Por: Silas Freire
Termina no dia 31 a catastrófica gestão da era Abreu na Segurança Pública do Piauí. Desde 2015, quando o capitão Fábio Abreu tomou posse como deputado federal e licenciou-se para dirigir a Segurança do Estado, foi instalada uma gestão politiqueira. De lá para cá, o que vimos foi uma invasão de facções criminosas no Piauí. Até então vista apenas nos estados vizinhos, Ceará e Maranhão. Com a fragilidade do aparelho investigativo, que passou a ter amigos e inimigos, levou o sistema ao caos. Jovens das principais cidades foram cooptados para o crime criando uma verdadeira guerra na periferia, levando nossa juventude pobre à condição de assassino ou assassinado. Passamos a ocupar as primeiras colocações em crimes violentos, enquanto isso Abreu patrocinava parte da mídia convencional, a de aplicativos e redes sociais para torná-lo o herói e intocável.
Nos grupos de whatsapp foi criado um exército de pistoleiros de reputação para atacar quem combatesse seu nome como um dos responsáveis pelo crescimento da violência. Chegou ao ponto de elementos tornarem-se profissionais da chantagem, nesse tipo de comunicação, com as bençãos de Abreu, que lhes protegiam nas paredes policiais do Estado. Toda essa cortina de fumaça atrapalhou o verdadeiro RaioX da segurança. Enquanto isso, Teresina e Parnaíba vem se transformando em uma “Medelín” dos anos 90. Em janeiro, começa um novo governo, e com ele a esperança da despolitização da Segurança. O nome indicado para pasta é do jovem ex-PRF, ex-presidente da OAB, e procurador do Estado, Chico Lucas.
Diferenciado pela ligação com o governador eleito, Rafael Fonteles, e por ter pregado em suas falas pós indicação, que não será candidato a nada, e que comandará a segurança com rigor de um técnico, capaz de dar um choque de gestão no setor. Mas, Lucas começa a pecar com algumas recém escolhas, como a da permanência do Delegado Geral, Lucy Keiko, que é a cara da política fracassada da gestão Fábio Abreu, e apontado como operador da política errônea de amigos e inimigos da segurança. Chico Lucas, pelo o que tem se visto, tem mantido também ligações amistosas, com a conhecida milícia do “Zap”, responsável pela blindagem de Fábio Abreu durante muito tempo.
Para os analistas, o futuro gestor já inicia a próxima gestão com imperfeições e possíveis ligações perigosas. O caminho correto seria Lucas ser gentil com esses grupos , mas manter uma certa distância para enxergar melhor a vida da segurança do Estado, sem ilusões, e andar mais próximo da impossível perfeição no setor. O Piauiense deposita nesse instante , toda a sua expectativa em um novo modelo que lhe proporcione uma sensação de segurança. Agora a bola é sua , Chico Lucas!