Cadê os Barões da Parnaíba que pensavam tudo poder?

Neste momento de introspecção, pensamentos voltados para os mortos, irmãos nossos que estiveram aqui conosco neste orbe terrestre mas que já se foram, como nós iremos um dia…martela-me à mente a pergunta: cadê aquela gente que viveu em Parnaíba, achando-se de sangue nobre, que não se misturava com a “ralé”. Por onde andarão aqueles que olhavam a gente do povo, como nós, de cima pra baixo?!Não se dirigiam a qualquer um, achando-se de “raça” privilegiada, por haver nascido em “berço de ouro”…Sim, eles vivem, numa outra dimensão, porque a vida não acaba, com a morte do corpo.
Quem não conhece a história da Parnaíba por certo desconhece quão era ela preconceituosa. E ainda guarda alguns resquícios desta época. Os ricaços “só queriam ser“, sempre dispostos a pisotearem os subalternos. Que o digam quem trabalhou em grandes lojas, que viriam a falir depois, tão logo os patriarcas dessas tradicionais famílias se foram, a chamado do Pai Supremo.
Os amigos jornalistas Rubem Freitas, Mário Campos e outros da época, falam do “Cassino 24 de Janeiro”, clube social ali da Praça da Graça, onde não entrava pobe e nem gente de cor. Para ser sócio tinha que passar por um rigoroso crivo, a fim de que se soubesse toda a descendência do pretendente…  Frescura sem igual
Quase todos já morreram.Como nós morreremos um dia. E foram para debaixo da terra, como qualquer um. Do Simplício Dias aos atuais que ainda “se acham”, mas que não são melhores do que ninguém.
O que não se sabe é como estarão do outro lado? Que riquezas espirituais amealharam enquanto estiveram aqui, convivendo com pessoas, como elas. De que valeram as humilhações feitas aos “menores”.Vaidade, orgulho, sede de riqueza material, são créditos para quem se transporta para o outro lado?

Quando é que vamos acreditar que isto aqui é só uma passagem e que a fraternidade entre os homens é a Lei Maior?
Quantos já morreram, de repente, e qual não terá sido a surpresa ao perceberem que o corpo fica mas o espírito permanece? Que céu, inferno e purgatório, ficaram nas nossas aulas de catecismo? E que pensam os suicidas, depois da barbaridade praticada. Os seus problema acabaram?
Reflitamos sobre isso, enquanto é tempo. E, aos mortos, nossas orações.

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