Tudo bem, que o governador do Piauí, Wellington Dias, declare em alto e bom tom sua intenção de realocar verbas de investimento em infraestrutura para evitar a greve dos professores. O dinheiro servirá para garantir o reajuste do piso nacional dos docentes. Sendo, afinal de contas, a educação também um investimento, tudo estaria na mais correta ordem. Ocorre, no entanto, que do ponto de vista contábil, a decisão do governador representa sacrificar no altar dos gastos um dinheiro que deveria ir para investimento e que isso possa até ser percebido como desvio de função. Ora, então se o governador do Estado tira dinheiro que iria para obras que favorecem a todos os piauienses e ainda coloca sob risco sua gestão pelo cometimento de uma irregularidade fiscal e orçamentária, convém lembrar aos beneficiários desta ação, os professores, que devem eles também ceder, deixando a ampla zona de conforto de quem reivindica sem saber de onde vem o dinheiro para custear seus pedidos. Há um momento de gravidade nas finanças estaduais e um pouco de bom senso faria uma enorme diferença para a parte que mais perde na queda de braço entre governo e professores: os estudantes pobres das escolas públicas estaduais.
Bom senso já
Por:Arimatéia Azevedo