Criou-se no País um sentimento de intranquilidade. Afetando sobremaneira a nossa paz social. Como disse o Papa Francisco, “não há paz social que não seja fruto do desenvolvimento integral de todos”.
Para Dom Odilo Scherer, cardeal, arcebispo e Grão-Chanceler da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, “vivemos dias de apreensão e de humores alterados. O Brasil está novamente com os nervos à flor da pele… O bem comum está sempre relacionado com a pessoa humana e sua dignidade inviolável; nesse sentido, faz parte do bem comum tudo o que é necessário para assegurar a vida digna da pessoa humana: alimento, moradia, trabalho, educação, saúde, segurança, a justa liberdade para fazer escolhas, o direito à boa reputação, a conveniente informação… Para ser integral, o bem comum sempre se refere às necessidades do corpo e do espírito humano”.
Temos, inquestionavelmente, um governo de conflitos. Que, continuamente, semeia o enfrentamento e o choque de classes sociais. Passam-se os dias e nos sentimos cada vez mais desprotegidos e ameaçados dentro de um ambiente sócio-econômico imprevisível, com situações e crises perturbadoras.
Ao comentar sobre a Reforma da Previdência que o Congresso Nacional sinaliza aprovar com modificações substanciais, o presidente do Brasil disse que ela se assemelha ao “pênis do japonês”, por ser uma “miniatura” de reforma. Um deboche sem parâmetro! Para ele, presidente, a proposta para cortar ou diminuir aposentadorias e pensões é que deverá ser aprovada. Mas, não expressa uma palavra de confiança para que todos vivam numa sociedade pacífica. Ao contrário! Estimula o confronto como se fossemos para a guerra do “salvem-se quem puder”.
Ao invés de apaziguar a sociedade, ele atiça as ruas para conflitos reacionários. Desequilibrado, mostra-se um homem de costumes rasteiros, sem berço, com uma postura pública primitiva, sem noção dos princípios elementares, básicos e fundamentais de uma sociedade do bem, ignorando as condições de paz e de justiça social afeitas a mentes equilibradas, intelectualmente formadas. Um estorvo, um causador de aborrecimentos que obstruí, atrapalha e impossibilita realizações no presente, gerando dificuldades para a realização de sonhos futuros.
A Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão, por exemplo, critica o fato de que o decreto para o porte de armas do presidente da República desobriga que as munições adquiridas sejam marcadas com número de série. Segundo o órgão, essa previsão dificulta o controle e a apuração de eventuais crimes cometidos com essas munições. O que certamente facilitará o acesso a elas por organizações criminosas e milícias, com o considerável aumento da violência. Um perigo iminente, uma afronta real.
Sobre a Reforma da Previdência, a “Comissão Justiça e Paz” questiona a proposta do governo: “Em que consiste o chamado déficit da previdência? Quais as suas causas? Há responsáveis por essa situação? Por outro lado, qual a relação entre a previdência e as mudanças do mundo do trabalho? Se é certo que o modelo tradicional de emprego está em declínio, como pensar em uma sociedade de prosperidade e paz social sem garantias de solidariedade e de proteção na velhice ou na doença, para aqueles que produzem a riqueza nacional? Considerando que a motivação principal da Reforma da Previdência é de ordem econômica, quem pagará a conta? Os mais pobres ou mais ricos? Como se dará o financiamento da seguridade social brasileira? Será que esse novo regime terá como alcançar os objetivos que a Constituição atribui, no seu art. 193, à ordem social, quais sejam, o bem-estar e a justiça sociais?”.
Ao que parece, o presidente não se preocupa com nada que é questionado. O objetivo dele é criar conflitos,… Deixando um País desassossegado em relação ao futuro social da velhice e dos seus filhos e filhas. Uma “erupção vulcânica” apavorante, deixando a sociedade brasileira sobressaltada, vivendo, hoje, a mercê da própria sorte, com a estupidez preponderando em todos os quadrantes.
Hoje, somente na mente de alguns brasileiros bem-aventurados é que a paz tem conseguido habitar. Enquanto a sociedade do bem tem obsessão pela harmonia e pela solidariedade, o presidente tem pelas armas de fogo para matar até mesmo em uma simples discussão familiar ou de trânsito.
De repente, uma trupe assaca contra os nossos valores humanos e sociais fundados em princípios expressivos. Apoiando, incentivando e aplaudindo um autoproclamado “ungido por Deus” para nos governar, que desafia valores que afetam a conduta e a esperança das pessoas, sem apreço aos merecimentos que constituem o conjunto de regras estabelecidas para uma convivência saudável na promoção do bem e de um porvir melhor, dilacerando a dignidade de uma sociedade que confia e aguarda um mínimo para sobreviver com respeitabilidade.
Não acredito que intelectuais ou intelectualizados possam apoiar e aceitar emudecidos tantos desatinos. É LAMENTÁVEL! Não credito que filhos(as) não se preocupem com a velhice dos pais; e estes com o futuro dos(as) filhos(as) que chegarão à velhice. É CRETINICE! Não acredito que o(a) brasileiro(a) de sã consciência possa estimular o porte de armas indiscriminado. É COVARDIA! Não acredito que um(a) cidadão(ã) de bem possa aceitar que seus filhos e filhas, como estudantes de Medicina, de Direito, de Engenharia, de Serviço Social, etc., etc., sejam chamados(as) de “imbecis úteis” e de “massa de manobra” por um desequilíbrio emocional. É IMORAL! Não acredito que filhos(as) vão para as ruas apoiar reformas previdenciárias para que os pais e os avós possam morrer à míngua na velhice. É IRRACIONAL! Não pode ser! É sonho!… Não pode ser real! É pesadelo!… Será? Recuso-me a acreditar!