Diante da progressiva queda no volume armazenado de água, pela escassez de chuvas dos últimos anos, foram registradas sucessivas mortes em massa de tilápias, como a ocorrida em 2014, no Açude Orós. O Ceará passou de segundo maior produtor de tilápia do Brasil para a 20ª colocação, entre 2013 e 2017.
O setor já movimentou a economia regional, gerando milhares de empregos, em particular nos dois maiores polos, os açudes Castanhão e Orós. Hoje, o desafio é retomar a atividade a partir da utilização de novas tecnologias de reuso de água e de produção em tanques bioflocos, os BFT.
Os dois maiores açudes do Estado do Ceará e principais polos de produção de tilápia, Castanhão e Orós, acumulam menos de 10% do volume máximo. A produção de tilápia estimada em 2013 foi de 30 toneladas/ano no Ceará. Em 2015, caiu para 19 mil t/ano. Em 2017, segundo dados da Associação dos Piscicultores do Ceará chegou a 7 mil t/ano. Nos dois reservatórios, mais de 700 famílias foram afetadas.
A estiagem verificada a partir do ano de 2012 e a permanente perda de reserva hídrica nos grandes açudes provocaram uma queda assustadora da produção regional. Os cultivadores de base familiar foram os mais afetados e o desafio é encontrar alternativas para a retomada dos criatórios.
O panorama da atividade econômica, os desafios, o quadro atual dos pequenos produtores, a falta de organização da cadeia produtiva no Estado foram abordados em uma pesquisa que começou a ser feita em 2015, pela Embrapa Pesca e Aquicultura, com sede em Palmas, Tocantins, e que resultou em quatro publicações que traçam um diagnóstico sobre a cultura da tilápia no Brasil.
O Instituto Centro de Ensino Tecnológico, Centec, por meio de cooperação técnica, participou da pesquisa com outras instituições. No Ceará, os levantamentos foram realizados em dois polos, Castanhão e Orós, os maiores produtores do Estado. Fonte: Honório Barbosa/DN. Fotos: docplayer.com/monolitospot.com. Edição: APM Notícias.