Ciro põe a sua sorte nas mãos do PT

O senador Ciro Nogueira, presidente nacional do Progressistas, fez jogadas ousadas e decisivas para a definição das últimas eleições no Piauí, depois que entrou, como uma espécie de capitão, no time principal da política estadual.

Em 2010, quando ele saltou da Câmara Federal para o Senado, fez uma implacável dobradinha com o petista Wellington Dias para derrotar os dois principais adversários do PT no Piauí, os senadores Heráclito Fortes (PFL) e Mão Santa (PMDB).

No mesmo pleito, no segundo turno, ele arrastou o PTB do senador João Vicente Claudino para o palanque do governador Wilson Martins (PSB), assegurando-lhe a vitória contra o tucano Sílvio Mendes.

Dois anos depois, Ciro Nogueira coordenou a campanha do prefeito Elmano Férrer (PTB) à reeleição. Por pouco o prefeito não venceu o então deputado Firmino Filho (PSDB).

Rompimento

Na metade do mandato do governador Wilson Martins, Ciro rompeu com o Karnak, entregou os cargos no governo e passou a conspirar contra ele. Assim, nas eleições de 2014, tirou o senador Wellington Dias do isolamento e o apresentou como candidato a governador pela oposição.

Além de viabilizar a vitória do candidato do PT ao governo, o senador do PP foi peça fundamental na derrota do ex-governador Wilson Martins na eleição para o Senado. E também na consequente eleição do ex-prefeito Elmano Férrer para senador.

Agora, em 2018, Ciro Nogueira busca a reeleição no palanque do PT, que, em grande parte, no entanto, prefere vê-lo pelas costas. Muitos petistas não lembram que o senador foi quem mais abriu portas para o governador Wellington Dias em Brasília, nos últimos dois anos, mas não esquecem a atuação dele no episódio do impeachment da presidente Dilma Rousseff.

O senador já passou por diversos vexames para confirmar sua presença no palanque do governador. Fez ouvido de mercador para as vaias recebidas de petistas, já perdeu a indicação da vice, teve que engolir uma chapa pura do PT para o governo e não tem, ainda, a garantia de que receberá os votos do partido aliado para se reeleger. (Zózimo Tavares)

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