: “O esporte não é moeda de troca. Nos sentimos envergonhados e desprestigiados, vendo que o esporte no Brasil continua sendo encarado como algo menor. A ministra Ana Moser tem nosso apoio e o da comunidade esportiva para continuar avançando rumo às mudanças necessárias na estrutura da política pública de esporte do país”, diz o manifesto do COB.

Fufuca e Bolsonaro: amigos de Arthur Lira

Até o ex-secretário de Comunicação de Bolsonaro, hoje advogado do ex-presidente, condenou a troca: “É o Brasil retrocedendo. Vergonhoso. Voltaremos”, postou nas redes sociais. 

A deputada federal e bolsonarista Júlia Zanatta (PL-SC) também criticou Lula, mas por diminuir o número de mulheres na Esplanada dos Ministérios. “O governo que diz defender as mulheres, mas deixa ministros tratorarem e escantearem ministras mulheres”.
 
Com Lula evitando os jornalistas, como o capeta foge da cruz, coube ao ministro das Relações Institucionais da Presidência da República, Alexandre Padilha, comentar a troca de ministros pelo presidente Lula, na quarta-feira (6),  para acomodar o “Centrão”, liderado pelo PL e PP. Falou, falou… e não convenceu uma alma. Nem a dele.

 André Fufuca (PP-MA) é ministro por articulação de Arthur Lira
Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

Fonte: Paulo Pincel

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