Cadê o dinheiro?

Por:Arimatéia Azevedo

É certo que com a queda nas receitas correntes oriundas de tributos estaduais e das transferências da União, sobra pouco ou quase nada para que o Estado do Piauí faça investimentos. Mas é também certo que desde 2012 estão autorizados financiamentos para o Estado do Piauí para investimentos que incluíam obras como a duplicação das BR-343 e 316 em seus trechos urbanos em Teresina. Ainda assim, o governo do Piauí abriu outras linhas de financiamento com o Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e agentes financeiros externos – Banco Mundial, Banco Interamericano de Desenvolvimento e o alemão KFW – para ampliar os investimentos estaduais, dada a impossibilidade de fazer obras com o excedente de receitas correntes não aplicadas nas despesas correntes de custeio. 
Ocorre é que o governo agora vai pedir mais um empréstimo, desta vez com um banco privado, possivelmente o Bradesco, alegando exatamente a falta de condições para investir. Ora, existe no orçamento deste ano previsão superior a R$ 1 bilhão resultante de empréstimos. Então, cabe perguntar: onde está este dinheiro? É improvável que seu destino tenha sido um impensável desvio de finalidade, como uso para cobrir despesas correntes. Mas admita-se que sim, que esse recurso terminou pulverizado nos gastos correntes. Então, estamos no pior dos mundos. Corremos o risco de voltar aos anos 80/90 do século passado, mais precisamente à quadra entre 1987 e 1991 (o segundo governo de Alberto Silva), quando o Estado se obrigava a ir a bancos privados pagando juros escorchantes para fazer frente à folha salarial. Espera-se que essa “albertização” da gestão Wellington Dias seja somente um vaticínio equivocado de quem fica bisbilhotando os números.

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