
Os programas sociais e o ajuste fiscal não foram as únicas coisas que Michel Temer manteve da gestão anterior. Como Dilma Rousseff, ele adotou uma espécie de vocabulário próprio. Se ela abusava do “no que se refere”, ele insiste no “exata e precisamente”.
Enquanto a petista suprimia verbos de frases, o peemedebista repete à exaustão advérbios de modo e afirma que teve “ajuda divina” na escolha da equipe de governo.
Com o aumento do desemprego, o presidente adotou dois slogans: “O primeiro direito social é o emprego” e “Não fale em crise, trabalhe”. O segundo foi retirado de uma placa de um posto de gasolina que faliu.
Para que não seja culpado pela crise, ele faz questão de lembrar que herdou o atual quadro econômico, apesar de ter sido por mais de cinco anos o vice-presidente.
Como em outras decisões, Temer recuou também no linguajar. Para popularizar sua imagem, abandonou as mesóclises.