Por:Zózimo Tavares
o deputado Heráclito Fortes, que se destaca como falador, assumirá a Ouvidoria da Câmara Federal
A delegação de empresários piauienses que foi esta semana ao Palácio do Planalto para discutir as demandas da indústria nordestina reivindicou ao presidente interino Michel Temer justamente o que já está nos planos do governo federal: a privatização da Cepisa e a retomada das obras da ferrovia Transnordestina.
Como se sabe, a venda da distribuidora de energia do Piauí e de mais outras cinco que ainda são controladas pela Eletrobras é de interesse do governo em razão da falta de recursos para recuperação dessas companhias. Diante do avançado estágio de sucateamento delas, a dificuldade vai ser o governo encontrar comprador.
Os empresários piauienses que foram ao Planalto capitaneados pela Federação das Indústrias do Piauí (Fiepi) pediram também a reforma do aeroporto de Teresina. A observar-se que tanto a privatização da Cepisa quanto a ampliação do aeroporto não têm afinidade com as solicitações do governo estadual. Ou seja, os líderes empresariais vão em uma direção e o Governo do Piauí, em outra.
Se a soma de esforços do empresariado, da sociedade civil e do governo estadual ainda tem resultado frágil, essas metas ficam cada vez mais distantes de serem alcançadas quando cada um segue o seu caminho e levanta as suas bandeiras. Sem falar da desarticulação com a bancada federal, que, no atual quadro, é o que importa efetivamente.
O Piauí continua, pois, como cego em tiroteio, sem saber para onde ir. Enquanto o tal “projeto de desenvolvimento” não passa de uma peça para inglês ver, as lideranças do Estado fazem todo tipo de esforço para fragilizar ainda mais os pleitos do Estado, que tem praticamente peso morto no cenário político e econômico nacional.
Se bem que essa falta de consenso não deve ser causa de estranhamento, pois durante muito tempo os líderes políticos e empresariais piauienses estiveram do mesmo lado, comungando das mesmas ideias, beijando a mão do mesmo governo e isso não resultou em alteração significativa do quadro que mostra o atraso crônico do Estado.