Brasil está do jeito que o diabo gosta!

O Brasil está do jeito que o diabo gosta. Ou como o caos deseja. No exato momento em que o país coloca um pé na porta da saída da maior recessão econômica de sua história, que em dois anos despejou no olho da rua 14 milhões de trabalhadores, uma nova e grave crise política é detonada.
A bomba foi lançada em Brasília pelos donos da JBS, proprietária da Friboi. Em delação premiada, eles viraram o país de ponta a cabeça e se mandaram do Brasil, com as contas cheias de dólares que lucraram justamente em cima da crise que fabricaram.
Na apressada saída, ofereceram ao caos um churrasco de presidente da República. E este, já todo sapecado, continua assando em fogo alto.
Notícias da crise
O noticiário que retrata ou alimenta a crise tem informação para todo gosto, sendo muito apropriado ao momento vivido pela maioria dos brasileiros – uns verdadeiramente indignados com a situação vergonhosa do país; outros cegamente revoltados com a posição dos adversários e ávidos para que se ferrem a qualquer custo.
Muitas informações são, porém, relevantes para se entender minimamente o cenário brasileiro de agora. Uma delas: no que menos os delatores pensaram foi no Brasil. Eles se meteram na aventura da delação apenas para salvar o pescoço e, de quebra, ganhar mais dinheiro.
No plano do escândalo, primeiro eles transferiram a base de seus negócios bilionários para os Estados Unidos, pois eram investigados pela Lava-Jato, que já pôs na cadeia os maiores empresários do país, como Marcelo Odebrecht e Eike Batista.
A seguir, grampearam o presidente da República e negociaram a delação em condições supervantajosas.
Castelo de mentiras
O que revelaram na delação premiada está ainda em investigação. Mas muita coisa já caiu por terra. Por exemplo: as contas que o delator Joesley Batista disse ter aberto no exterior para Lula e Dilma não estavam nos nomes dos presidentes, mas no dele mesmo. E curiosamente essas contas, que teriam movimentado 150 milhões de dólares, estão zeradas!
O episódio mostra ainda o dono da Friboi como um trambiqueiro e loroteiro contumaz. A senadora Kátia Abreu (PMDB), ex-ministra da Agricultura, vem revelando pelas redes sociais que o grupo JBS vetou a sua nomeação para a pasta, mas a presidente Dilma bancou a escolha. Como não derrubaram a ministra, passaram a infernizá-la.
Também ficou claro que o empresário delator não tinha no governo Temer o prestígio que arrotava, pois foi se queixar diretamente ao presidente da posição do ministro da Fazenda, Henrique Meireles, e de vários órgãos do governo que não atendiam aos seus pleitos.
Ora, se não tinha prestígio nem força para influenciar as decisões dos ministros da Agricultura e da Fazenda, em dois governos distintos, como ele seria capaz de dobrar presidentes para atender seus interesses?
O castelo de mentiras dos delatores começa a cair.(Por:Zózimo Tavares)

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