Chega, Petrobras: até deputados governistas pedem mudança na política de preços

Deputado Danilo Forte (PSDB-CE) – Foto: Cleia Viana/Câmara.

Deputados de diversos partidos, inclusive governistas, cobraram nesta terça-feira (14) mudança na política de preços de combustíveis da Petrobras, que desde 2016 supostamente acompanha a variação do valor do barril de petróleo no mercado internacional e do dólar.

A Petrobras adotou a chamada “política de paridade internacional” como forma de produzir lucros, implantada desde o governo Michel Temer, que proporcionou à estatal o lucro recorde de R$42,8 bilhões apenas nos 90 dias do segundo trimestre deste ano, numa demonstração de que foram excessivos os aumentos determinados pela estatal.

O assunto foi discutido com o presidente da empresa, Joaquim Silva e Luna, em comissão geral no plenário da Câmara dos Deputados.

De acordo com o IBGE, a gasolina acumula alta de preço de 31,1% entre janeiro e agosto, contra uma inflação geral de 5,7% (IPCA). O diesel e gás de cozinha (GLP) também concentram altas (28% e 23,8%, respectivamente). O valor dos combustíveis impacta a geração das usinas termelétricas movidas a gás natural e óleo diesel.

“Temos de ter uma política de preço capaz de não aviltar a situação das famílias do País”, disse o deputado Danilo Forte (PSDB-CE), autor do requerimento para a realização do debate. Para ele, a regra atual prejudica o País, que vive uma tripla crise (energética, econômica e sanitária). “A lógica do preço internacional é um fracasso para o Brasil”, reforçou o deputado Bohn Gass (PT-RS).

Mesmo entre governistas, houve questionamentos. O deputado Cacá Leão (PP-BA) defendeu que a companhia reveja sua posição. “Pergunto se não chegou a hora da Petrobras, uma empresa que lucrou cerca de R$ 43 bilhões [2° trimestre de 2021], fazer um encontro de contas com o povo brasileiro”, afirmou Leão.

O deputado Igor Timo (Pode-MG) propôs que a companhia divulgue a fórmula que usa para reajustar o preço dos combustíveis. “Ela não deveria ser pública?”, perguntou.

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