O Custo da CNH
Ao completar dezoito anos, os jovens sonham com a carteira
de motorista. Alguns por diversão, outros enxergam no documento um passaporte
para o primeiro emprego. Durante anos, o custo da CNH foi compatível com a
renda da maioria dos trabalhadores que podiam, sem comprometer o cotidiano das famílias,
realizar o sonho dos filhos. Já não é assim. Ano após ano, a partir de um
equívoco de políticas públicas, o preço da primeira carteira de motorista
aumentou significativamente, agregando exigências legais. E no ano de 2017, o
que era um sonho se torna um pesadelo. A população amanhece com a notícia de
que o custo para a primeira habilitação passa para R$ 2.600,00, o equivalente a
mais de quatro salários mínimos atuais. Como o filho de um trabalhador de baixa
renda pode sonhar com sua CNH? Não pode. O aumento é reflexo de novas
exigências como aumento de carga horária no simulador, exigência de apenas um
modelo de simulador – o que encarece o custo e evita a concorrência, os carros
terão que ter câmeras internas de segurança, dentre outros penduricalhos que
aparecem sob o manto de que a educação no trânsito melhoraria, diminuindo a
violência e os acidentes. Mas os números provam o inverso. O Brasil continua
sendo um dos países mais violentos, mantendo uma legião de motoristas
mal-educados e sem formação. Mas as notícias que doem no bolso do brasileiro se
resumem a isso. Em plena crise econômica, em média, as taxas sofreram um
aumento de 70%. Justificável no atual cenário brasileiro? De forma alguma.
de motorista. Alguns por diversão, outros enxergam no documento um passaporte
para o primeiro emprego. Durante anos, o custo da CNH foi compatível com a
renda da maioria dos trabalhadores que podiam, sem comprometer o cotidiano das famílias,
realizar o sonho dos filhos. Já não é assim. Ano após ano, a partir de um
equívoco de políticas públicas, o preço da primeira carteira de motorista
aumentou significativamente, agregando exigências legais. E no ano de 2017, o
que era um sonho se torna um pesadelo. A população amanhece com a notícia de
que o custo para a primeira habilitação passa para R$ 2.600,00, o equivalente a
mais de quatro salários mínimos atuais. Como o filho de um trabalhador de baixa
renda pode sonhar com sua CNH? Não pode. O aumento é reflexo de novas
exigências como aumento de carga horária no simulador, exigência de apenas um
modelo de simulador – o que encarece o custo e evita a concorrência, os carros
terão que ter câmeras internas de segurança, dentre outros penduricalhos que
aparecem sob o manto de que a educação no trânsito melhoraria, diminuindo a
violência e os acidentes. Mas os números provam o inverso. O Brasil continua
sendo um dos países mais violentos, mantendo uma legião de motoristas
mal-educados e sem formação. Mas as notícias que doem no bolso do brasileiro se
resumem a isso. Em plena crise econômica, em média, as taxas sofreram um
aumento de 70%. Justificável no atual cenário brasileiro? De forma alguma.
Em anos anteriores, prefeituras municipais e governos
estaduais já ofertavam uma espécie de bolsa primeira habilitação, diante da
impossibilidade de famílias de baixa renda em pagar pelo serviço. E assim, a
regra virou exceção no país. A insensibilidade com a questão é enorme.
estaduais já ofertavam uma espécie de bolsa primeira habilitação, diante da
impossibilidade de famílias de baixa renda em pagar pelo serviço. E assim, a
regra virou exceção no país. A insensibilidade com a questão é enorme.
A sociedade precisa, de forma urgente e enérgica, repensar
os caminhos da formação de condutores, da educação de trânsito. Nada justifica
o repasse de um aumento descomunal como esse. Os gestores públicos parecem
viver em outro Brasil. E na verdade vivem. Como um pai de família que manteve
uma filha estudando numa escola pública por não conseguir pagar por um colégio
particular pode comprometer o seu orçamento desta forma?
os caminhos da formação de condutores, da educação de trânsito. Nada justifica
o repasse de um aumento descomunal como esse. Os gestores públicos parecem
viver em outro Brasil. E na verdade vivem. Como um pai de família que manteve
uma filha estudando numa escola pública por não conseguir pagar por um colégio
particular pode comprometer o seu orçamento desta forma?
O trânsito é uma indústria cruel. Mata mais que a própria
violência urbana. Agora, além de ceifar vidas, ceifa sonhos. Não é por este
caminho que devemos conduzir o Brasil.
violência urbana. Agora, além de ceifar vidas, ceifa sonhos. Não é por este
caminho que devemos conduzir o Brasil.
Fonte: Jornal “Dário do Povo”
(Editorial)