Cirurgias suspensas e festas liberadas, o paradoxo da pandemia

Lentamente, as medidas restritivas para tentar controlar o avanço acelerado da Covid-19 começam a ser tomadas no Piauí. Primeiro, o Hospital Universitário decidiu suspender as cirurgias eletivas – em que não há necessidade de urgência – por uma semana. A partir de hoje até o dia 11 de fevereiro, os hospitais da rede pública estadual também não irão realizar cirurgias eletivas e procedimentos ambulatoriais.

A medida segue a uma recomendação do COE, levando em conta o aumento no número de casos e o crescimento na taxa de ocupações de leitos que, em alguns lugares, já chega a 100%. Ontem, foram confirmados 359 casos e nove mortes por Covid. O Piauí já registra 7.377 mortes desde o início da pandemia.

No entanto, na contramão dessas medidas que afetam até mesmo o direito à saúde, as festas e bailinhos de carnaval continuam a acontecer livremente em Teresina, como se não houvesse pandemia. No momento em que nos aproximamos do pico da doença, com números superiores ao do pior momento da doença já registrados até agora, os teresinense se reúnem todo final de semana em festas com aglomerações, sem respeito ao distanciamento e sem uso de máscara. A impressão que se tem é que estamos vivendo em dois mundos diferentes.

A população, obviamente, não entende o porquê da suspensão de aulas e cirurgias e a permissão para bailinhos e blocos carnavalescos.(Cláudia Brandão)

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